“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

01 março 2006

Casos de Policia!

O Diário de Aveiro (edição de hoje) traz, a propósito da inauguração amanhã do novo posto de antendimento da PSP de Aveiro, no edifício do Governo Civil, uma entrevista com o Intendente Francisco Bagina.
Após a leitura (penso que atenta) da entrevista, fico com a sensação que estou perante um verdadeiro "caso de polícia".
Senão vejamos...
Não tenho (e espero não vir a ter) qualquer razão de queixa plausível contra a PSP de Aveiro e, muito menos, contra os seus agentes (alguns que até conheço pessoalmente).
Compreendo e aceito perfeitamente as limitações de acções por imperativos logísticos que implicam falta de meios, de investimentos e de algum descrédito infundado que muito "boa" gente gosta de transmitir em relação às acções policiais - se actuam é porque actuam, se não o fazem é por incompetência. Neste princípio eu não alinho, porque não o acho fundamentado e verdadeiro.
É interessante ainda, verificar na entrevista o esforço de modernidade, de competências, de formação que a PSP está a desenvolver.
Assim como é interessante a sua relação institucional e estratégica com a Polícia Municipal, o sector de Segurança Privada e os (agora na moda) guardas-nocturnos.
No entanto... Há algo que "não bate certo".
E o que me parece mais desajustado neste entrevista é a análise feita à criminalidade na região de Aveiro.
Uma coisa é a posição de bom-senso, de não alarmismo. Outra coisa é desvirtuar a realidade dos factos e dos números, não provocando no cidadão a necessidade real de manter todos os cuidados com a segurança dos bens e das pessoas.
Acredito que o Intendente Francisco Bagina tenha em sua posse dados e relatórios aos quais não tenho acesso e desconheço.
O Sr. Intendente a determinada altura da entrevista afirma que "A criminalidade contra o património, os furtos e roubos está minimamente controlada. Às vezes é um bocadinho perturbada, pontualmente, ciclicamente com a criminalidade flutuante (...)".
Ora aí está algo que me perturba e inquieta. A minha realidade vivida e daquilo que vou tendo conhecimento mostram-me outros factos.
Em 5 anos de residência na Urbanização da Forca, a minha viatura foi assaltada por 3 vezes.
Neste local, o número de furtos é significativo e, quando acontecem, de elevado número. Para além de situações de violência física e de assalto a agências bancárias.
Numa pequena incursão pelos títulos informativos do Notícias de Aveiro, após o dia 1 de Janeiro de 2006, encontrei: "PSP de Aveiro deteve 2 jovens por furto" - "Dois militares da GNR atingidos a tiro em Estarreja" - "Patrulha da GNR alvo de disparos em Anadia" - "PSP de Aveiro deteve casal suspeito de furtos e roubos por esticão" - "Criminalidade violente com maior incidência no distrito" - "(jornal Público) Criminalidade em Aveiro é superior á média da Região centro". Acrescente-se o recente assalto a uma loja de electrodomésticos na Avenida e lembremo-nos dos assaltos a multibancos já efectuados.
Para além deste factos há a registar o aumento da violência doméstica, a violência infantil (e pela minha experiência no contacto com adolescentes e jovens no basket) a delinquência juvenil que vai desde o pequeno furto até à agressão física (por exemplo na escola seja a alunos ou professores).
Esta é uma realidade que não podemos descurar. Que necessita de reflexão séria e de, sem alarmismos, prevenir a sociedade, alertando-a para a necessidade de olharmos para a criminalidade com acções concretas e bem delineadas e definidas.
Não para evitar alarmismos, mas por prevenção!
Por todos: Familia - Escola - Instituições Particulares - Estado. Por uma sociedade mais segura.
À PSP... continuação de bom trabalho, porque nós todos precisamos.

1 comentário:

Nuno Q. Martins disse...

Plenamente de acordo.
Boa reflexão.

A polícia deve fazer o seu trabalho e devemos exigir que o faça com competência. No entanto, não podemos delegar nas instâncias policiais nem judiciais as tarefas que cumprem a outras instituições, como a família, a escola e as entidades empregadoras.