“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

19 julho 2006

Ódio e Guerra

Há alturas na vida em que os pensamentos se tornam obscurecidos pelo "clarear" duma forte trovoada. Ou ainda, pela incapacidade racional de entender um problema. No caso concreto... um grave problema, de consequências ainda muito indefinidas.
A guerra é, a todos os níveis, inqualificável e condenável. Premissa. Condição óbvia.
Ou não...
É que, soam algumas trovoadas cognitivas.
Será que alguém (fora da área do conflito) consegue vestir a pele de um povo forçado ao exílio, tornado apátrida?!
Será que alguém, por mais momentos de conflito armado que tenha vivido (nomeadamente ultramar), conseguirá imaginar o que terá provocado num povo o holocausto?!
E será que alguém consegue vestir a pele de um extremista religioso, ao ponto de sacrificar a sua vida por uma promessa "celestial" que, na quase totalidade dos casos, não entende de forma racional?!
E agora... será que, por mais condenável que seja, a guerra não se poderá tornar justificável?!
Porque criticamos umas e defendemos outras?!
É óbvio que o rapto de um soldado (apenas um) israelita não vale, po si só, toda esta escalada da guerra, que, se calhar e infelizmente, ainda agora começou.
É óbvio que este conflito não é só uma troca ofensiva militar entre Israel e o Líbano, com a Palestina e a Síria por entremeio.
É óbvio, mesmo que irracionalmente, este conflito tem as fronteiras muito mais ténues.
Será que não chegará até nós?!
Como diz a publicidade: "isto vai dar nega"!

3 comentários:

AC disse...

Pois, Caro Miguel, o fundamentalismo religioso (e outros) têm, ao longo dos tempos, servido de motivo e justificação para intermináveis guerras que se continuam no nosso tempo. Pessoalmente, acho que a vida é demasiado curta e valiosa para a desperdiçarmos em questiúnculas de maior ou menor importância. Com a idade, estou a ficar marginal às grandes – e por vezes às pequenas - questões. Que se lixe! Tal Quixote das Beiras, passei os melhores anos da minha vida a defender moinhos de vento enquanto outros se governavam à grande. Agora quero viver os últimos anos em paz e com a felicidade possível.

Quanto à sua pergunta, o moual é (era) um utensílio agrícola que serve(ia) para malhar - bater - o cereal, com a finalidade de separar o grão da planta. Trata-se (ou tratava-se) de uma tábua forte, aí com 50 cms de comprimento, estreita, que se ligava a um cabo de madeira através de uma tira de couro.
Muito interessante a sua questão. Quando estamos a falar de coisas que nos são próximas, esquecemos que muitos não conhecem os rudimentos da aldeia.
Fica também a ideia de que é preciso fotografar estes objectos, que estão em vias de extinção e, enquanto é tempo.
Cpts.

CAntonio disse...

Caro Migas,


Fundamentalismo...AC definiu tudo....

Fundamentalismo imbecil e destruidor.

Infelizmente...

Pé de Salsa disse...

Olá Migas,

As "guerras" entre o homem nunca deviam ser defendidas por quem quer que seja.

Acontece que o "homem" sente-se incomodado com a paz e procura o mais pequeno motivo para desencadear a guerra, da qual apenas saiem prejudicados os inocentes. Ainda está numa e já procura outra mas esta...não sei não mas acho que vai chegar até nós e a todo o mundo!

Apetecia-me dizer como o AC: "Que se lixe!"...mas esta preocupa-me mesmo. Não é por mim mas sim pelas muitas crianças e jovens que vão sofrer e morrer devido à ambição e à dureza dos homens.

Sinceramente, as razões verdadeiras não as conheço; só sei que a razão nunca poderá estar do lado de quem as faz.

Cumprimentos para si.