“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

14 agosto 2006

Rescaldos!

Ainda a propósito do post "O Verão" referente à publicação do meu artigo no Diário de Aveiro - "Todos os anos é Verão!".
O Sôr Ministro da Administração Interna afirmava que "prevenção não produziu os efeitos desejados" e o "estado da floresta", já que na sua opinião "A floresta não está como devia estar." justifica o elevado número de incêndios que no final do mês de Julho e início de Agosto provocaram o caos, a aflição, a preocupação geral e o desvastar de floresta, de bens e de vidas.
Para o Sôr Ministro, uma das questões reside na falta de limpeza das zonas florestais da responsabilidade dos seus proprietários.
Que existem zonas "sujas" em muitas florestas, é um facto. Basta dar uma voltinha de carro por este país.
Que faltam recursos financeiros e humanos para que muitos proprietários tenham capacidade de resposta adequada para esta situação, é uma realidade que se tornou caótica. Longe vão os tempos que era rentável o processo de limpeza das matas.
Mas como justifica o Sôr Ministro que fogos lavrem em zonas florestais da responsabilidade governamental, como o caso do Parque Pêneda-Gerês, Serra da Estrela e outras matas nacionais?!
Como justifca o Sôr Ministro do MAI a falta de racionalidade de investimentos, auto-prevenção governativa, planeamento e estrturaão ambiental do território nacional?!
Com é possível ler-se esta notícia do Público e ouvir a desresponsabilização do governo nesta matéria incendiária?!
Sôr Ministro, o governo tem a obrigação de, em tudo o que exigir, dar o devido exemplo.

4 comentários:

AC disse...

Olá Caro Miguel,
o sôr ministro faz o óbvio. Desresponsabiliza o poder político, neste e em todos os assuntos que dizem respeito ao caos em que nos encontramos. Se a fuga das empresas para outras paragens é culpa da baixa produtividade dos portugueses, se o problema do financiamento da seg. Social se deve ao facto dos portugueses se reformarem cedo?, se o despezismo na saúde é porque estamos doentes, se, se, se…, claro que os incêndios só podem ser da responsabilidade dos tugas.

Apesar de já ontem me ter pronunciado sobre o assunto, relato um facto. Há uns anos atrás, os pinhais aqui da minha aldeia, ardiam todos…, todos os anos. Os proprietários, foram vendendo, a preços ridículos, as madeiras e os próprios pinhais que actualmente são, em parte apreciável, propriedade de um conhecido madeireiro da zona. Desde então, nunca mais se verificou qualquer incêndio e já lá vão alguns anos. Estamos entendidos?

Quanto às opiniões do sôr, só não são totalmente irrelevantes na medida em que o dito e seus congéneres, vão tramando a vida de quem trabalha enquanto se perpetuam no conforto do poder e do dinheiro.

Kalinka disse...

Caro Miguel

Já me pronunciei no post sobre o Verão e os fogos, embora não me tenha dado qualquer resposta, mantenho o k lá escrevi, e de nada me arrependo.

Tal como escreve, concordo plenamente, que o governo tem a obrigação de, em tudo o que exigir, dar o devido exemplo.

Ontem mesmo, vi uma reportagem num canal que estava a passar as notícias às 20 horas e vi o Chefe de uma corporação de bombeiros, de voz rouca e abatido, dizer que daquela maneira não iriam aguentar mais tempo a combater os fogos, pois estavam todos cansadíssimos, e ali estavam com ele, os mesmos homens que tinham estado a combater o incêndio em S.Pedro do Sul...como é possível sair de um incêndio que devastou tudo em alguns dias e seguir directamente para outro, senão igual, pior um pouco?
Hja dó, para quem se mata a trabalhar, nos fogos de Verão.

Beijos com carinho.

Migas (miguel araújo) disse...

Cara amiga Kalinda
Bem vinda.
Eu li o seu comentário no meu pots "todos os anos é verão".
Mas como colocou as questões e deu as devidas respostas e de forma interessante, respeitosamente, achei que não justificava qualquer reparo. Só por isso.
No caso concreto, no que respeita à situação que relata do esforço incansável destes bravos homens e mulheres que cuidam do que é dos outros, recordo-lhe o que referi no post já indicado: a estruturação, a capacidade de investir e tornar mais eficaz este tipo de serviço é tornando-o profissional.
Um forte abraço

Kafé Roceiro disse...

Concordo com você, amigo!