“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

17 agosto 2006

Histórias de Rua.

As ruas deixaram deter crianças a brincar e a jogar nelas. As casas ficam vazias. As histórias desaparecem.Publicado hoje (17.08.06) no Diário de Aveiro.

Post-its e Retratos
Histórias de Rua?!

Existe uma secção num diário que tem como título “A minha rua tem um nome de um deputado”.
A minha rua, aquela onde brinquei, cresci e me tornei gente, também tem um nome. Como quase a totalidade das ruas.
E tem um nome importante, na história política e social de Aveiro.
Um nome ilustre, de alguém que prestou um inquestionável serviço à cidade e à sua região: Dr. Francisco Vale de Guimarães - preeminente político e governador civil aveirense.
Homem de coragem e convicções fortes, ao mesmo tempo de uma inegável capacidade congregadora dos vários quadrantes políticos e sociais. Foi durante a sua governação política do distrito que se realizaram os congressos da oposição democrática, quando muitos teriam naquele tempo (período marcelista), só de pensar em tal processo, perdido noites e noites de sono.
Mas a minha rua também é feita de histórias. Daquelas histórias que surgem das coisas simples, do bairrismo, das brincadeiras de crianças, da tradição.
Não é uma rua carregada de simbolismo cultural, social e histórica. De um bairrismo tradicional e significativo.
Mas é uma rua enquadrada por uma zona circundante privilegiada.
A Sé. O Museu. O Parque. As 5 Bicas. O Governo Civil. O Tribunal. A Escola Primária da Glória. O Largo de Sto. António. O Convento das Carmelitas.
Mas a zona tem a sua história e as suas “estórias”.
A expansão do Hospital. O Quartel (Infantaria 10, DRM e depois GNR) e o incêndio em 1972, num dos telhados junto ao paiol das munições e que obrigou à evacuação dos prédios limítrofes. Os Bombeiros Velhos e o constante tocar da sirene (íamos logo a correr saber o que foi e para onde iam). A inauguração de um dos pontos de encontro antigamente referenciado, principalmente pela faixa estudantil: o café Tako. Um dos primeiros Super-mercados da cidade: a Sanzala. O “rasgar” da Av. Santa Joana, com a demolição das casas na Rua do Rato, principalmente da mercearia com moagem de café do Sr. Albino, da tasca da Ti Luz junto à Sé e do Chapeleiro. Restou, até encerrar, o tabaco do Testa & Amadores. Desaparecia igualmente a marcenaria do Ti Zé Monteiro e a hospedaria, junto ao cruzamento do Parque. Perdíamos os polícias sinaleiros do Parque e das 5 Bicas.
O aparecimento da Polícia Judiciária e a transferência da PSP para o Griné. A construção do novo estádio e o encerramento do velhinho Mário Duarte. As obras na Praça Marquês de Pombal.
A farmácia “Moderna” mudava de visual e de local. A (minha) barbearia do Ti Jaime ainda lá está. Como ainda lá estão os Correios Centrais.
Frequentava-se a pré-escola no conservatório da Gulbenkian… começávamos a ser “gente”.
E por sermos gente… éramos gente com “estórias”.
Histórias feitas na rua. Jogava-se à bola. Andava-se de bicicleta (à perseguição, ao bota-fora ou simplesmente andava-se). Faziam-se, nos passeios, corridas de carros ou de “caricas” com anilhas de 1 escudo na drogaria do Ti João Guilherme. Ganhávamos dinheiro com papel molhado ou com pedras misturadas no farrapeiro da família Adrego, na Rua do Loureiro. Compensava a malandrice com o habitual “engano” que nos faziam com os pesos da balança.
Perdíamos as horas nos treinos do Beira Mar.
Tínhamos uma equipa de futebol que participava em todos os torneios de bairro organizados na cidade pelo antigo Indesp, treinada por dois ilustres ex-jogadores do Beira Mar (o Almeida e o falecido José Domingos). E até ganhávamos.
Perigosamente, enfrentávamos de bicicleta os desaparecidos barreiros (do barro) junto à linha, às “escadinhas de vilar” e ao actual centro de congressos, mesmo antes da variante e ainda no tempo do “Paula Dias”.
Faziam-se piqueniques na Parque, com uma boa caldeirada de enguias feita pela avó do Tó Almeida.
Íamos à fruta (sem pedir, claro) no quintal do fundo (maçãs e pêras)… saltávamos, só para chatear, o muro de madeira do “burro engraxador”.
Andávamos na rua até às 23:00. Todos nos conheciam… todos se conheciam.
Fora da escola, o tempo passava-se em casa de todos, com todos, ou na rua. E há 38-42 anos éramos alguns.
Dali surgiram ilustres e anónimos. Da zona “saiu” um ex-presidente da câmara. Dali “saiu” um vereador da câmara.
Dali saímos todos… e a rua ficou sem crianças e sem histórias.
Resta-lhe o nome!
Hoje as ruas já não têm “estórias”.
Os nomes, traduzindo o empenho cívico de ilustres personalidades, reflectindo a religiosidade das gentes ou apenas vivências culturais e mundanas, ainda permanecem. Lápides mais ou menos notáveis, vão perpetuando essas realidades mesmo que despercebidas.
Mas as histórias das ruas, com o correr do tempo e da mutação da vida, foram-se dissipando das calçadas, do asfalto, das memórias, da realidade…
A Câmara Municipal de Aveiro editou em 2000, baseado num programa de rádio de Carlos Campos, um livro intitulado “Ruas que são gente”. Aí se relembra o peso político, social e cultural desta cidade.
Mas ainda ninguém se lembrou da gente comum. Daqueles que fazem as histórias das ruas.
Tristemente…

