“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

17 novembro 2007

PARABÉNS PROFESSOR

publicado na edição do Diário de Aveiro, do dia 15.11.07.

Crónicas dos Arcos
A César o que é de César!


Há duas semanas atrás, iniciava a crónica “Bué da Baldas?! Tásse bem.”, dedicada ao ensino, com a seguinte referência: “O ensino, em Portugal, mesmo que disfarçado por dados estatísticos que apenas representam números e não realidades, está, definitivamente, pelas «horas da morte».”
Pelo facto de sermos, por natura, eminentemente sociais, em várias fases da vida, sejam elas a escola, a profissão, o grupo de relacionamento social, o partido político, a comunidade religiosa ou a associação desportiva, há pessoas que nos marcam, pelas mais distintas razões. Pelo profissionalismo, pela cultura e intelectualidade, pela afectividade, pelas convicções, mas, acima de tudo, pela forma como encaram a vida e a sentem, quer na sua extensa dimensão, mas, principalmente, nas pequenas coisas e nos pequenos gestos.
É muito difícil encontrarmos alguém que, durante a nossa vida, seja ela já longa ou ainda curta, não tenha deixado em nós “aquela marca”.
Infelizmente, pelos caminhos que traçamos (ou que a própria vida nos traça) e que nos distanciam de histórias antigas, para percorrermos novos trilhos e novas realidades ou etapas, vamo-nos distanciando destes nossos “ídolos” da vida real.
Felizmente, a memória enraizada no nosso consciente, vivido no dia-a-dia, bem como o reconhecimento público dessas nossas referências pessoais (que o papel da comunicação social se incumbe de destacar), encarregam-se de nos recordar com orgulho, respeito e consideração.
Houve (e há actualmente) pessoas (felizmente várias) que me marcaram na minha vivência pessoal, nas minhas convicções políticas, religiosas, profissionais e académicas. Referências que tive o cuidado de preservar e recordar nas opções que a vida nos exige constantemente.
Uma delas, relacionada com a importância do exercício de cidadania e com a relevância da formação académica.
Referência que orgulhosamente vi (e li) publicamente reconhecida como Professor do ano: Arsélio Martins. Distinguido, precisamente pela “imagem” que me marcou: "um exemplo de cidadania e um mestre no verdadeiro sentido do termo".
Se houve alguém por quem sempre ‘nutri’ um enorme respeito, pelo seu saber, pela sua forma de encarar a vida, pelo que me encorajou enquanto fui estudante, foi o Prof. Arsélio.
Na qualidade de presidente do conselho directivo (agora executivo) do Liceu José Estêvão, foi com o maior orgulho que, proposto por ele, vi o meu nome ‘em louvor’ numa acta do conselho pedagógico, onde durante os 3 anos em que representei, naquele órgão da escola, os alunos/colegas. Obviamente, imbuído no espírito que sempre soube incutir e que, orgulhosamente, eu soube aproveitar.
Há (infelizmente cada vez menos) momentos da nossa vida académica (secundária ou superior) que nos marcam de forma determinante. Para além das agradáveis conversas sobre “tudo e nada”, aromatizadas pelo seu inconfundível cachimbo, no bar, no conselho ou simplesmente pelos corredores. Mas essencialmente, pela sua inconfundível presença.
Independentemente da vida nos transportar para caminhos diferentes e distintos, nunca deixei de (“o”) ler e continuar atento aos ‘passos’ do ‘prof’.
Orgulhosa e publicamente… Obrigado por tudo e “Parabéns Professor”.

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