Debaixo dos Arcos
Em seis anos muito mudou.
Na segunda-feira passada, dia 10 de Outubro, cumpriram-se seis anos de actividade e presença regulares na blogoesfera com o “Debaixo dos Arcos” (entretanto desdobrado em alguns espaços virtuais temáticos). Não sei se seis anos significam pouco, assim-assim ou muito tempo, mas tenho a certeza que o exercício do direito de liberdade de expressão e opinião, de cidadania, será para continuar enquanto a vontade assim o ditar (sem presunções desmedidas ou quaisquer objectivos de mediatismo; apenas as convicções e a vontade pessoais).
Mas estes seis anos forçam a reflectir… e neste caso poder-se-á considerar que é um tempo já considerável.
Há seis anos, Aveiro mudava o seu executivo autárquico, sendo Alberto Souto substituído por Élio Maia (por vontade popular expressa nas urnas). O autarca renovaria, em 2009, o mandato camarário.
Na blogoesfera aveirense, espaço que se esperaria muito mais participativo, alguns que já existiam abandonaram a experiência, outros surgiram mas desapareceram, outros foram surgindo e nascendo. Alguns meses após Outubro de 2009 iniciava a minha colaboração, dentro da regularidade possível, com o Diário de Aveiro (já lá vão mais de cinco anos). Entretanto assistíamos ao “boom” das redes sociais (por exemplo, o twitter e o facebook) com impacto numa grande “fatia” da vivência dos cidadãos, do movimento associativo, das entidades, das empresas, da comunicação social, numa evidente alteração dos processos de socialização e comunicacionais (para o bem e para o mal).
Na sequência do 11 de Setembro continuávamos com a guerra no Iraque e no Afeganistão, numa imposição (desnecessária e questionável) de soberania americana ao mundo. Barack Obama sucede a um dos piores presidentes americanos: George W. Bush. Entretanto, ao fim de uma década, Bin Laden é descoberto, morto e “perdido” no mar.
Rebenta uma das maiores crises financeiras de que há memória, com a Europa a entrar em recessão e consequentes crises financeira e política.
O governo socialista (já minoritário) cai em desgraça e é substituído, à boca das urnas, por um governo de coligação numa viragem à direita da política nacional, ao que se junta o inevitável (apesar de protelado) recurso a ajuda financeira externa (Troika), com impactos demasiadamente elevados junto dos cidadãos, empresas e Estado.
Entretanto, no seguimento das reformas necessárias e impostas pelo memorando de entendimento de resgate financeiro (ajuda externa da Troika), ao fim de pouco mais de quatro meses de governação e após duas tentativas falhadas/adiadas na última década, Portugal poderá assistir a uma das mais significativas e importantes reformas administrativas do território, com a valorização e redimensionamento do poder local e da democracia de proximidade.
Embora considere que a redefinição da lei do exercício do poder local e das suas conjunturas eleitorais, não deixa de ser relevante a redefinição do papel, dimensão e do número das 4259 freguesias actualmente existentes (previstas apenas 1500 freguesias).
O Município de Aveiro não “fugirá” à regra. Aplicados, mesmo que de forma “cega” e a “régua e esquadro”, os princípios e as regras previstos no “Livro Verde da Reforma da Administração Local” (mesmo que um documento passível de alterações e melhoramentos) manter-se-ão cinco freguesias (Cacia, Eixo, Requeixo, São Bernardo, e Santa Joana) e serão agregadas, o que é diferente de extintas, as restantes nove (Aradas, Eirol, Esgueira, Glória, Nariz, Oliveirinha, São Jacinto, Vera Cruz e N. Sra. Fátima) – fonte: Associação Nacional de Freguesias, ANAFRE, na edição do Diário de Aveiro do dia 8 de Outubro.
Tal como vem sendo hábito nos últimos artigos e textos publicados sobre a temática da Reforma da Administração Local, esta questão, em particular, será mais extensamente abordada.
Até lá… pela cidadania, mais seis anos, pelo menos!
1 comentário:
Parabéns, Miguel. Que seja por muitos anos...
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