“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

09 março 2008

PURA BIRRINHA!

A Ministra da Educação desvaloriza um facto, uma realidade incontornável: entre 80 mil a 100 mil (e neste caso 20 mil são trocos) professores saíram à rua.
Inegavelmente, a educação em Portugal está "podre", com reformas totalmente despropositadas, ineficazes e inconsequentes. Seja pela forma como se devaloriza o papel do docente, seja pela forma como é tratado o laxismo e o facilitismo em relação ao aluno, seja pelo esvaziamento dos projectos educativos e pedagógicos ou seja pela forma como se esvaziou a gestão escolar. Este ministério é um total erro de "casting" e de "enredo".
A Ministra diz que seria um acto de cobardia apresentar a sua demissão.
Como pai, eu acho que é um completo acto de cobardia manter-se nas funções. Só dignificaria o País e a Educação se se demitisse.
José Sócrates não afasta a ministra por pura birrinha anti-sindical e por receio que duas remodelações forçadas por protestos seja grave de mais para o seu (des)governo.
Mesmo que a alternativa não seja capaz de provocar mudanças, não é liquido que não seja a própria incompetência e os próprios erros a ditar a alternância. Para o bem ou para o mal...

18 comentários:

Anónimo disse...

Como pai e como encarregado da educação aprecio o desempenho da Ministra. Na escola do meu filho o absentismo dos professores reduziu-se em mais de 50%. Os professores reclamam de quê? Ao que parece não querem ser avaliados. E se os alunos pensam o mesmo?! Triste exemplo o de aguns professores que ensinam (deviam ensinar) o esforço para atingir melhores deempenho e receia a introdução da meritocracia. Já foi tempo em que berrar na rua compensava. Mais dinheiro e mais privilégios. Hoje não! Felizmente, temos o Sócrates!
Declraçaõ de interesses: sou trabalhador na privada mas tenho os filhos na escola pública. Quero um melhor ensino público!
Cumps
ET. Agora a direita já se alia aos comunistas?! Que desespero...Sá Carneiro revira-se no túmulo.
António Ceboleiro

saltapocinhas disse...

bem dito!!

(o sr. antónio não sabe do que fala!!)

Migas (miguel araújo) disse...

Caro António
Eu, como Pai, Encarregado de Educação, ex-aluno do secundário (3 anos consecutivos representante dos alunos no Conselho Pedagógico do Liceu José estêvão), membro de associações estudantis nacionais, aluno do ensino superior, pelo que escrevi aqui e em outros sítios preocupa-me e muito o actual estado da educação e as acções da ministra.
Quanto à sua última frase, esta revela alguma fata de sentido democrático e um certo corporativismo partidário.
Quem é que falou em alianças?
Acha que é pelo facto de eu ter sido militante do CDS que deixaria de mostrar a minha indignação no caso de reformas políticas descabidas e erradas?
É só porque se trata de protestar contra o seu PS?
Já não acha estranho que eu, sendo ex-filiado no CDS, me alie ao STAL (CGTP) no caso das greves da MoveAveiro, só porque aí já não está em causa o PS, mas sim o meu próprio partido que faz parte da coligação autárquica?
Por último, não creio que o meu caro acredite que em 100 mil professores, só um ou dois incorformados seja do PS.
Fazendo bem as contas e ainda encontrará mais 50% dos professores manifestantes simpatizantes, votantes e filiados no PS.
É que àquela reunião com o Sr. Primeiro-Ministro foram muito poucos...
Cumprimentos

Guimaraes disse...

Desde o governo do dr. Barroso que os políticos do "centrão" se afadigam a apresentar os que trabalham para o Estado (a lei 12-A/2008 deixa de os designar por funcionários para os designar por trabalhadores do emprego público) como uma cambada de malandros e incompetentes que andam a roubar os impostos dos outros.
Esquecem-se que são dos poucos que não podem fugir aos impostos e, agora, pagam mais 0.5% que os privados (11.5%).
Quanto aos professores, esquecem-se que uma grande parte gasta com as deslocações e estadias, deslocados da sua residência habitual, o equivalente ao vencimento, se chegar!
Esquecem-se ainda de que trabalham para o patrão que faz as leis, isto é, estão sempre indefesos perante a prepotência patronal.
Esquecem-se principalmente de que, se o sistema funciona mal, o problema é de gestão e de que, desde os governos do Prof. Cavaco, os gestores do Estado são nomeados politicamente de entre os boys partidários, independentemente da competência.
Há exemplo de um chefe de gabinete com o 11.º ano!!!!

