Publicado na edição de sexta-fera, 2.01.09, de "O Aveiro".
Responsabilidade Política.
O Editorial da edição anterior de “O Aveiro”, da responsabilidade do Dr. Pedro Pires da Rosa, focava, de forma interessante e consistente, o problema da “Política e os Cidadãos”, nomeadamente com o inaceitável episódio das faltas parlamentares.
O editorial em causa referia-se à necessidade de controlo do comportamento e assiduidade dos deputados da Assembleia da República.
A posterior reflexão sobre o conteúdo editorial, demonstra que há, no entanto, outras perspectivas e preocupações que se afiguram igualmente relevantes: o papel e desempenho político dos deputados da nação e a ausência do exercício de cidadania e a sua participação na construção do “espaço público” por parte dos cidadãos.
A questão levantada em torno do absentismo parlamentar só permite sustentar (para além da inquestionável falta de controle) que existem deputados a mais no parlamento. Para além de reforçar a ideia, ou a certeza, de que uma grande parte dos mesmos não subscreve um requerimento, uma intervenção ou produz qualquer desempenho profissional prático para além de “levantar o braço”. Já para não referir que quase a totalidade dos eleitos, após o acto eleitoral, se distancia totalmente do cidadão e da região que o elegeu.
Isto significa que o Estado (todos nós) paga a quem pouco ou nada produz. E é isto que distancia o cidadão da política e dos partidos.
Assim, urge uma redefinição urgente do papel, do desempenho e da responsabilidade política dos eleitos da nação.
Mas por outro lado, não se pense que este é apenas um problema da classe política.
A realidade demonstra que o cidadão também se alheou da sua participação cívica, do seu papel e responsabilidade na construção do “espaço público”: a sociedade.
Falta espírito crítico, participação, intervenção social e sentido comunitário. E nas coisas mais simples: na escola, no local de trabalho, no bairro, na freguesia ou no município. Sempre que é solicitada a participação, a maioria dos cidadãos alheia-se da sua responsabilidade (também) política e comunitária, deixando para o poder político toda e qualquer decisão (que mais tarde não se inibe de contestar e criticar).
É também altura, no aproximar de um ano que se afigura extremamente difícil e exigente, de uma maior participação e exercício do direito de cidadania.
Mas para já… um Feliz Natal!
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