São muitas as vozes que bradam a todos os ventos as perigosidades dos fundamentos e princípios depravados do liberalismo (para muitos neoliberalismo) social-democrata, em várias medidas recentemente apresentadas por Pedro Passos Coelho para uma estabilização da sociedade e economia nacionais, nestes tempos de crise.
Acusam o PSD de delapidar o Serviço Nacional de Saúde, flexibilizar o emprego e as relações laborais, privatizar tudo e mais alguma coisa...
Mas enquanto muitos se entretêm neste discurso retórico e demagogo (tentado em vão quebrar o crescente peso político do PSD como alternativa governativa) , é o PS e o Governo que criam os mecanismos economicistas para prejudicar os mais elementares princípios básicos sociais: emprego, educação, saúde e justiça.
Em relação ao emprego cresce a lista dos portugueses que ficam sem os seus postos de trabalho e agravam-se as prestações sociais; encerram incoerentemente os serviços básicos de saúde, deixando muitos dos cidadãos à mercê da sorte e do destino; a justiça transformou-se num paradoxo, serve mais a uns poucos que a todos e de forma desigual...
Quanto à educação o cenário mostra um país assimétrico no acesso a uma educação básica consistente e igual a todas as crianças e famílias.
Aliás contrariando todos os princípios que o governo sempre disse defender e partilhar com os países nórdicos, nomeadamente a Finlândia. É que por lá, já há muito que se vem promovendo um ensino de proximidade, com escolas mais pequenas e integradas nas respectivas comunidades.
Até porque são discutíveis os princípios que orientam esta atitude do Ministério da Educação que não sabe o que há-de inventar mais para satisfazer um único objectivo: o cumprimento, seja porque vias for, de determinadas metas estatísticas. Mesmo que a qualidade do ensino e a aprendizagem não importem.
É discutível, por exemplo, que a aglomeração/concentração das crianças traga melhor e mais socialização e qualidade na aprendizagem.
É discutível ainda que não sejam apenas e tão só critérios economicistas o princípio que orienta tais medidas.
Começam a existir, com estas políticas, demasiados "portugais" distintos, desequilibrados e injustamente privados de igualdade de oportunidades e condições de desenvolvimento.
Assim como é discutível que o estado garanta todas as condições (transporte, alimentação, melhores escolas, etc) que minimizem os impactos nas crianças, nas famílias e nas comunidades com o encerramento de 700 centros educativos do 1º ciclo do ensino básico.
Acresce ainda que há um sinal claro de distanciamento do governo em relação à realidade do país. Não tendo capacidade para convencer a sociedade, nem capacidade para sustentar a argumentação e a defesa dos princípios que norteiam as políticas governativas, a opção recai sobre o efeito "surpresa" e a falta de solidariedade e colaboração institucionais com os diversos agentes. Ao caso, os vários municípios que estavam em negociações com as diversas Direcções-gerais de Educação o processo de redistribuição da rede escolar do ensino básico.
O Concelho de Aveiro também foi "contemplado" com o encerramento previsto para a EB 1 de Aradas e para a EB de Eirol. Embora seja muito mais "dramática" a realidade do Norte e Interior do País... os sacrificados de sempre.
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