Didas disse...

Só há aqui um pequeno equívoco: Os professores não estão preocupados com a ineficácia do sistema nem em analisar a sua parte de culpa nessa ineficácia. Só querem manter horários porreirinhos, não serem avaliados e não darem aulas de substituição. Ainda bem que já não tenho filhos em idade escolar!

Didas disse...

E eu sei do que estou a falar porque os conheço. Já lá estive.

Anónimo disse...

Quem conhece bem as escolas sabe da necesdidade de avaliar desempenhos. È ou não é verdade que o absentismo caiu? Porque é que os professores não devem ser avaliados como os demais trabalhadores da função pública? A progressão ditada pela antiguidade foi chão que deu uvas. Não estamos na tropa...Existe muito incompetente no ensino. Os melhores e mais empenhados estão de acordo com a avaliação. A Ministra tem razão... Para mim, a força dos números não dve vergara força da razão. Já não estamos no PREC em que os comunistas queriam controlar a maioria com acções de rua. Hoje, com Sócrates a berraria já não funciona. Ainda bem, agradecem os portugueses e os mais jovens. Alguns querem "pão para hoje e fome amanhã" para fazer vingar as suas ideias que faliram nos regimes comunistas.
Quanto à Moveaveiro e um função dos prejuízos que apresenta, suportados pelos contribuintes, sou a favor da privatização. Pode crer que a produtividade aumentará...
Mário da Beira-Mar

Anónimo disse...

Porque é que quem mais protesta é pago com o dinheiro dos nossos impostos? Se souber dar a resposta certa, compreenderá porque hoje se diz que é importtante reduzir o estado. Há muita gente a querer viver à custa dos nossos impostos. Salve-nos o Sócrates dessa gente que precisamos de ter futuro e não reintroduzir a instabilidade que propicia a satisfação de grupos minoritários.
Quantas clases têm as férias dos professores? E as regalias? ...e..e....fico-me por aqui, porque conheço bem o modo como algumas escolas funcionam.
Mário da Beira Mar

Migas (miguel araújo) disse...

Didas
Não me parece que os professores não estejam preocpados com a ineficáca do sistema. Nem me parece que seja verdade que não queiram reconhecer erros no exercício da docência.
Agora, também não me parece lógico tomar uma parte pelo todo.
E como em todos os sectores (saúde, educação, justiça, economia, fução pública, etc) há quem não saiba dignificar a profissão e as funções que exerce. Mas não acho que seja a maioria.
Quanto aos horários porreirinhos (e também falo com conhecimento pessoal da causa - a minha irmã é professora do secundário) a profissão de docente tem outras condicionantes: a deslocação, a necessidade de executar tarefas fora do horário lectivo (preparar as aulas, correcção de testes, reuniões e formação). Não é propriamente como eu (e muitos) que após a saída do emprego esquecem o trabalho.
Para além disso,a desvalorização da docência, do ensino, da carreira é preocupante. Hoje um professor está mais ocupado com questões administrativas e burocráticas do que propriamente ensinar e dar aulas.
bjs

Migas (miguel araújo) disse...

