É uma das enormes falhas do nosso sistema democrático.
É uma das válidas razões para a falta de confiança que os cidadãos depositam na política e nos partidos.
Vem isto a propósito da tolerância de ponto concedida, hoje (por meio dia), aos funcionários públicos.
Como funcionário da administração local não posso, a bem da verdade, dizer que não me soube bem ficar em casa esta tarde. Obviamente que soube.
Se a questão se colocar na concordância ou não com a tolerância, no caso concreto (nesta data), não teria qualquer problema em continuar a minha produtividade (seja muita ou pouca) até ao final da tarde.
Mas o que torna isto tudo deprimente são as razões do "prós e contras".
E neste "pingue-pongue" de argumentos, lamenta-se a posição e postura do Ministro da Presidência, Pedro da Silva Pereira.
Primeiro, não foi apenas Pedro Passos Coelho que se insurgiu contra a tolerância de ponto concedida: houve autarcas, cidadãos, funcionários, sindicatos. Usar apenas o PSD para vir fazer pressão política e eleitoral é, no mínimo triste e de uma calara falta de imaginação.
Segundo, embora a tradição governativa comprove que há muitos anos a esta parte é concedida tolerância de ponto na quinta-feira de Páscoa à tarde, a realidade é, neste ano, bem diferente: estamos em plena negociação de resgate e nunca (desde o 25 de Abril de 74) houve um feriado na segunda-feira a seguir ao Domingo de Páscoa.
Terceiro, em muitas circunstâncias e localidades, a tolerância concedida era "negociada" com a segunda-feira, por questões de tradição religiosa (concorde-se, goste-se, ou não).
Por outro lado, nunca percebi muito bem esta questão da quantificação económica da tolerância (20 milhões de euros). Os vencimentos já estão pagos (o que sobra apenas a questão de receber meio-dia sem trabalhar). Em relação à produtividade, o que não é feito (em meio-dia de trabalho) será completado na terça-feira. As taxas não cobradas transitam para terça-feira (como numa qualquer situação de feriado). E há consideráveis gastos que são contidos: água, luz, comunicações, combustível, etc.
Por fim... quem critica a tolerância comparando o público com o privado, não está a ser correcto. Há muitas entidades privadas que optaram por conceder, hoje, por meio-dia, tolerância de ponto (com conhecimento directo de causa).
1 comentário:
Difícil de acreditar é que seja Otelo Saraiva de Carvalho a dizer que falta neste País um Verdadeiro
Político Honesto como Salazar1...
e esta hem?
Este Homem se cá voltasse ficava "burro" com tanto cretino!
Zé de Aveiro
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