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27 dezembro 2007

A cereja no cimo do bolo!

Publicado na edição de hoje (27.12.2007) do Diário de Aveiro.

Crónicas dos Arcos
Gestão Educacional. A cereja no cimo do bolo!


Praticamente chegados ao final de mais um ano, é altura para as usuais reflexões e revistas.
Este ano de 2007, foi profícuo em acontecimentos que marcaram a política, a economia, a sociedade, a cultura e o desporto. No entanto, não caberá aqui (ou hoje) efectuar essa “revisão da matéria”. Mas destacar, mais uma vez e infelizmente, pela negativa, um sector que, durante 2007, foi repetidamente alvo de análise: o sistema de ensino.
Depois das badaladas aulas de substituição e do controverso (avanço e recuo) estatuto do aluno, já na recta final deste ano (há cerca de duas semanas) o Primeiro-Ministro, no debate da nação, sob a égide da educação, apresentava mais uma medida estrutural do nosso ensino: os conselhos gerais escolares. Esta nova medida governativa prevê alterações à lei de autonomia, gestão e administração escolar. De acordo com o projecto de lei elaborado pelo Governo, é estabelecido um Conselho Geral que terá vinte elementos (máximo), sendo constituído por professores, funcionários não docentes, encarregados de educação, representantes da autarquia e da comunidade local. No entanto este órgão não poderá ser presidido por um docente e terá competência (entre outras) para eleger ou demitir o director (este sim, professor).
Pretende esta “inovação”, segundo as próprias palavras de José Sócrates, “abrir a escola, reforçando a participação das famílias e comunidades na sua direcção estratégica - favorecer a constituição de lideranças fortes nas escolas e reforçar a autonomia das escolas”.
Do governo (seja ele qual for) esperam-se, de facto, reformas. Mas reformas estruturadas, coerentes, capazes de promoverem desenvolvimento social e económico e que tragam qualidade de vida. No caso concreto do ensino, num dos sectores vitais da sociedade, espera-se que as reformas educativas não passem de demagogias ou propostas que disfarcem e tentem fazer esquecer o essencial: a educação “bateu no fundo”. Faltam reformas eficazes de programas, currículos, de uma reestruturação que devolva o papel natural ao professor, que promova a verdadeira aquisição do conhecimento, do saber e da prática ao aluno e o prepare para a sua inclusão na sociedade futura.

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