“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

16 fevereiro 2011

RIA(lidades)....

Publicado na edição de hoje, 16.02.2011, do Diário de Aveiro.

Preia-Mar
RIAlidades!


Ainda na crónica da passada semana (“Medidas… desmedidas”) fazia referência à necessidade de se retomar a questão da regionalização e à igual necessidade de se repensar o mapa administrativo nacional (autárquico). Por outro lado, é tema corrente no debate político a intermunicipalização, não só em termos administrativos (as regiões administrativas) como em áreas específicas como a mobilidade, por exemplo. Aliás, esta é uma questão por diversas vezes abordada em Aveiro para permitir uma maior dimensão aos operadores (públicos e privados) de transporte locais e regionais, se bem que, em alguns casos, entenda que deve haver primeiro uma reestruturação interna.
Mas a intermunicipalização não é apenas importante para o redimensionamento de um determinado serviço ou estrutura.
É também, ou principalmente, importante para conjugação de recursos, esforços, estratégias e políticas/medidas que promovam eficácia e desenvolvimento.
E é pena que a região de Aveiro ainda não tenha conseguido encontrar uma plataforma eficaz, relevante e pressionante ao nível do impacto na região e na administração central, para a requalificação, preservação e desenvolvimento do maior património natural: a Ria de Aveiro.
Existe um conjunto de acções desencadeadas, há alguns anos a esta parte, mas de forma isolada, pontual, sectorial. Nada de abrangente, global. Nem mesmo o tão falado Polis Litoral da Ria de Aveiro, os esforços da CIRA ou das Autarquias ribeirinhas (com gabinetes criados para o efeito), o papel do Turismo Centro, têm conseguido encontrar uma política sustentada e integrada de revitalização e promoção da Ria de Aveiro.
Isto porque a Ria de Aveiro não pode depender apenas do reordenamento da sua frente lagunar (como o que o Polis tem desenvolvido, e bem, em Ovar, S.Jacinto, Murtosa – prevendo-se ainda a sua extensão a Estarreja, Ílhavo, Vagos e Mira). A Ria de Aveiro é mais do que o ordenamento do seu “território”. São os seus ecossistemas e a sua ambientalidade, o turismo, o lazer e o desporto, a economia, a gastronomia, a história, a cultura e a vertente social.
A sua própria navegabilidade, muito deteriorada em grande parte da sua extensão, e o salgado, o moliço e a pesca.
A Ria de Aveiro merece uma gestão integrada, dinâmica e concretizadora, porque já muito se falou, já muito (eventualmente) se reflectiu… está, por isso, na hora de concretizar e de agir.
A Ria não é propriedade de ninguém, mas deve ser preocupação de todos. Um valor patrimonial natural infindável e um recurso das comunidades que merece um esforço colectivo e integrado.

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