24 comentários:

José Leite disse...

Há tanta razão neste post!!! Em todo o país há casos de pessoas que nunca vergaram ao poder, que nunca atingiram protagonismo por não se reverem na política e... no entanto... foram almas grandes...
Bem observado!!! Parabéns pelo blog!

Anónimo disse...

Sobre as histórias de ruas é muito legal! Tem fofoca, tem quedas, tem bêbado. Adorei a postagem.

Te convido dá uma passadinha lá no Portal.

AC disse...

Pois Caro Miguel, não lhe andarei a pegar a doença da nostalgia dos tempos passados?

O seu post de hoje, a sua estória, poderia ser a minha, apenas diferentes nos lugares.

Já agora para que fique de sobreaviso..., quanto mais envelhecemos, mais recordamos o passado.
Cpts.

Pé de Salsa disse...

Olá Miguel.
É uma bela história o que só comprova que todas as ruas continuam a ter histórias. Haja alguém, como o Miguel, para as contar.
Quando diz que ainda ninguém se lembrou de contar essas histórias (da gente comum), fez-me sorrir.
Realmente, o que acontece, é esquecerem-se da "gente comum"...mas está aí o Miguel e outros para os lembrarem. Com toda essa memória já pensou em começar a passar para aqui todas elas? Seria um bom contributo para os aveirenses e para as gerações vindouras.
Estou a lembrar-me da história de uma pessoa sobre o qual escreveram um livro: ARGUS (Augusto Tamanqueiro), falecido no ano da revolução. Foi um homem com muito valor que, para além de artista em outras áreas foi um grande caricaturista, muitas das quais ainda se podem ver na sua casa em Esgueira. Se não conhece o livrinho, apesar de resumido, vale a pena conhecer.
Gostei da sua "passagem de relance" pela vida.
Descreveu-a muito bem.
Cumprimentos e continue.

Al Berto disse...

Viva Miguel:

Resumindo...para o melhor e para o pior as crianças e adolescentes de agora não sabem o que é isso.
Para passar o tempo agora é directo para as discotecas, cafés, etc.
É natural...mas diferente.
A história e as histórias não se repetem.

