“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

11 junho 2007

Nós os OTArios. (actualiz.)

O retomar da problemática da OTA começa a ter contornos que ultrapassam o racional, o lógico e o bom-senso.
Tudo parece começar a delinear, não a credibilidade ou racionalidade de um projecto megalómano ou a problemática da sua localização (tendo em conta critérios ambientais, de mobilidade e acessibilidade, de estruturação eficaz), mas um debate que apenas se centra no "combate" e confronto político entre uma governo maioritário (com a sua opção tomada) e uma oposição que apenas tem o objectivo de retirar protagonismo ou eventual eficácia governativa a quem detém o poder.

No encerramento do debate sobre o novo aeroporto de Lisboa, o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, afirmou que o Governo vai fazer estudos comparativos entre a Ota e Alcochete, para saber qual destes é o melhor local para construir o novo aeroporto de Lisboa.
(RTP on-line)
A oposição foi unânime na saudação ao "recuo" do Governo por decidir estudar a alternativa Alcochete para construir o novo aeroporto, enquanto que o PS elogiou a "abertura" demonstrada pelo executivo para estudar uma proposta da sociedade civil. (RTP on-line)

Entre saudações e elogios, resta-nos a revolta e angústia.
Mas será que ninguém coloca a questão de não ser necessário, nem fundamental e nem realista, um novo aeroporto?!
(actualização)
Uma voz concordante no Aristália (Susana Barbosa) para ler atentamente aqui:

6 comentários:

Terra e Sal disse...

Meu Caro Miguel:
Assunto interessante este, que aqui nos traz de Ota, ou não Ota.
Bem, penso ao contrário de si, que o aeroporto é necessário e importante para o nosso desenvolvimento e enriquecimento turístico.

Agora na localização do mesmo, já não posso ser tão afirmativo. E, claro, uma localização é sempre assunto discutível, sendo que, penso, que há muitos meios para sabermos onde ficará melhor situado, e a Espanha, a nossa “concorrente” no sol, também é determinante.

Neste momento, na minha interpretação, o importante é o recuo ou pelo menos o aparente recuo, que o Governo está a fazer. Sinceramente fiquei admirado, nunca pensei.

Depois de tanta convicção e determinação pensava que estava decidido sem apelo nem agravo a Ota.
Independentemente de gostarmos ou não das atitudes deste governo habituou-nos a que, depois de uma decisão as coisas não voltavam atrás.

Agora parece-me que começou a “tossir e a mugir” por causa do aeroporto, ou melhor, com a sua localização.
Não sei se isso é bom ou mau sinal...
Vamos esperar para ver o que acontece, mas engraçado, penso que Alcochete não vai avante, não me “cheira”.
Uma intuição, apenas e só.
Um abraço

C Valente disse...

Tanta Ota, tanto mar.
Alcochete, Poceirão,
porque não no Tejo
Junto ao Porto Brandão

Susana Barbosa disse...

Caro Miguel!

"Aparente recuo", diz o Terra & Sal, eu acho que sim, se estiver interessado em saber porquê, eu tenho a explicação no Arestália, em «Ota (s)nim»

Cumprimentos

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Terra&Sal
O país tem necessidades ao nivel da sua estrutura e desenvolvimento muito mais preocupantes que a construção de um novo aeroporto.
Olhe para o nosso interior... para a educação, a saúde, a economia ou o atraso tecnológico e industrial.
Um país com uma crise financeira como a nossa pode dar-se ao luxo de construir um novo aeroporto (seja lá onde for) de tamanha envergadura?
Porque é que o Governo e os seus estudos "obrigaram" a uma "hipotética" e conveniente saturação do aeroporto da portela em desprezo pelo aeroporto Sá Carneiro, desviando deste inúmeros voos?!
Para justificar a saturação e fundamentar a eventual necessidade de um novo aeroporto?!
Só pode, não é?!
Portugal tem infraestruturas,a este nível, suficientes e perfeitamente adaptáveis à nossa realidade e ao nosso crescimento.
Sou muito mais a favor do TGV que nos aproxima mais de Espanha e favorece mito melhor as acessibilidades e mobilidades dos nossos compatriotas e dos nossos ilustres visitantes.
Um forte abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Viva Susana
Tomei a liberdade (por aqui ainda é coisa que não tem imposto - o que não signifca que não tenha um preço) de linkar o seu post que achei muito interessante.
Cumprimentos

Susana Barbosa disse...

Obrigada, Miguel. Diz muito bem, por enquanto. Ao ritmo que o saque dos impostos entra nos nossos bolsos, um destes dias sabe-se lá ;))