“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

09 maio 2006

Passar ao lado!

Em política o "passar ao lado" significa, na maioria dos casos, uma perda de oportunidade de tal forma relevante, resultando numa deficiência de projecção política.
É, neste caso, que o marcar a agenda política e a definição de estratégicas de acção (sejam governativas ou na oposição) têm o seu maior relevo.
E no seguimento do que escrevi aqui, uma vez mais o CDS-PP esqueceu-se e perdeu a carruagem.
Preocupado com a "indigestão" e a consequente "azia" chamada Freitas do Amaral - que se tranformou num "fantasma" de uma forma tão irreal como incompreensível (para já não dizer doentia) - só porque o Ministro dos Negócios Estrangeiros cumprimentou com um aperto de mão ou uma vénia alguém do Hamas, não consegiu mais uma vez estar presente num momento importante da vida social do país, deixando ao PSD as despesas da oposição, no caso do fecho das maternidades.
E o PSD soube marcar "pontos".
De facto a única razão plausível que se encontra para justificar o encerramento de maternidades, é um argumento pura e simplesmente economicista. Sem olhar aos investimentos já realizados, às condições técnicas das maternidades, aos recursos humanos, à influência social - cutural e económica da região onde se inserem.
E nem a questão de serviço e bem estar público tem qualquer fundamento, já que o Ministro da Saúde está a transferir os espaços de algum cuidado primário na assistência ao parto para o risco de aumento considerável de nascimentos a bordo de uma ambulância qualquer, numa estrada qualquer.
Mais, sem querer particularizar, porque neste caso o sentimento é igual para todas as maternidades previstas para encerrar, é de uma falta de sentido de estado, de nação e de respeito pelos portugueses apresentar como alternativa à maternidade de Elvas a maternidade de Badajoz, na vizinha Espanha. Curioso o facto de ser já o segundo ministro de Sócrates com claros pensamentos ibéricos.
Por outro lado, após o anúncio de medidas relacionadas com as pensões e a sustentabilidade da segurança social, é incoerente pedir o aumento da taxa de natalidade à custa do encerramento dos espaçoes onde tais factos deveriam ocorrer.
Após as escolas, os correios, os centros de saúde, etc., assistimos a mais uma medida de fortalecimento do país interior e profundo: pelo menos o fortalecimento da desertificação e do desenvolvimento assimétrico.
As pessoas não são só €€€€€€€€€.
Também são... Pessoas!

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