“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

06 junho 2007

Contas à vida

No dia em que está previsto o anúncio do Banco Central Europeu no aumento das taxas de juro para 4%, relembra-se a divulgação ontem (06.06.07) do Relatório de Estabilidade Financeira de 2006 do Banco de Portugal: as famílias portuguesas vão ter mais dificuldade em pagar as suas dívidas, principalmente aquelas com menores recursos, mais propensas a situações de desemprego ou trabalho temporário e a necessidade do recurso ao crédito. Acresce a referida subida da taxa de juros.
Outro dado relevante, refere-se a 2006 e indica que a taxa de crédito bancário concedido aumento 10%.
É certo que a medida do aumento da taxa de juro é definda pelo Banco Europeu, mas ela deveria ter medidas internas (quer governativas, quer das instituições bancárias) que deveriam minimizar um impacto que tem reflexos ao nível familiar, a nível económico e do desenvolvimento nacional (sendo certo que a nação portuguesa, na versão Mário Lino, é a que corresponde ao deserto do sul e ao oásis do norte).

2 comentários:

Terra e Sal disse...

É certo meu Caro Amigo que, as taxas são determinadas bem longe daqui, como é certo também que os mais ricos é que determinam como tudo na Europa e no mundo deve funcionar.
O capital avança como as águas de uma cachoeira sem entraves nenhuns. A parte social, nem é pensada, logo não é considerada, e também não tem força para reagir aos “exercícios” que eles fazem para que tudo funcione sem grande esforço ou preocupações, para alguns.
O mundo cada vez vai ficando mais propriedade de uns poucos.
São as regras de uma economia de mercado, dizemos nós, e não conseguimos descobrir que atrás dela e mal disfarçada se esconde, um capitalismo selvagem.
Cumprimentos

Migas (miguel araújo) disse...

Amigo Terra&Sal.
Concordo perfeitamente consigo que a economia não pode nem deve funcionar sem a vertente social.
E neste caso concreto é de facto preocupante, porque as medidas impostas projectam-se ao nível familiar e social.
No entanto, é ainda mais procupante que os países, e no caso concreto Portugal, não tenham capacidade, nem vontade política, para complementar medidas económicas globais, com outras medidas estruturais que minimizem os efeitos mais negativos das mesmas junto dos seus cidadãos.
Aliás este é um processo que revela a mesquinhez da nossa política, dos nossos políticos e da nossa governamentação: tomam-se e adoptam-se medidas sem qualquer complementariedade ou desfezadas da realidade social que vivemos.
E é claro, há sempre alguém que pague... infelizmente sempre os mesmos.
Um forte abraço