Relativamente ao Dr. Vale Guimarães subscrevo a parte social do sujeito mas foi mais um que se acomodou á "sombra" do regime.
Dele recordo que tem o nome numa rua de S. Bernardo que foi construída durante o seu mandato em cima duma propriedade dos meus pais segundo o velho método salazarista, ou seja, primeiro faz-se e depois fala-se com o dono.
Para indeminização vieram mais tarde oferecer uma "esmola" ao meu falecido pai que ele, ao vêr o ridículo montante, recusou.
Estará agora asfaltado mas aquele terreno ainda me pertence...não foi pago.

Como vê Miguel, nem tudo são boas recordações.

Um abraço,

Terra e Sal disse...

Está a ficar velhote meu Caro Migas...

Se fosse da aldeia, mais dia, menos dia, íamos comentar as histórias que agora faz doutros tempos como as histórias do “Ti Migas”

Como é um urbano, a coisa muda de figura.
Primeiro porque é urbano...
Depois e pelo que me parece, mais ano menos ano vai licenciar-se...
Assim fica tudo estragado.
Vai constar apenas: “Recordações do senhor Dr. Miguel Araújo”
Perde a graça toda, não acha?

Depois, ao dizer que está a ficar velhote é que, estas coisas de tempos passados começam a aflorar as mentes quando se entra nos “entas”...
Isso é mau...
Mais dia, menos dia começa a ver a “meta” ao longe...

Pense bem e veja lá se não recorda os nossos velhinhos, pais, avós, tios que nos “massacravam” com as suas recordações?
Eu pensava sempre:
“Isto é mesmo conversa de velhos”...
Você já lá está, eu também não devo demorar muito, se não me for antes...

Gostei do seu artigo, é muito interessante e merece parabéns.
Muitas dessas histórias vivias.
Deixe-me só corroborar a opinião sobre o Dr. Vale Guimarães.

O Dr. Vale Guimarães foi efectivamente um cavalheiro...
Foi compreensivo e tolerante.
Temos de recuar à época para reconhecermos que foi um homem bom e aberto...
Quem naquele tempo fez melhor?
Nem todos podem ser revolucionários como o “Che”

O Dr. Vale Guimarães foi fruto de uma educação conservadora...
Estava comodamente instalado na vida com todos os privilégios e mordomias é certo, mas quem assim estava foi capaz de se sujeitar a tomar as decisões que ele assumia?
A Oposição reunia-se aqui em Aveiro, porquê?

Não me vão dizer que a Oposição ao regime despótico era maioritariamente de cá, que não era.
Reuniam cá porque tinham de algum modo a “bênção” do Dr. Vale Guimarães.
Não devemos ter complexos em reconhecer aqueles que dentro das infinitas limitações que lhe eram impostas, e punidas severamente se ultrapassadas, tentaram de algum modo ajudar “contornando-as”

Hoje, as consequências de quem se porta mal no “partido” é perder a bodega dum “tacho” qualquer, e só por isso muitos, andam com um cuidadinho que nem cães de fila...
Portanto para compreendermos temos de recuar...
Eu fi-lo, e dou “O seu, a seu dono”.
Um abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Viva Rouxinol de Benardim
Viva Lena Casas Novas
Bem vindos a esta modesta casa.
Aqui se vão contando histórias, reclamando, elogiando e às vezes, com toda a naturalidade, se vai dizendo nada de nada.
Mas tudo o que nos vai na alma.
Este é um post que me saiu mesmo da alma. Aqui e no jornal Diário de Aveiro.
São as memórias de tempos idos. Não muito longínquos.
É com muito gosto que os recebo de portas abertas.
Adjectivo-lhes esta casa: democrática - pluralista - política mas não partidária (independentemente das minhas convicções e das dos meus visitantes) e respeitadora dos outros.
Voltem sempre

Migas (miguel araújo) disse...

