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18 agosto 2011

Mário Crespo... um NÃO caso!


foto Paulo Spranger/global imagens
Ontem (17 Agosto) o Expresso on-line noticiava que Mário Crespo teria sido convidado pelo Governo, mais concretamente pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, para ocupar o lugar de correspondente da RTP nos Estados Unidos (lugar vago há cerca de três meses quando o jornalista Victor Gonçalves trocou Washington pela direcção de informação do canal público, integrando a equipa de Nuno Santos).
O facto noticiado, por si só ou em si mesmo, seria mais que suficiente para uma legítima indignação generalizada, já que é inconcebível que um membro do governo, ou o próprio governo, se ingerisse em processos/procedimentos internos e que são da responsabilidade directa da Direcção de Informação da RTP.
A questão animou (ontem e hoje) as redes sociais, nomeadamente o Twitter, mais pelo que fez ferver na classe jornalística do que no impacto que (não) teve no “comum” dos cidadãos (o que é normal).
Mas a questão, analisada mais a frio e de forma desprendida, leva-nos a outras perspectivas, principalmente depois do desmentido da Direcção de Informação da RTP e do presidente do Conselho de Opinião da RTP. Mesmo sem qualquer declaração do Governo que não tem “obrigação” de confirmar ou desmentir tudo o que é noticiado.
É que esta notícia veiculada pelo jornal Expresso faz lembrar o “caso” do Administrador da TVI e a Ongoing – Bernardo Bairrão, ao caso difundido (e repassado) pela SIC, com um denominador comum: ambos os órgãos de comunicação pertencem ao grupo Impresa de Francisco Balsemão. Grupo empresarial de Comunicação que tem andado muito agitado e nervoso com o eventual processo de privatização da RTP, ao ponto de criar “não notícias” para tentar descredibilizar a acção do governo no processo da privatização, ou não, da RTP.
Só que, neste caso, o feitiço vira-se contra o feiticeiro. Ao agir desta forma, Pinto Balsemão e a Impresa só criam na opinião pública a sensação que o combate à ingerência dos governos na RTP só terminará com a privatização da estação.
Quanto ao jornalista Mário Crespo, de quem não nutro qualquer simpatia pessoal ou profissional (convém esclarecer) não me admira nada que tenha sido do seu agrado todo este (não) caso ao ponto de o alimentar (com 7 minutos de tempo de antena no seu programa na SIC Notícias) e ao não desmentir total e formalmente a notícia.
Porque é sabido que Mário Crespo tem uma “vingança” pessoal para com o anterior governo (mais propriamente para com José Sócrates), agravada, eventualmente, pela indiferença à sua tentativa de nomeação, em 2006, para o cargo de correspondente nos Estados Unidos (conforme confirmado pelo próprio: “foi assim que concorri há cinco anos, por carta enviada à anterior administração da RTP, liderada por Almerindo Marques, a este mesmo cargo de correspondente da RTP nos Estados Unidos”.

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