“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

24 dezembro 2009

Ah! É Natal, claro...

Publicado na edição de hoje, 24 de Dezembro, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia!
Ah! É Natal, claro…

Estamos em véspera do Dia de Natal…
Por muitos e variados que possam ser os temas e as solicitações para expressar conceitos e fundamentos, nesta data, é imperativo falarmos do Natal.
Por outro lado, seriam muitos os clichés e lugares-comuns que se poderiam usar nesta altura: a conceptualização católica ou cristã do Natal, o espírito comercial e consumista, a consciência solidária e humanista, etc.
Mas há um aspecto que ganha especial relevo: as inúmeras campanhas de solidariedade que proliferam nas ruas, nesta altura.
Muitos questionam a “concentração” e o excesso de solicitações numa altura em que os gastos (por vezes excessivos) retiram a disponibilidade e sensibilidade para o contributo financeiro.
Mas esta poderá ser uma “falsa realidade”. Se não, vejamos: no Natal são as prendas para os “sapatinhos”; normalmente, em Março são os folares para afilhados; no verão são os gastos com as férias; e ciclicamente, após o início dos anos lectivos, voltamos ao Natal.
Desta forma, muito dificilmente ou muito raramente, teríamos campanhas de solidariedade e angariação de contributos.
A razão do vasto número de “bancas”, cartazes, publicidades, interpelações em espaços comerciais ou na rua, prende-se com a noção (na maioria dos casos, comprovada) de que, nesta altura, há uma maior disposição dos cidadãos ou de entidades para as questões solidárias. E mesmo em tempos de crise e de dificuldades generalizadas, os portugueses já comprovaram a sua disponibilidade para ajudar os outros e os que mais precisam (como foi espelho a última nacional campanha do Banco Alimentar).
Por outro lado, o que não deixa de ser uma evidente constatação é a quantidade, por vezes incompreensível, de Associações com objectivos e missões praticamente iguais ou muito semelhantes. E isso é que cria alguma apatia e indiferença.
São as Associações dirigidas às crianças, aos idosos, aos cidadãos portadores de deficiência, às ligadas a doenças, aos problemas familiares …
Tal como se percebe a fundamentação da concentração das campanhas em época natalícia, não seria igualmente mais proveitoso para a sociedade e para a resposta solidária dos cidadãos se houvesse uma maior aglomeração de esforços e objectivos e respectiva diminuição do número de associações similares?!
Entendo que a dispersão, nestes casos, não favorece o esforço, o trabalho e compromisso de solidariedade social.
E já agora… A Todos um Feliz NATAL.

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