Caro José Alberto
Lamento que as recordações do Dr. Vale de Guimarães não sejam para si as melhores.
Obviamente nem tudo na vida é um mar de rosas. Há, como é lógico, os espinhos a acompanhar.
Mas o essencial do meu artigo e do meu post são as verdadeiras histórias da rua, aquelas que se fazem das brincadeiras, das alegrias e das tristezas.
Cumprimentos

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Abel Cunha
Pois a vida tem destas coisas.
A gente olha à nossa volta e o mundo gira depressa demais.
Em muitas coisas com uma velocidade estonteante. Uma velocidade a que não estamos habituados ou que, em muitos casos, não conseguimos acompanhar.
Resta-nos as comparações, as memórias. Mesmo para quem ainda vai a meio da vida.
E apesar de tudo é sempre bom aprendermos com os mais velhos.
A isso sempre me acostumei e sempre me dei bem com tal facto.
Cumprimentos

Migas (miguel araújo) disse...

Viva Pé de Salsa
Um grave lapos da minha parte.
Mesmo sendo de Aveiro, não conheço o ilustre conterrâneo que refere.
Já agora se me puder indicar onde poderei adquirir o tal livro, fico-lhe grato.
Cumprimentos

Migas (miguel araújo) disse...

Amigo Terra & Sal.
Velho ainda não me sinto. Não que isso signifique algo de depreciativo. Antes pelo contrário.
Sempre achei que a experiência da vida ainda é a melhor escola e a melhor universidade.
Mas de facto a ausência das crianças das nossas ruas, faz com que apenas nos sobrem as memórias de muitas e muitas histórias. Histórias feitas de vidas, de risos, de tristezas. Mas muitas. Porque feitas de crianças, homens e mulheres.
Quando havia tempo e segurança para estarmos na rua, falarmos, brincarmos.
Hoje ninguém sai; nunguém abre as suas portas.
Há pessoas que vivem no mesmo prédio e não se conhecem ou nem se cruzem.
As cidades estão a ficar vazias.
As cidades estão a ficar sem histórias.

Quanto aos escritos, meu caro, prefiro de facto o Ti Migas, mesmo com o canudo. É que muitos dos que me conhecem (e felizmente para mim ainda são muitos) hão-de se lembrar do Miguel e não do Dr. Araújo. Graças a Deus e felizmente para mim.
Um forte Abraço

Migas (miguel araújo) disse...

A TODOS OS VISITANTES.
ALGUÉM ME LEMBROU DE UM POSSIVEL LAPSO E FALHA NO MEU ARTIGO E NESTE POST.
REFERI O FACTO DA ZONA DA PRACETA TER "DADO" UM EX-PRESIDENTE (Dr. Alberto Souto) E UM ACTUAL VEREADOR (Dr. Jorge Greno). O LAPSO É QUE, EVENTUALMENTE, ME TINHA ESQUECIDO DE MAIS UM ACTUAL VEREADOR (Dr. Marques Pereira).
MAS EU NÃO ME ESQUECI. LEMBRO-ME PRECISAMENTE DO PRÉDIO E DO ANDR ONDE O DR. MARQUES PEREIRA VIVEU. O LAPSO APENAS SE DEVE A UMA QUESTÃO DE GERAÇÕES. EMBORA O DR. ALBERTO SOUTO E O DR. JORGE GRENO SEJAM MAIS VELHOS DO QUE EU, SÃO DA GERAÇÃO QUE NOS LIGOU A TODOS NAS TAIS HISTÓRIAS DA RUA. DE QUALQUER MODO FICA AQUI A ERRATA E O MEU SINCERO PEDIDO DE DESCULPAS.

Anónimo disse...

Caro Ex-Vizinho

Embora um pouco mais novo, revejo-em em tudo o que contaste porque tudo o que contaste atravessou várias gerações.

E que saudades que "a praceta" deixou!

Seria engraçado um dia destes juntar a malta toda das várias gerações que lá viveram esses tempos.

Um abraço

Francisco Picado

VerDesperto disse...

É engraçado este texto. Eunão cresci na rua nem tão pouco brinquei na rua, como se calhar grande parte de vós. Nasci e cresci em Lisboa, e achoq ue o meu pai so me deixou vir para casa da escola sozinha lá para os 14 anos. E não era o perigo que é hoje as ruas de Lisboa. A sensaçãoq ue transmite este texto tinha-o na quinta da minha tia falecida do Alentejo, em que aí sim, brincava à bola, subi às árvores a catar figos e jogava à macaquinha e ao elástico.
As cidades infelismente não estão vazias, pois estão cheias de betão, e as histórias hoje em dia, relacionam-se com cimento armado.

