“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

22 agosto 2006

Uma no cravo

Outra na ferradura.
Assim reza o dito popular.
Assim revemos o Senhor Presidente do Governo Regional da Madeira.
De "bacurada" em "bacurada". De malcriadez em malcriadez. De parvoíce política em parvoíce retórica.
A Madeira precisa de um verdadeiro 25 de Novembro.
Às portas com os cortes de financiamentos resultado da próxima revisão da actual Lei das Finanças Regionais, as ameças e as modormias do "Senhor Madeira" não param. O melhor da história é que já não surpreendem.
O País tem necessidades muito mais evidentes e prioritárias para o seu desenvolvimento sustentável e etruturado, do que alimentar um paraíso como a Madeira, com muito pouco em troca, senão um preocupante parasitismo.
Direitos todos. Deveres muito poucos (para não dizer, nenhuns).
O interessante deste recente processo é a hipocrisia política e retórica do Dr. Alberto João Jardim. O Prof. Cavaco Silva enquanto Primeiro-Ministro era o Sr. Silva.
Agora como Presidente da República, já serve para servir de intermediário nas necessidades madeirenses e para colocar um travão à guerra socialista contra a Madeira. Quando precisa já sabe onde está e já reconhece o "contenente".
Esta permissa é que está errada.
É que a guerra não é dos socialistas. É de todos os portugueses inteligentes, coerentes e com um pingo de decência (só um basta).
E já agora sejamos responsáveis e educados. Respondam por favor ao Sr. Alberto João Jardim.
Eu, pessoalment, digo-lhe: A Madeira quero, se os Madeirenses assim o quiserem. Quanto ao Dr. João Jardim, digo que dispenso. E se for o caso, dispenso com ele a própria Madeira.
A bem de Portugal.

11 comentários:

AC disse...

Devo dizer Caro Miguel que tenho em mau apreço a classe política e o senhor Jardim é somente um subproduto dessa classe. Inclassificável.

Quanto aos Madeirenses, são apenas portugueses expatriados, nem mais nem menos inteligentes do que os ficaram e que designamos colectivamente por povo, ou gado eleitoral pagador de impostos.

Quando os inefáveis pais da democracia começaram a conceder as diferentes independências, talvez por esquecimento ou porque ninguém pediu, deixaram de fora os Açores, Madeira e as Berlengas mas, estamos sempre a tempo.
Cpts

Terra e Sal disse...

Caro Migas:
Cá me tem depois do susto que me pregou para lhe falar hoje, da "ordem do dia"

O Governo chefiado por José Sócrates tem até hoje feito uma governação com coerência, firmeza e verticalidade.

Muita “Esquerda” não esperava nem desejava este modelo...
E possivelmente nem será este o modelo mais adequado à “doutrina socialista”...
Mas no atoleiro em que estamos metidos, penso não ser possível aplicar outro.

Depois sabemos que o Governo até hoje, tem resistido a pressões sociais de vária ordem...
Algumas delas se calhar, até justas...
Seria “lindo” que agora um “tolinho” qualquer, viesse tirar tudo dos “carris”

O João Jardim é uma criatura de Deus que há muito está desacreditada junto das pessoas...
Mesmo daqueles que por necessidade ou interesses votam nele.
Costumo dizer que toda a gente tem um preço...
Todos os anos sai daqui dinheiro a rodos para pagar, pagar, pagar...
Uns são pagos principescamente...
Quanto custará a cada um de nós as associações e principalmente o futebol na Madeira?

Depois,
Como será para se arranjar emprego na Madeira?
Seja na administração pública ou até mesmo numa empresa qualquer?

É que uma Ilha é um lugar muito pequenino...
E mais pequenino se torna ainda, quando o "regedor" é desde sempre o mesmo...

Por outro lado penso que o Senhor P.R. não se vai meter nisso...
Primeiro, porque é um homem honesto.
Depois porque já conhece de "tarimba" a excelência que tem.

Ninguém fique preocupado que os Madeirenses não se vão embora...

Vamos é esperar para ver se depois do corte da "ração” a excelência se vai aguentar nos “tamancos”

Cumprimentos.

Kafé Roceiro disse...

Político é tudo igual mesmo, né amigo?