Mário da Beira Mar
Vou-me permitir que comece pelo final do seu primeiro comentário.
Ainda agora estou para perceber o que é que a Moveveiro tem a ver com o ensino e os professores. Mas se por algum motivo quererá insinuar alguma coisa, posso desde já adiantar-lhe que veio bater à porta errada.
Independentemente de motivaçoes politico-partidárias, seja com este executivo ou o anterior, não verá da minha parte qualquer elogio ou crítica.
Por diversas razões, mas que essencialmente resumo em duas: 1º porque o dever rofissional assim o exige. 2º porque quer anteriormente, quer neste executivo estão pessoas que, para além da amizade pessoal, me merecem todo o respeito.
Portanto, quanto ao assunto da MoveAveiro estamos conversados.
Já quanto ao tema do post, estamos, bviamente, em posições totamente contraditória. E ainda bem... é bom para a democracia e liberdade de expressão. Factos que me parecem merecer-lhe pouca consideração. Sempre ouvi o ditado "quem não se sente, não é filho de boa gente". E o corporativismo cego e balofo não serve, nem dignifica ninguém.
Se as pessoas estão insatisfeitas, incomodadas e revoltadas, têm todo o direito (até contitucional) de o expressarem. Tal e qual como o fizeram muitos socialistas os governos de Cavaco Silva Durão Barroso. A coerência é muito bonita. Não pode ser só quando nos interessa.
E a sustentação demagógica que os comunistas controlam tudo e mais alguma coisa quando se trata de protestar já foi, como bem diz, chão que deu uvas. 100 mil professores são todos comunistas? Vai dizer-me que não havia lá muitos e muitos mesmo socialitas? Olhe... hvia que eu conheço alguns que lá foram. a minha irmã também lá esteve e nem é uma coisa nem outra. É apenas professora.
Incompetentes há em todo o lado e em todas as profissões. Até na política e no governo.Quanto à avaliação, estamos de acordo no facto de os professores serem avaliados. Aliás, eles também não dizem o contrário. E as avaliações na função pública (e eu sei porque sou funconário público) não são todas iguais, nem se processsam da mesma forma.
Agora, e a título de exemplo, como pai e estando a minha filha em plena idade escolar, preocupa-me e muito (mas mesmo muito) esta obsessão pelo números e pelas estatísticas, em prejuízo do mérito, da aplicação, da disciplina. Avaliar um professor pelo número de alunos que reprovam ou que passam é do mais ridiculo e absurdo que já imaginei (como exemplo).
Quanto aos impostos, tomara o país que este governo fosse mais social, preocupado com a situação familiar de muitos portugeses e não se preocupasse tanto com projectos que nada têm a ver com as necessidades do país e com a nossa realidade: por exemplo, novo aeroporto e tgv.
Cumprimentos

saltapocinhas disse...

eu fico pior que estragada quando leio comentarios do tipo "nós é que lhe pagamos"!!!!
mas que raio!!

e os professores não pagam impostos??
pagam e muito! E, ao contrario de muitos, não lhes fogem!
e descontam para uma coisa chamada caixa geral de aposentações, que é auto suficiente, ao contrário da segurança social... e ainda descontam para a adse!

por isso não digam que "os outros" é que nos pagam o salário!
POUPEM-ME!!

Anónimo disse...

Resposta à saltapocinhas (por quem fico muito preocupado ao saber que é professora) que, pelos vistos é "cada cavadela, cada minhoca":
1º Convém explicar - a quem pouco percebe de Contabilidade - um simples facto: os funcionários públicos, na verdade, não pagam impostos! Exemplificando: na folha de vencimento de um funcionário público (solteiro e sem filhos), com um contrato de trabalho que estipula o salário bruto de 1.000 euros, virá a seguinte informação:
Salário bruto: 1.000 euros
IRS (retenção na fonte - 10,5%): 105 euros
Caixa Geral de Aposentações (10%): 100 euros
ADSE (1%): 10 euros
Salário líquido: 785 euros
Ora, o Ministério que emprega o funcionário vai entregar os 105 euros retidos ao Ministério das Finanças, os 100 à Caixa Geral de Aposentações e os 10 à ADSE (ou ao Ministério da Saúde, não sei quem faz a gestão financeira).
Mas - para quem ainda não percebeu que estamos a falar exclusivamente de entidades estatais - estas operações são equivalentes a eu tirar dinheiro do meu bolso esquerdo das calças e colocá-lo no bolso direito. Tradução: o funcionário público não pagou impostos porque esse dinheiro já se encontrava, anteriormente, nos cofres do Estado. Ocorreu apenas um movimento contabilístico.
E se o dinheiro já estava depositado na conta bancária do Estado convém, então, descobrir quem o pôs lá: o contribuinte privado, pois claro!

2º A Caixa Geral de Aposentações, precisamente por não ser "autosuficente" (eu percebi o que queria dizer, apesar do dislate, e explico-lhe nos mesmos termos) é que deixou de admitir novos beneficiários. Se não sabe, eu digo-lhe: é por estar à beira da ruptura que os novos servidores do Estado - os que agora ingressam na FP - só podem integrar a Segurança Social.
Por isso, veja lá se estuda e deixa de envergonhar a classe docente com essas demonstrações de ignorância.
Deixe-me adivinhar: também foi berrar na manif em Lisboa, não foi? "Que emoção!"
A terminar, acredite, apesar de alguns erros (sobretudo ao nível comunicacional, esta é a melhor Ministra da Educação dos últimos anos! E se este Governo conseguir levar a tarefa de modernização do país a que se propôs, então talvez Portugal saia finalmente da cauda da Europa (nunca pensou verdadeiramente porque é que nunca de lá saímos até hoje, pois não?)
Cumprimentos.

