“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

02 novembro 2008

O que é Nacional

nem sempre é bom...
O Governo prepara-se para "nacionalizar" o BPN (fonte TSF).
Enquanto a faixa esquerda (por exemplo o PCP) rejubila de alegria por haver "mais Estado", é grave que esta situação tenha o "compadrio" do Governo, dos Partidos Políticos com assento Parlamentar e do próprio Presidente da República (mais preocupado com o "queijo dos Açores" do que a justiça social e a economia deste país).
Se não, vejamos:
1. Se não fosse a "Crise", ainda hoje o BPN continuaria a fazer negócios bancários duvidosos, a comprar quintas e vinhos, arte e a manter as suas contas paralelas em "offshores".
2. Tudo isto com a conivência do Banco de Portugal. Com a mesma passividade no caso BCP. Só quando a bomba rebenta é que a entidade que deveria regular a banca actua. Tarde e a más horas.
3. Porque razão o Estado tem o"dever" de intervir nas instituições bancárias e de crédito privados?! Não são empresas como as outras?! Porque é que o Governo não intervém igualmente nas empresas que estão constantemente a encerrar, colocando centenas de milhares de pessoas no desemprego, todos os meses?!

3 comentários:

João Pedro Dias disse...

Caro Miguel,
Não é só a esquerda a rejubilar com a eistência de mais Estado. A democracia-cristã responsável - que não é de esquerda - sempre advogou que o Estado tem de estar na economia, no mundo real e em variados secttores que, pela sua importância estratégica e social não podem ser deixados integralmente nas mãos da iniciativa privada ou do mercado. Essas são as teses liberais. As teses democratas-cristãs preconizam uma economia SOCIAL de mercado que não tem nada que ver com a ecoonomia de mercado liberal e capitalista. Nessa óptica é bem-vinda a nacionalização de um Banco que estava aparentemente falido. E é bom que o Estado esteja em muitos outros domínios de onde, por força da moda, se retirou recentemente: a saúde, a educação, a segurança social. São domínios importantes demais para serem deixados à inteira disposição dessa coisa chamada mercado que ninguém sabe bem o que é, quem controla, por que regras se rege. Aliás, na esteira do ensinamento do Prof Adriano Moreira, que como sabes teve a gentileza de ser meu orientador académico, eu sou dos que acham que o Estado hoje é e deve ser cada vez mais a última instância da garantia dos direitos e das liberdades individuais dos cidadãos. Essas coisas que não podem ser deixadas à disposição do mercado e do capital. Aqui está um tema que daria uma excelente discussão! Abraço amigo. JPD

João Pedro Dias disse...

Caro Miguel,
Não é só a esquerda a rejubilar com a eistência de mais Estado. A democracia-cristã responsável - que não é de esquerda - sempre advogou que o Estado tem de estar na economia, no mundo real e em variados secttores que, pela sua importância estratégica e social não podem ser deixados integralmente nas mãos da iniciativa privada ou do mercado. Essas são as teses liberais. As teses democratas-cristãs preconizam uma economia SOCIAL de mercado que não tem nada que ver com a ecoonomia de mercado liberal e capitalista. Nessa óptica é bem-vinda a nacionalização de um Banco que estava aparentemente falido. E é bom que o Estado esteja em muitos outros domínios de onde, por força da moda, se retirou recentemente: a saúde, a educação, a segurança social. São domínios importantes demais para serem deixados à inteira disposição dessa coisa chamada mercado que ninguém sabe bem o que é, quem controla, por que regras se rege. Aliás, na esteira do ensinamento do Prof Adriano Moreira, que como sabes teve a gentileza de ser meu orientador académico, eu sou dos que acham que o Estado hoje é e deve ser cada vez mais a última instância da garantia dos direitos e das liberdades individuais dos cidadãos. Essas coisas que não podem ser deixadas à disposição do mercado e do capital. Aqui está um tema que daria uma excelente discussão! Abraço amigo. JPD

Migas (miguel araújo) disse...

Companheiro
Eventualmente, posso não me ter exprimido corectamente.
Como bem sabes, as coisas saem, muitas vezes, ao sabor da pena.
Concordo, como será óbvio, contigo na questão da visão centrista (e democrata-cristã) da intervenção social do Estado. Até aqui estamos entendidos.
Mas ao que eu me referia e ao controlo total (ou se quisermos, totalizador) do Estado sobre a vida dos cidadãos, as suas opções.
É o regressar a 1975, para melhor contextualizar.
É a desvalorização do indivíduo e apreocupação única com o colectivo.
Era a isto que eu me referia.
E entendo que é grave a não acção do Banco de Portugal, atempada e reguladora.
Um grande abraço