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Abel
Não tome o todo pela parte.
Na política, como em tudo na vida, há os bons, os mais ou menos e os maus.
Seja na política, no desporto, na vida laboral, na própria sociedade.
E digo-lhe mais. O que me dá mais volta ao estômago nem são os maus. Porque esses são, a priori, eliminados.
O que não suporto são os "mais ou menos". Os indecisos. Aqueles que nem são carne, nem peixe.
E não suporto mesmo, independentemente da sua côr partidária (que nem está em causa), é a prepotência e o desrespeito que este senhor tem por tudo o que não tem a haver com a "sua" ilha.
Bairrismo é saudável.
O que é doentio é a parvoíce e a irracionalidade.

Migas (miguel araújo) disse...

Amigo Terra&Sal
Folgo muito ver que já se refez do susto e está pronto para novos ou velhos desafios.
No que respeita ao governo do Senhor Engenheiro, devo-lhe confessar que não esperava tal viragem, como refere.
Até porque “invadiu” claramente o espectro político à direita, deixando-a sem muitos argumentos de contraditório e deixando a esquerda verdadeiramente “órfã”.
Não quero com isto dizer que concordo com a política aplicada à prática, nem com muitos dos seus conceitos.
Mas isso serão outras “ordens do dia”.
Quanto à de hoje, como o meu caro excelentemente refere, o que me revolta é a forma descarrilada como o João Jardim governa, pressiona e permanece impunemente na sua cadeira feudal.
Isso é que me revolta.
E revolta-me porque, indirectamente, participamos nessa prepotência e descalabro político.
Sem nada conseguirmos contrapor, a não ser pela nossa voz (já um pouco rouca).
Cumprimento e satisfação pelas melhoras.

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Kafé
Sarabá meu irmão.
Político não é todo o mesmo.
A questão é que há uns políticos que, pela negativa, gostam de estragar a política e o respeito pela causa comum.
Mas isso, vocês aí têm de sobra, né?!
Abraço

José Manuel Dias disse...

Com o Sócrates e o Cavaco o Jardim não se safa!! Bom artigo!

Terra e Sal disse...

Olhe que não, Caro Migas:

Os Socialistas que eu conheço estão satisfeitos com o senhor Engenheiro.
Que queria que ele fizesse com a herança deixada pela “Direita”que depauperou o país?

Agora é fácil falar e criticar as politicas que se fazem para salvar pelo menos os dedos, já que os anéis há muito os estafaram...

Um fugiu para longe e deixou um herdeiro que em dois ou três meses desbaratinou os restos...

Depois toda a gente via que na vez de procurar remédio para tão grande mal, começou a meter sal na ferida há muito “gangrenada” e que nos levaria a morte certa, e tivemos pelo menos a sorte de lhe terem dado um chuto no fundo das costas...

Um dia destes vou contar-lhe a história do “pica-miolos...”
É que se aplica que nem uma luva à política que estava a ser seguida pela “Direita”.

Perante as dificuldades não procuraram soluções.
Apenas meteram a cabeça na areia, até o pica-miolos se ir embora.

Perante isto que queria que fizesse o Engenheiro?
Todos sabemos que infelizmente, esta politica ainda não é o suficiente para salvaguardar os interesses futuros de cada um de nós, e principalmente daqueles que estão agora a vir para o mundo.

E prepare-se...
É que meio mundo resmunga mas ele vai lá ficar mais um mandato.
É que, resmungamos, resmungamos mas sabemos onde está a razão, e quer queiramos quer não, ela está com o Engenheiro.

Pena não ter ido para lá há mais tempo, nesta altura já estávamos safos do furacão em que nos enfiaram...

É que ainda temos muito que rodopiar...
Não saímos sequer do epicentro

E vai ver se o “descambado” da Madeira vai ou não entrar nos eixos.
Depois, você não perde uma oportunidade para desancar na “Esquerda”mas eu vou esperar...

Ahhh!
O "tolinha de chumbo" é de "Direita"...
Não é importante, mas era só para lhe lembrar...

Depois, o engenheiro, ao contrário de muitos cá da nossa urbe,nunca ninguém o ouviu a queixar-se de que a "Direita" o deixou emparedado.

É que isso é passado...
Ele sabe que o bem estar da população não está nas carpidisses...

