Vem este a propósito das palavras, como sempre eloquentes, do ilustre Terra & Sal, ao comentar o post anterior.
De facto, o ser humano (pelo menos o português, mas penso que é condição universal) tem uma avidez desmedida pelo trágico, pelo macabro, pela infelicidade. No caso luso, esta é uma das características da nossa identidade nacional, como nos diz Eduardo Lourenço: o fado, o destino, a tragédia.
Em pleno século XXI ainda continuamos a ser (para muitos, orgulhosamente) o país dos coitadinhos.
E é em torno desta mistificação da nossa existência que a vida de muito boa gente vai desfilando no dia-a-dia. E se a tragédia tem a potencialidade de tomar proporções mediáticas e de realce público e global, então mais facilmente “afiambramos” a questão.
Infelizmente, como em tudo na vida, esta triste realidade provoca óbvios e legítimos sentimentos de revolta e frustração, a quem, nas mesmíssimas condições, não foi dado o devido destaque e importância.
Foi este um dos aspectos que me interessou focar e demonstrar no post (e artigo no Diário de Aveiro) anterior.
Mas há um outro lado que importa referir e analisar de forma mais abrangente.
E o papel dos media neste contexto? Qual a sua capacidade ou vontade de criar fluxos de informação que gerem verdadeiro conhecimento, sem entrar em mediatismos, populismos e uma informação sem credibilidade?
Esta é outra vertente que pretendi abordar no meu post/artigo anterior.
A comunicação social de hoje, nomeadamente a portuguesa, vive, no meu entender, uma crise de identidade e de afirmação muito grande. Pelo menos uma afirmação que não caia no facilitismo, no populismo ou na mediocridade.
No caso concreto da criança inglesa, os media portuguesas não souberam ser impunes a uma pressão externa (dos media ingleses); não souberam ser isentos na abordagem de uma problemática que já teve casos semelhantes em Portugal e não foram tão exaustivamente abordados (nem apoiados); não souberam ser dominantes, do ponto de vista cultural, por forma a exercer uma capacidade informativa e educativa junto da população; e não foram capazes de não ser influenciados pelo receio do impacto negativo que o caso teve, tem ou poderá vir a ter, numa região que, do ponto de vista turístico, é a mais privilegiada do país.
Infelizmente, é este o cenário dos media que vivemos hoje no nosso país. Um país que vive, no campo da comunicação e da cultura, na triste realidade da “Bela e o Mestre”, dos Big Brothers e afins.
Por outro lado, era já altura de os meios de comunicação social terem a capacidade de promoverem uma país culturalmente mais forte.
Esta incapacidade de afirmação, “receio” de não serem isentos, num mundo globalizado como o do dia de hoje, é preocupante.
Qualquer meio de comunicação social, britânico ou americano (como exemplo), tem a sua tendência política e o seu princípio editorial baseado na finalidade de informar claramente, sem ter que ser “hipocritamente” isento ou imparcial.
Qualquer americano sabe que ao comprar ou ler um Washington Post ou um New York Times está a receber informação ligada ao sector Republicano ou Democrata.
Qualquer britânico que compre e leia um jornal inglês sabe que está a receber informação ligada aos Trabalhistas ou aos Conservadores.
Em Portugal vive-se uma hipocrisia e uma camuflagem desta vertente, obrigando a que os jornalistas sejam muito mais pressionados (até mesmo por questões contratuais e laborais) pelo peso economicista da sustentabilidade dos media.
É já altura para que o Jornalismo em Portugal possa ser visto, lido e ouvido de forma coerente e que seja, de facto, um motor cultural para o desenvolvimento social do país.
De facto, o ser humano (pelo menos o português, mas penso que é condição universal) tem uma avidez desmedida pelo trágico, pelo macabro, pela infelicidade. No caso luso, esta é uma das características da nossa identidade nacional, como nos diz Eduardo Lourenço: o fado, o destino, a tragédia.
Em pleno século XXI ainda continuamos a ser (para muitos, orgulhosamente) o país dos coitadinhos.
E é em torno desta mistificação da nossa existência que a vida de muito boa gente vai desfilando no dia-a-dia. E se a tragédia tem a potencialidade de tomar proporções mediáticas e de realce público e global, então mais facilmente “afiambramos” a questão.
Infelizmente, como em tudo na vida, esta triste realidade provoca óbvios e legítimos sentimentos de revolta e frustração, a quem, nas mesmíssimas condições, não foi dado o devido destaque e importância.
Foi este um dos aspectos que me interessou focar e demonstrar no post (e artigo no Diário de Aveiro) anterior.
Mas há um outro lado que importa referir e analisar de forma mais abrangente.
E o papel dos media neste contexto? Qual a sua capacidade ou vontade de criar fluxos de informação que gerem verdadeiro conhecimento, sem entrar em mediatismos, populismos e uma informação sem credibilidade?
Esta é outra vertente que pretendi abordar no meu post/artigo anterior.
A comunicação social de hoje, nomeadamente a portuguesa, vive, no meu entender, uma crise de identidade e de afirmação muito grande. Pelo menos uma afirmação que não caia no facilitismo, no populismo ou na mediocridade.
No caso concreto da criança inglesa, os media portuguesas não souberam ser impunes a uma pressão externa (dos media ingleses); não souberam ser isentos na abordagem de uma problemática que já teve casos semelhantes em Portugal e não foram tão exaustivamente abordados (nem apoiados); não souberam ser dominantes, do ponto de vista cultural, por forma a exercer uma capacidade informativa e educativa junto da população; e não foram capazes de não ser influenciados pelo receio do impacto negativo que o caso teve, tem ou poderá vir a ter, numa região que, do ponto de vista turístico, é a mais privilegiada do país.
Infelizmente, é este o cenário dos media que vivemos hoje no nosso país. Um país que vive, no campo da comunicação e da cultura, na triste realidade da “Bela e o Mestre”, dos Big Brothers e afins.
Por outro lado, era já altura de os meios de comunicação social terem a capacidade de promoverem uma país culturalmente mais forte.
Esta incapacidade de afirmação, “receio” de não serem isentos, num mundo globalizado como o do dia de hoje, é preocupante.
Qualquer meio de comunicação social, britânico ou americano (como exemplo), tem a sua tendência política e o seu princípio editorial baseado na finalidade de informar claramente, sem ter que ser “hipocritamente” isento ou imparcial.
Qualquer americano sabe que ao comprar ou ler um Washington Post ou um New York Times está a receber informação ligada ao sector Republicano ou Democrata.
Qualquer britânico que compre e leia um jornal inglês sabe que está a receber informação ligada aos Trabalhistas ou aos Conservadores.
Em Portugal vive-se uma hipocrisia e uma camuflagem desta vertente, obrigando a que os jornalistas sejam muito mais pressionados (até mesmo por questões contratuais e laborais) pelo peso economicista da sustentabilidade dos media.
É já altura para que o Jornalismo em Portugal possa ser visto, lido e ouvido de forma coerente e que seja, de facto, um motor cultural para o desenvolvimento social do país.
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