Kafé Roceiro disse...

Muito legal esse texto. Eu tive a experiência de brincar nas ruas e é pra nós que vivemos isso, uma sensação única. Nunca nos esquecemos das brincadeira, dos primeiros namoricos, é tudo mágico!
abraço e fiquei feliz com o assunto tão diferente.

AC disse...

Perguntar não ofende! Da zona da praceta saíu alguém para o trabalho ou foi apenas....
Cpts

Kalinka disse...

OLÁ MIGUEL

Post bem concebido e conseguido...
Nunca tinha pensado na história que poderá estar por trás do nome de uma rua.
Por acaso vivo numa praceta também com um nome nacional bem conhecido Dr. Abel Salazar.

Lamento as crianças de hoje não poderem brincar como nós antigamente, pois eu fui criada a brincar na rua, sem medo de nada e estava em África...
Os tempos mudam...
Beijokas.

Migas (miguel araújo) disse...

Viva Francisco
Que surpresa!!!!
Com que então, também por estas bandas.
Sê bem vindo.
Quanto à tua sugestão, ainda em conversa com o Manuel Aires surgiu essa questão do Jantar.
Quem sabe?!
Talvez depois das férias, a malta se encontre.
Os mais novos e os mais velhos!
Um forte abraço para ti e volta sempre.

Migas (miguel araújo) disse...

Cara Helena
Primeiro, é com muito gosto que a vejo regressar a estes modestos arcos.
Seja bem vinda!
É pena que Lisboa tenha retirado esse sabor autêntico de sermos crianças.
É pena que Aveiro esteja a seguir os passos de Lisboa.
Há uns anos atrás iamos para a Escola da Glória a pé. Os da rua e os das redondezas.
Hoje os pais ou os avós vão de carro ou a pé buscar as crianças à escola.
Perdeu-se muita segurança e liberdade. Dois aspectos fundamentais para as tais histórias da rua. Da minha e de qualquer outra.
Cumprimentos

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Kafé
Claro... um assunto ue se calhar ultrapassar fronteiras. Tem a haver com a essencia de sermos humanos e termos sido crianças.
Cumprimentos

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Abel Cunha
Brincalhão este meu caro ilustre companheiro...
Calro que sairam uns que são mais famosos que outros.
Claro que sairam uns que são mais ilustres que outros.
Isso é a vida...
Mas todos somos muito bons no que fazemos, meu caro!
Já eramos assim... e espero que assim fiquemos sempre!
Presunção e água benta...
Modéstia à parte.
Somos mesmo trabalhadores.
Cumprimentos

Migas (miguel araújo) disse...

Cara Kalinga
Todas as ruas têm um nome.
Todos os nomes têm uma história. Sejam personalidades importantes, seja a cultura dos povos e das gentes.
O que muitas ruas também têm são histórias das suas gentes.
Das crianças e dos adultos que as fizeram vivas e as tornaram interessantes.
É de facto pena que as crianças tenham saído das suas ruas.
Cumprimentos

Anónimo disse...

É pena que essas ruas (as da nossa infância)não possam "carregar" os nomes de quem nelas brincou em toda a sua inocência e trabalhou arduamente e com todo o empenho e esmero, para o bem estar da comunidade, quando ainda existia "uma comunidade", algo que infelizmente quase ninguém hoje já sabe o que é.
Devemos pois brindar em nome dessa comunidade e de quem ainda hoje a preserva, lembrando seus ilustres "moradores".

Migas (miguel araújo) disse...

Ao anónimo(a)
As ruas carregaram essa histórias e essas crianças e os nomes que refere.
Só que não estão em nenhuma placa de toponímia.
Estão nos passeios, nos asfalto ou paralelo.
Estão nos sótãos e nos pátios das garagens.
Estão na própria vida das ruas.
Cumprimentos