“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

12 julho 2006

hasta la vista.

O que há muito se perspectivava, mormente todos os esforços dos funcionários e do governo.
A fábrica da Azambuja via definitivamente ser encerrada.
Para além desta análise, ficam também algumas dúvidas.
Até quando uma legislação que crie mecanismos que defendam os interesses nacionais, das regiões e dos funcionários das multi-nacionais?!
Até quando conseguimos ser claramente motivadores e apetecíveis ao tão necessário investimento estrangeiro?! Até porque, no caso concreto, não se trata de questões da economia ou estratégia empresarial da legislação portuguesa. Trata-se de uma crise financeira da empresa. Embora com algum relevo (e isso também pode ser preocupante) a fundamentação da posição geográfica de Portugal (daí a sua deslocação para espanha).
E agora...
O Governo (e bem) accionará o mecanismos legais. A autarquia seguirá os mesmo passos.
A haver lugar a indemnizações ao estado e ao poder local, como ficam as famílias e os cerca de 1000 funcionários daquela unidade de produção?!
Vão recorrer a quem e viver de quê?!
Este não é um bom exemplo para justificar o anunciado virar da economia portuguesa.
Não é, não senhor!

3 comentários:

AC disse...

Caro Miguel, obrigado pela visita e comentário.
Quanto ao seu "hasta la vista" é seguramente uma questão complexa, mais complexa para países que como o nosso, dependem do investimento estrangeiro. Na verdade, sucessivos governos concederam apoios aos estrangeiros que não foram concedidos aos nacionais. Agora que os estranjas resolveram ir para outras paragens, vão com os apoios e nós ficamos com os desempregados.

A questão da produtividade, é quase sempre uma falsa questão. Por detrás do chavão, o que se pretende é pagar menos a quem trabalha. É muito mais óbvia a falta de investimento em meios produtivos mais eficazes do que a proclamada baixa produtividade portuguesa.

Eu que desconfio dos neo-liberais, dispenso-me de ler o comentário sugerido.

Um bom princípio para estas coisas, seria a dos portugueses, comprarem o que é produzido no país, logo, mandarem a Opel vender carros aos espanhóis.

E, se o país não é viável, que se anexe à India ou ao Vietnam e poderemos morrer de fome sem ter que estar a ouvir os gajos que nos exploram dizerem que trabalhamos pouco.
Cpts.

Migas (miguel araújo) disse...

Caro AC
Concordo consigo quando diz que o Estado deve apoiar mais e de forma diferente a economia e produtividade nacionais do que as estrangeiras. Embor ache que o investimento estrangeiro é essencial, portanto necessário.
A questão é de sabermos se, para além do apoio estatal, a nossa produtividade é suficientemente estruturada e competitiva. E isso não pode ser única responsabilidade do estado. Depende de todos: investidores (patrões) e empregados.
E a realidade mostra-nos que a capacidade produtiva e competitiva (logo económica) do país depende de um número muito reduzido de empresas (privadas e/ou públicas), apesar da nossa pequenez geográfica.
Quanto ao posto que sugeri, insisto na sua leitura. olhe que vai surprender-se.
Cumprimentos

Carlos Martins disse...

Caro Migas, permita-me que o "ignore" neste seu espaço por momentos.

Caro AC, a sua presunção assusta-me. Mas compreendo. Percebo que só de ouvir falar em neo-liberalismo que evite sequer perceber do que se trata. Asseguro-lhe, contudo, que não se trata das questões de forma fundamentalista, mas antes racional. Essa sua indiferença assusta-me. Fundamentalmente porque a solução que aí propõe é parecida com a solução que o Estado Novo quis implementar em Portugal...e não lhes costumo ouvir grandes elogios desse lado...

Levando ao limite do ridículo, se só se produzisse os combos que se consomem em Portugal, o preço seria tão caro, que ninguem compraria um. Estranho não é, estes caminhos tortuosos da economia de mercado...

Com todo o respeito, não desconfie de algo que parece não conhecer...

Cumprimentos

(e as minhas desculpas ao Migas pelo uso abusivo dos comments, assim como o agradecimento pelo link para o post)