“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

26 dezembro 2009

Bicentenário...

Comemora-se, hoje, 26 de Dezembro de 2009, o Bicentenário do nascimento de uma das maiores personalidades vultos de Aveiro: José Estêvão Coelho de Magalhães. Acresce o seu papel politico e social na vida portuguesa, nomeadamente o seu contributo pelo ideal liberal e o seu relevo parlamentar.

Resumidamente:
José Estêvão Coelho de Magalhães, natural de Aveiro, notabilizou-se como um dos mais eloquentes parlamentares do seu tempo, defendendo ideias de justiça e de progresso.
Nasceu a 26 de Dezembro de 1809, em Aveiro e morreu a 4 de Novembro de 1862, em Lisboa. Aluno do convento de Santo António, onde aprendeu as primeiras letras, prosseguiu os seus estudos, com José Lucas de Sousa da Silveira e o seu tio avô paterno, com quem aprendeu Latim e Retórica com o Padre Manuel Xavier de Sousa. Com apenas 16 anos cursou Direito na Universidade de Coimbra. Em Maio de 1828, alistou-se no terceiro Batalhão Académico, força que se manifestava contra o regime absolutista de D. Miguel. Em Aveiro conseguiu sublevar os Liberais da região.
Como consequência da sua acção, foi obrigado a interromper os estudos e a exilar-se na Galiza, juntamente, com as forças da Junta do Porto e daí para Inglaterra. Em 1829, entrou na Ilha Terceira e tomou parte nas lutas dos Açores, onde assistiu à tomada do Faial.
A 8 de Julho de 1832 desembarcou no Mindelo, numa expedição comandada, por D. Pedro. Em 1834 é nomeado para o cargo de Tenente de Artilharia e contribuiu para a vitória liberal. Nesse mesmo ano regressa a Coimbra para finalizar a sua formatura. José Estêvão, tal como muitos dos liberais da época, participou em várias revoluções, entre elas as que se sublevaram entre 1836 e 1851. Em 1837 e 1851 foi eleito deputado pelo círculo de Aveiro.
Enquanto eleito para Aveiro, entre outros projectos:
•a estrada Aveiro/Albergaria-a-Velha, em 1852;
•a estrada Aveiro/Mogofores, em 1853;
•a draga para a limpeza do cais, em 1853; o telégrafo eléctrico, em 1854;
•a construção do edifício do Liceu José Estêvão, em 1855;
•a estrada Aveiro/Gafanha, em 1856;
•várias reabilitações, no cais, em 1860;
•a estação de Aveiro, na linha Porto/ Lisboa, em 1861;
•e a estrada Aveiro/Águeda, via Eixo, em 1861.
De entre as obras que deixou impressas, é de salientar o contributo para o Districto de Aveiro, cuja publicação remonta a 1861 e os Discursos Parlamentares, compilados em colectânea, publicada em 1909, aquando do primeiro centenário do seu nascimento e reeditada em 1983 pela autarquia aveirense.

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