O arranque dos trabalhos desta nova legislativa foram marcados mais pela eleição do Presidente da Assembleia da República (segunda figura na hierarquia do Estado) e menos pelas eleições ou nomeações dos líderes de bancada, ao ponto do BE ter nomeado Luís Fazenda como líder parlamentar da bancada bloquista e muito poucos terem dado por isso.
E este processo, como se previa e já o tinha referido, não teve o desfecho que muitos outros esperariam, a começar por Pedro Passos Coelho e pelo candidato ao lugar: Fernando Nobre.
E é em Fernando Nobre que reside a questão e o problema.
Alguns colegas da comunicação social teimam, pessoalmente de forma errada, em vincar um eventual problema de relação e entendimento na recente coligação PSD-CDS.
A coligação existe enquanto governo, não há, pelo menos de forma pública, qualquer outro tipo de negociação. Teoricamente, os dois partidos deverão suportar a coligação governativa. Teoricamente…
Mas este acontecimento nada tem de problemático ao nível da coligação, até porque era conhecida, desde de sempre, a posição do CDS e que foi expressa no quadro das negociações governativas. Aliás, para quem ainda esperaria a eleição de Fernando Nobre (que precisaria de 116 votos), ela só poderia acontecer com alguma “boa vontade” de oito votos, por exemplo, socialistas.
Por outro lado, afirmar que isto é uma derrota pessoal para Passos Coelho é ter uma visão muito redutora da questão.
A derrota aconteceu quando Fernando Nobre foi apresentado como cabeça de lista do PSD pelo círculo de Lisboa.
Porque quem saiu verdadeiramente derrota e quem originou este aniquilamento político foi o próprio Fernando Nobre pelas palavras proferidas ainda durante a campanha eleitoral quando o candidato à presidência da AR resolveu divulgar publicamente o convite pessoal e directo que lhe foi feito por Pedro Passos Coelho. Aí sim, criou algum embaraço ao líder social-democrata e ao partido, e aniquilou quaisquer ténues possibilidades de ser eleito.
O que, diga-se de passagem, é um alívio para Passos Coelho, para a coligação, para o PSD, para a Assembleia da República e para o País.
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