“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

25 setembro 2009

Notas Breves...

Texto para ser publicado, hoje, no Diário de Aveiro, mas que não consegui enviar atempadamente.
Sais Minerais
Notas Breves… e suspensão!

Não há, normalmente, período eleitoral sem “casos”, “histórias” ou os chamados “golpes baixos”.
Aliás… não há política sem “casos”, “histórias” ou os chamados “golpes baixos”. Há muito que a ética e a política (o seu debate e confronto) estão de “costas voltadas”.
E, no caso concreto deste período eleitoral, são já vários os chamados “casos” eleitorais: TVI, TGV e Espanha, a Asfixia, os PPR’s e Investimentos do Bloco de Esquerda, etc…. e, por último, o caso das “escutas do Governo à Presidência da República”.
Normalmente, os casos de campanha, não passam disso mesmo: casos que servem para distraírem do essencial ou criarem desconforto no campo adversário.
Mas desta vez, nem tudo é distracção e há, de facto, casos que merecem alguma ou muita preocupação, e especial atenção.
No caso da TVI (Jornal de sexta) já muito foi dito, embora nem tudo esclarecido, e aguardam-se mais desenvolvimentos.
No caso das “escutas” (ou supostas escutas) à Presidência da República, é crucial reflectir sobre o “caso” em três vertentes:
1. Jornal Público vs Diário de Notícias.
Do ponto de vista da Comunicação Social, é extremamente grave, ética e deontologicamente, que um órgão de comunicação concorrencial tenha avançado com a publicação de documentação interna de um outro jornal. E já agora era importante que o DN citasse as suas fontes (já que citou as fontes constantes do e-mail publicado) e informasse como é que teve acesso ao e-mail interno do Público e do jornalista Luciano Alvarez.
Convém lembrar o posicionamento editorial do DN próximo do PS. Assim, tal publicação só veio trazer mais um “caso” à campanha e favorecer, claramente, o PS.
Correcta foi a postura do Expresso que ao ter, igualmente, conhecimento do documento do Jornal Público, decidiu não o publicar e manter a sua própria investigação jornalística.
2. Esclarecimentos necessários e urgentes.
O Presidente da República, no âmbito dos acontecimentos, tinha já, publicamente, afirmado que, face ao momento eleitoral, apenas se pronunciaria após os resultados das Legislativas.
Poder-se-á questionar se Cavaco Silva deveria ou não, face à gravidade do caso, demonstrar a sua posição e opinião sobre o assunto. Entendo que por menos (pelo menos para a maioria dos cidadãos) fez parar o País, no Verão de 2008, para vir falar de um tema que à esmagadora maioria dos cidadãos disse “zero”: o veto ao estatuto dos Açores (mesmo que mais tarde o Tribunal Constitucional lhe tenha dado total razão).
Mas se temos a imagem do Presidente da República como um homem político de grande astúcia e experiência, não se compreende como, depois das suas afirmações e a escassos dias do acto eleitoral, venha demitir o seu principal assessor de imprensa, pessoa que o acompanha há mais de vinte anos.
E se a demissão, por si só, parece irreal, mais se pode dizer do facto de a mesma ter ocorrido sem qualquer explicação e abordagem sobre o tema.
Para isso, a coerência deveria ter levado o Presidente da República a tomar todas e quaisquer posições apenas após as eleições, como sempre afirmou.
3. Questão pertinente (e última)
Face à realidade dos acontecimentos, permanece, apesar de todos os factos, a dúvida que é necessária esclarecer: há ou não escutas do Governo ao Presidente da República?! Ainda só sabemos a versão de um dos lados da “barricada”.
É que com a demissão, apenas ficámos a saber (deduz-se) que o Assessor de Imprensa de Cavaco Silva falou em nome próprio.
Muito pouco para tão grave polémica.
Por último, por indicação da ERCS (Entidade Reguladora da Comunicação Social), e por uma questão de ética, as Crónicas “Sais Minerais” vão interromper a sua publicação, regressando depois das eleições autárquicas. Com toda a certeza, mais fortes e com “olhares mais atentos”…
Tal circunstância prende-se com o facto de ser candidato, pela Lista de Fernando Marques, à Assembleia de Freguesia da Glória.
Resta-me, por isso, dizer um “até daqui a duas semanas” e apelar à mais importante participação cívica dos cidadãos: Votar. È um direito e um dever de todos.
Para que Portugal e Aveiro cresçam…

Ao sabor da pena…

1 comentário:

Pé de Salsa disse...

Miguel,

Votar, é um direito e também um dever de todos. De acordo!
Vamos todos votar para que Portugal não regrida.

Um abraço.
Pé de Salsa