“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

08 maio 2006

Portugalês...

Se me preocupo por ensinar à minha filha que mentir é feio, porque carga de água me hão-de querer provar que mentir é politicamente correcto?!
Porque raio não nos entendemos em português?!
A União Europeia divulgou os dados das Previsões Económicas da primavera 2006-2008 que situam o crescimento económico do país nos 0,9% (pib, inflacção, desemprego e finanças públicas), contra os cerca de 2% da média europeia e abaixo dos 1,1% previstos pelo Governo, que já tinham sido contrariados pelo FMI e pelo relatório do Banco de Portugal - 0,8%.
O mesmo relatório refere ainda que daqui a alguns anos, Portugal poderá vir a ser o mais fraco e mais pobre país europeu.
Para o governo, tudo está bem encaminhado, as medidas adoptadas são correctas e optimistas.
O verdadeiro choque!
Agora se percebe o "iberismo" do ministro das obras públicas.
Em Espanha vive-se melhor, claro!

5 comentários:

greentea disse...

mas ficas espantado com estes dados e com estas previsões?
não estávamos já todos à espera?

não sabemos bem qt os nossos vizinhos espanhóis vivem melhor do que nós, como se desenvolveram rapidamente e melhoraram (quase) todos os indicadores?

e já agora como nota hilariante:
entrei no café para a bica do costume. ao lado estavam três mulheres, uma das quais a fumar. A outra chamou-lhe a atenção q estava um letreiro para não fumar.
Apagou o cigarro , contrariada e comenta: "Sabes q nos feriados fui a Espanha para comprar tabaco e não é q não vendiam nos cafés e restaurantes , só nas casas próprias que estavam fechadas pq era domingo? vê lá tu..."

Espanha é assim . E nós ?....

Terra e Sal disse...

Meu Caro Migas:
Sabemos, eu acho que sim, que estamos atolados até ao pescoço neste país que para mim está inviabilizado desde sempre,e agora com os nossos pretensionismos de "qualidade de vida" mais que nunca.

Direi mesmo, se calhar estamos desde o tempo daquele filho rebelde que se revoltou contra a mãe e conseguiu a nossa "dependência" dos outros para sempre.

Por outro lado, reconheça que não é este governo o culpado do que se está a passar, o que está a acontecer vem de trás, de todos que por lá passaram, e olhe que foram muitos.

Este governo possivelmente está a fazer o que faz um empresário de boa fé, sabe que está falido e gasta todos os "cartuxos" que tem na esperança de salvar a empresa.

Toda a gente sabe menos ele que não o vai conseguir, e vai ficar "desgraçado" para sempre com toda a gente a apontar-lhe o dedo como um coitadinho, um incapaz, mas ele continua, persiste,é que a sua vontade e fé, é maior que a visão dos outros e a sua própria racionalidade.

Depois, no fim, quando tudo se vai, fica o resto da sua vida.
E a sua vida é apontada como um ser incapaz, um "estoura-vergas" que estourou o dinheiro com amantes, em carros, bebidas, etc etc.

Este governo, penso, vai ser um bocado isso, no fim, e mesmo agora, não vai faltar quem lhe aponte o dedo, e vai ficar assim conotado, em minha opinião erradamente.

Nunca pensei que o José Socrates fosse tão persistente e tão convicto das suas ideias.
Ainda não o vi vacilar, perante uma oposição desgastante, pouco ajuizada e diria mesmo irresponsavel, como irresponsavel foram sempre os seus governos.

Se nós agora já reclamamos de medidas mais ou menos penalizantes que estamos a sofremos para tentar viabilizar a situação minimamente.
Imagine se ele dá ouvidos "á razão" e toma medidas mesmo acertadas e sérias para sairmos do buraco onde sempre estivemos?

Bem não é dificil de advinhar.
Voltaríamos a viver como nos "anos 40," que penso, seria ou será o "tempo" correcto em que estamos, com toda a miséria que isso envolveria, que é a miséria em que estamos, pese embora pintada de outras cores.

Sabe, para não andarmos e ficarmos preocupados,todos os dias neste país em que nascemos e amamos, todos nós, deviamos ter coragem de o transformar do Norte até ao Sul, num gigantesco campo de golfe.
Continuavamos pobres é certo, mas convivíamos com os ricos a sério.

Um abraço Migas

Al Berto disse...

Viva Miguel:

Só queria fazer uma observação para reflectirmos.

- PORTUGAL SOMOS NÓS TODOS.

Um abraço,

Migas (miguel araújo) disse...

Caro amigo Terra & Sal
Não duvide quando lhe digo que acredito que, em muitos casos (embora não em todos, porque muitos são novos) a situação actual do país tem raízes profundas no tempo.
Até aqui estamos sintonizados. O mesmo acontece com as autarquias e com os novos executivos, etc.
No entanto, tal facto não pode, por si só, justificar medidas que não são consistentes e racionais, para além de sustentáveis, desfazadas de um sentido estratégico de desenvolvimento nacional (económico, social, cultural, desportivo e político).
Por outro lado, existe a necessidade, face à "crua" realidade da nossa existência, da demagogia que dissimula o nosso estado de vida com propagandismos ilusórios e falaciosos.
E seria bem bom que, o governo, chegado o ano eleitoral não jsutificasse a sua gestão governativa com promessas vãs.
Numa coisa lhe garanto que, neste caso, estamos inteiramente de acordo (embora no nosso caso, o desacordo seja sempre respeitoso e democrático): embora não concorde com a existência de uma oposição desgastante (antes pelo contrário), concordo que esta é pouco ajuizada e irresponsavél, acrescentando pouco acutilante.
Um abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Caro José Mostardinha
Parece-me óbvio que o sentido de cidadania (só para lembrar Manuel Alegre) obriga-nos a contribuir civicamente para o desenvolvimento do país.
Hoje e principalmente a realidade laboral e empresarial, face às conjunturas e à situação económica do país, tranformam-nos em cúmplices e fortalece-nos solidariamente.
Daí que Portugal seja todos nós.
Só que as responsabilidades político - sociais e económicas não são iguais para todos. Nem podem, nem têm que o ser.
É o que nos distingue uns dos outros.
Cumprimentos