A primeira análise feita ao pacto da justiça, neste post (Justitia), revelou que, independentemente do valor dos pactos ou consensos alargados na política, a democracia saiu fragilizada pela exclusividade do projecto, pela sua diminuta inclusão de outras propostas e dos outros partidos com assento parlamentar.
A justiça é uma questão do estado. Portanto uma questão fundamental para o desenvolvimento do país, como o são a sustentabilidade da segurança social, a economia e o investimento, o ensino e a educação e o emprego e a estabilidade laboral. Mas, como em muitas coisas da vida, existem várias formas e princípios de abordagem das diversas questões. Por isso é que existem os partidos e movimentos políticos, com ideologias, convicções e fundamentos distintos.
Quem ganhou então com este pacto?!
Sendo o PSD diferente do PS alguém teve que ceder prioridades e princípios. Ou então, existe uma ilusão de diferenciação partidária, mas que na prática, corresponde a politicas semelhantes.
Desta forma, o PSD vê incluídas na reforma da justiça medidas que gostaria de ter implementado durante a sua governação ou no programa eleitoral da última campanha legislativa. O PS “adquire” a parceria do aliado parlamentar necessário para conseguir fazer passar outras medidas, por ventura menos “populares”, mas politicamente consensuais.
Num futuro eleitoral resta saber quem conseguirá apresentar-se ao eleitorado como o verdadeiro obreiro da reforma da justiça.
No entanto, um dilema parece começar a ser evidente para José Sócrates.
A pressão do PSD e do PR para novos pactos e consensos, como o já afirmado sobre a segurança social, tem riscos políticos difíceis de vencer e de contornar.
Se novo pacto existir, o PSD começa a colar o PS às medidas da direita da política portuguesa (mesmo que seja a uma “direita esquerda”), provocando uma oposição interna no reino socialista, da sua ala mais esquerdista, bem como a “abertura” de campo eleitoral para o Bloco de Esquerda e o enriquecimento do PCP.
Se a opção for a da não realização de mais consensos com o PSD, a “factura” irá ser cobrada no próximo acto eleitoral, por falta de empenho, de vontade política e de reformas menos válidas. Para além de uma alteração, não desejada, da estabilidade institucional com Belém. Já que Cavaco Silva já demonstrou estar muito atento a esta problemática e tudo fazer para pressionar o Governo e o PSD a mais pactos de regime. Pena é que o Presidente da República, independentemente, do espectro eleitoral que o elegeu, nomeadamente os 4% do cds, se esqueça que a Assembleia da República é constituída por 6 partidos políticos que reflectem um número significativo de vontades e anseios dos cidadãos.
Nestas dualidades e realidades políticas, quem poderá sair menos beneficiado é o cidadão que correrá o risco de ver desperdiçadas medidas e reformas importantes para o seu dia-a-dia e para o seu futuro.
Espero que nestas coisas de pactos, ninguém ganhe ou perca. A bem de todos nós.
A justiça é uma questão do estado. Portanto uma questão fundamental para o desenvolvimento do país, como o são a sustentabilidade da segurança social, a economia e o investimento, o ensino e a educação e o emprego e a estabilidade laboral. Mas, como em muitas coisas da vida, existem várias formas e princípios de abordagem das diversas questões. Por isso é que existem os partidos e movimentos políticos, com ideologias, convicções e fundamentos distintos.
Quem ganhou então com este pacto?!
Sendo o PSD diferente do PS alguém teve que ceder prioridades e princípios. Ou então, existe uma ilusão de diferenciação partidária, mas que na prática, corresponde a politicas semelhantes.
Desta forma, o PSD vê incluídas na reforma da justiça medidas que gostaria de ter implementado durante a sua governação ou no programa eleitoral da última campanha legislativa. O PS “adquire” a parceria do aliado parlamentar necessário para conseguir fazer passar outras medidas, por ventura menos “populares”, mas politicamente consensuais.
Num futuro eleitoral resta saber quem conseguirá apresentar-se ao eleitorado como o verdadeiro obreiro da reforma da justiça.
No entanto, um dilema parece começar a ser evidente para José Sócrates.
A pressão do PSD e do PR para novos pactos e consensos, como o já afirmado sobre a segurança social, tem riscos políticos difíceis de vencer e de contornar.
Se novo pacto existir, o PSD começa a colar o PS às medidas da direita da política portuguesa (mesmo que seja a uma “direita esquerda”), provocando uma oposição interna no reino socialista, da sua ala mais esquerdista, bem como a “abertura” de campo eleitoral para o Bloco de Esquerda e o enriquecimento do PCP.
Se a opção for a da não realização de mais consensos com o PSD, a “factura” irá ser cobrada no próximo acto eleitoral, por falta de empenho, de vontade política e de reformas menos válidas. Para além de uma alteração, não desejada, da estabilidade institucional com Belém. Já que Cavaco Silva já demonstrou estar muito atento a esta problemática e tudo fazer para pressionar o Governo e o PSD a mais pactos de regime. Pena é que o Presidente da República, independentemente, do espectro eleitoral que o elegeu, nomeadamente os 4% do cds, se esqueça que a Assembleia da República é constituída por 6 partidos políticos que reflectem um número significativo de vontades e anseios dos cidadãos.
Nestas dualidades e realidades políticas, quem poderá sair menos beneficiado é o cidadão que correrá o risco de ver desperdiçadas medidas e reformas importantes para o seu dia-a-dia e para o seu futuro.
Espero que nestas coisas de pactos, ninguém ganhe ou perca. A bem de todos nós.
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