Anónimo disse...

Os meus aplausos para o último comentário. Como encarregado de educação tenho que reconhecer que esta Ministra estaá ter um bom desempenho. Não é por acaso que no Ministério de Ducação tivemos 20 Ministros em 30 anos. Esta, graças ao Sócrates, é que está a colocar ordem nas escolas. O PS Vai ter o meu voto.

Guimaraes disse...

Fiquei atordoado com o brilhantismo contabilístico do anónimo das 18H02 (ao menos dê a cara!). Não é que o crâneo chega à brilhante conclusão de que os funcionários não pagam impostos, porque descontam para a entidade que lhes paga?! Pelas contas dele, os funcionários deviam trabalhar de borla para não sobrecarregarem os privados, isto é, toda a gente que serve de base ao funcionamento do país devia estar em regime de trabalhos forçados.
Brilhante!!!!!!

saltapocinhas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
saltapocinhas disse...

A ignorância por vezes é atrevida. É o caso da do Sr. Anónimo, sim, porque ser anónimo é muito diferente de ser António, embora exista uma semelhança fonética.
Pegando no exemplo do seu funcionário público, que apesar de básico não é mau de todo, e considerando que os bolsos não são seus mas do Estado, passo a concluir o seu raciocínio:

Desses 1000,00 € que saíram dum bolso só 785,00 € foram entregues ao FP e segundo as suas contas 215,00 € foram para ao outro bolso. Esse outro bolso é aquele serve para pagar a um professor para ensinar os seus filhos (esse seu FP nem tem filhos, paga para os seus) e vários outros serviços que o Estado lhe presta por um valor abaixo do custo real e que são também suportados por esse bolso. É preciso ter sensibilidade para saber o que se põe nos bolsos.

O Sr. Anónimo não sabe que o Estado tem trabalhadores, é Entidade Patronal, sendo por isso obrigado a pagar os serviços que lhe prestam e está sujeito como qualquer outro a entregar aos respectivos ministérios os descontos que retém. Pegando no seu exemplo, 105,00 € são impostos e os restantes 110,00 € são descontos para regimes de protecção social. É tão simples como isto! Os movimentos contabilísticos são para ser discutidos por quem sabe, não por mim e nem pelos vistos por si.

O seu raciocínio começou bem, mas talvez pelo número insuficiente de bolsos e pelas suas limitações não foi concluído.

Uma vez que estamos em altura de avaliações atrevo-me a dizer-lhe que a sua foi negativa. Se fosse FP, com mais uma avaliação negativa corria o risco de ser despedido e se o fosse, passaria a ser mais um beneficiário desse tal bolso para onde foram os impostos do seu FP.

Só quem tem classe a pode envergonhar, o sr. além de ignorância e mal formação cívica não deve ter mais nada.
Quanto à manifestação é uma questão de atitude. É como ser anónimo e António. Uns ficaram no 24 (os da cauda) e outros passaram o 25.

Opinião sobre a Srª Ministra -toda a gente tem direito a emitir a sua opinião. Para si, pelos vistos, os outros só a podem emitir se ela for igual à sua.

Anónimo disse...

Eu sou anónimo, mas não o anterior. Só escrevo para esclarecer que, de facto, os funcionários públicos não pagam, em rigor, impostos.
Quem já tiver uns anitos - e eu infelizmente, tenho-os - lembrar-se-á que foi só com Cavaco Silva a PM que os funcionários públicos passaram a pagar impostos sobre o rendimento. Mas então aumentou-os apenas contabilisticamente, ou seja retirando-lhes o que lhe aumentara (por outras palavras, saldo=0)
Por isso, por mais que se abespinhe a saltapocinhas com o outro anónimo, de facto, os FP não pagam impostos. Só contabilisticamente é que o fazem.
Só mais uma nota: a CGA gastava - gasta - com os FP muito mais do que deles recebe. Por isso mesmo, como acima alguém recordou é que "fechou" para os novos. Era de facto um privilégio... e sobre isso não há duas opiniões.

Anónimo disse...

Está visto! O Primero Ministro que trata todos os portugueses por igaul é José Sóctrates!