Um abraço

Al Berto disse...

Viva Miguel:

Aquela visita para conhecer as novidades.
Gostaria de relevar a sensatez do Miguel no comentário ao comentário do estimado Abel Cunha. Está simplesmente maravilhoso.
Relativamente ao "palhaço" da Madeira... estamos conversados.
Um abraço,


Passa pelos EG.

Migas (miguel araújo) disse...

Caro José Mostardinha
Fique descansado, meu caro, que as visitas aos Estado Gerais, são diárias.
É quase uma obrigação sacra.
Posso é nem sempre ter a disposição, o talento e a inspiração para o comentar.
Mas acredite que é com muito prazer que o visito "religiosamente" todos os dias.
Aliás, todos os blogs lingkados aqui ao lado, são de visita diária.
Um Abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Caríssimo e Ilustre Terra & Sal
Vamos lá polemizar.
Sabe que é com muito gosto (e porque não dizer gozo) que o faço, mesmo correndo o risco de, eventualmente, me ter de dar por vencido.
Mas isso também é algo que não me preocupa muito.
Os 17 anos como treinador de basket, nas mais diversas vertentes, ensinaram-me (e eu ensino o mesmo, como filosofia) que a virtude do “confronto” leal, honesto e respeitador está na forma como encaramos e sabemos lidar com a derrota e a vitória. Nem sempre ganhar tem o mérito, bem como a derrota não tem que ser desprestigiante.
Acredito que os socialistas que o meu caro conhece, se calhar num grupo onde se inclui, estão satisfeitos com o trabalho do actual executivo nacional. Aliás, independentemente de valer o que valem, as estatísticas revelam esse facto.
O que não significa que não haja igualmente socialistas que estão descontentes com este governo.
E até me atrevo a ir mais longe.
Haverá igualmente não socialistas agradados com o Primeiro-Ministro.
Mas também lhe digo, meu amigo, que nestas questões de políticas, nunca me agradou o recurso às heranças. É que de herança em herança, desse ponto de vista, todos os que por lá passaram, após o 25 de Abril (pelo menos), acabaram por ter a “obrigação” de pagar facturas que não lhes pertenciam.
Quando nos aventuramos a fazer diferente (ou pelo menos tentamos), tudo o que para trás foi feito, aparece-nos ao nosso ponto de vista, como errado, catastrófico.
Sobre a passagem do Primeiro-Ministro Jet-7 e patrocionado pela “Caras e pela Lux”, nem me apetece dizer nada.
Quanto ao abandono do Durão Barroso, digo-lhe sinceramente que lamento, porque, apesar de alguns erros, havia estratégia, havia trabalho visto e sem muita propaganda. Por exemplo, e passe ao lado a partidarice, pelo Bagão Félix e Paulo Portas. Goste-se ou não. Seja-se ou não do CDS.PP (e já sabe que eu sou).
Mas da mesma forma que tenho as minhas convicções, também tenho, se me permite a modéstia, uma virtude. Mesmo enquanto militante activo, nunca gostei ou pratiquei a subserviência ou a bajulação. Muito menos agora, que só me resta (felizmente) a convicção.
E como sei que, felizmente, é uma presença assídua nesta humilde casa, já terá reparado em tal facto. Nomeadamente nas minhas críticas pessoais (e valem o que valem) à actual liderança do CDS.
No que respeita, concretamente, à actuação do actual governo respeito, obviamente a sua excelente opinião. Mas no meu caso, mesmo com alguns pormenores (muito poucos) de actuações ditas de “direita”, acho este governo mais marketing do que estratégia e desenvolvimento. Dou-lhe alguns exemplos do que acho superficial: as maternidades, a saúde, a segurança social, a economia (muito fraquinho esse ministro) e a agricultura. Então o simplex e a regionalização são uma desgraça. Já para não falar de um choque tecnológico apenas de 4 volts. Mas também lhe dou um bom exemplo: a virtuosidade da ministra da educação. Essa tem sido, para mim, exemplar.
Como vê, meu ilustre amigo, é por estas e por outras que o mundo não tomba.
Fico ansiosamente à espera da tal história do “pica-miolos” que desconheço e fiquei curioso.
Um enorme abraço oposicionista.