“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

13 outubro 2011

Em seis anos muito mudou.

Publicado na edição de hoje, 13 de Outubro, do Diário de Aveiro.

Debaixo dos Arcos
Em seis anos muito mudou.

Na segunda-feira passada, dia 10 de Outubro, cumpriram-se seis anos de actividade e presença regulares na blogoesfera com o “Debaixo dos Arcos” (entretanto desdobrado em alguns espaços virtuais temáticos). Não sei se seis anos significam pouco, assim-assim ou muito tempo, mas tenho a certeza que o exercício do direito de liberdade de expressão e opinião, de cidadania, será para continuar enquanto a vontade assim o ditar (sem presunções desmedidas ou quaisquer objectivos de mediatismo; apenas as convicções e a vontade pessoais).
Mas estes seis anos forçam a reflectir… e neste caso poder-se-á considerar que é um tempo já considerável.
Há seis anos, Aveiro mudava o seu executivo autárquico, sendo Alberto Souto substituído por Élio Maia (por vontade popular expressa nas urnas). O autarca renovaria, em 2009, o mandato camarário.
Na blogoesfera aveirense, espaço que se esperaria muito mais participativo, alguns que já existiam abandonaram a experiência, outros surgiram mas desapareceram, outros foram surgindo e nascendo. Alguns meses após Outubro de 2009 iniciava a minha colaboração, dentro da regularidade possível, com o Diário de Aveiro (já lá vão mais de cinco anos). Entretanto assistíamos ao “boom” das redes sociais (por exemplo, o twitter e o facebook) com impacto numa grande “fatia” da vivência dos cidadãos, do movimento associativo, das entidades, das empresas, da comunicação social, numa evidente alteração dos processos de socialização e comunicacionais (para o bem e para o mal).
Na sequência do 11 de Setembro continuávamos com a guerra no Iraque e no Afeganistão, numa imposição (desnecessária e questionável) de soberania americana ao mundo. Barack Obama sucede a um dos piores presidentes americanos: George W. Bush. Entretanto, ao fim de uma década, Bin Laden é descoberto, morto e “perdido” no mar.
Rebenta uma das maiores crises financeiras de que há memória, com a Europa a entrar em recessão e consequentes crises financeira e política.
O governo socialista (já minoritário) cai em desgraça e é substituído, à boca das urnas, por um governo de coligação numa viragem à direita da política nacional, ao que se junta o inevitável (apesar de protelado) recurso a ajuda financeira externa (Troika), com impactos demasiadamente elevados junto dos cidadãos, empresas e Estado.
Entretanto, no seguimento das reformas necessárias e impostas pelo memorando de entendimento de resgate financeiro (ajuda externa da Troika), ao fim de pouco mais de quatro meses de governação e após duas tentativas falhadas/adiadas na última década, Portugal poderá assistir a uma das mais significativas e importantes reformas administrativas do território, com a valorização e redimensionamento do poder local e da democracia de proximidade.
Embora considere que a redefinição da lei do exercício do poder local e das suas conjunturas eleitorais, não deixa de ser relevante a redefinição do papel, dimensão e do número das 4259 freguesias actualmente existentes (previstas apenas 1500 freguesias).
O Município de Aveiro não “fugirá” à regra. Aplicados, mesmo que de forma “cega” e a “régua e esquadro”, os princípios e as regras previstos no “Livro Verde da Reforma da Administração Local” (mesmo que um documento passível de alterações e melhoramentos) manter-se-ão cinco freguesias (Cacia, Eixo, Requeixo, São Bernardo, e Santa Joana) e serão agregadas, o que é diferente de extintas, as restantes nove (Aradas, Eirol, Esgueira, Glória, Nariz, Oliveirinha, São Jacinto, Vera Cruz e N. Sra. Fátima) – fonte: Associação Nacional de Freguesias, ANAFRE, na edição do Diário de Aveiro do dia 8 de Outubro.
Tal como vem sendo hábito nos últimos artigos e textos publicados sobre a temática da Reforma da Administração Local, esta questão, em particular, será mais extensamente abordada.
Até lá… pela cidadania, mais seis anos, pelo menos!

1 comentário:

jcm disse...

Parabéns, Miguel. Que seja por muitos anos...