“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

15 fevereiro 2011

E agora BE?!


Está, como já estaria logo à “nascença”, condenada ao insucesso a moção de censura do BE, anunciada para 10 de Março. Isto, independentemente da posição do PCP, pelo facto do CDS e do PSD terem já manifestado a sua intenção de voto, caso se concretize a apresentação da moção de censura ao governo: abstenção.
Nada seria mais lógico pela forma politicamente irresponsável como o Bloco de Esquerda apresentou a sua intenção.
Sem argumentos e fundamento válidos, fora de tempo, a despropósito, depois de Louçã quatro dias antes ter acusado o PCP por este ter anunciado um hipotética moção. Pior “a emenda que o soneto” seria a tentativa de “amolecer” o impacto negativo da decisão de Francisco Loução, com Fazenda a dizer que a moção era contra o Governo e contra a direita. A tal “maldita” direita que tanto era precisa para aprovar a moção. Ou seja, o Bloco de Esquerda “votou” contra a sua própria moção, ao aniquilá-la à nascença.
A única coisa que o Bloco de Esquerda conseguiu foi permitir ao Governo e a José Sócrates saírem por cima desta embrulhada, fazendo mais um número de vítima e de “Madalena arrependida”, e sacudir a água do capote da responsabilidade de tornar o país num caos ingovernável.

A argumentação do PSD afigura-se responsável e coerente, embora a expressão utilizada não seja a mais perfeita (“Este ainda é o tempo para o PS governar”). O que se afigura mais lógico é que esta ainda não será a altura para o PS sair. Porque esse tempo irá chegar pelas circunstâncias e por demérito próprio. Não fazia qualquer sentido que o PSD fosse assumir, nesta data, o derrube do Governo quando ainda estamos longe do balanço da execução orçamental.

E todo este “alarido” só serviu para desviar as atenções, mais uma vez, do essencial e dar tempo a José Sócrates de respirar: Portugal é dos países europeus onde há maior taxa de desemprego, onde o PIB menos cresceu, onde a economia estagnou.
Portugal vendeu dívida pública a longo prazo a uma taxa de 7,6% enquanto a vizinha Espanha vendeu a 5,25%. Portugal desespera por uma decisão da União Europeia (que na melhor das hipóteses será decidida em finais de Março) sem encontrar respostas próprias. Os portugueses já recorrem ao crédito para pagar medicamentos. E ainda somos enganados com uma operação fantasma do Instituto da segurança Social ao eliminar 100 postos de chefia que, afinal, se vem a verificar estarem vazios.

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