“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

12 junho 2006

Reconhecimento

Não morro de amores por Luis Filipe Scolari.
Não por ser brasileiro, ou melhor, por não ser português (nada tenho de xenófobo ou de racista, antes pelo contrário!).
Era me indiferente se à frente da selecção nacional estivesse alguém com capacidade técnica e conhecimentos suficientes para fazer um trabalho digno.
É óbvio que reconheço em Scolari muitas destas condições: foi campeão do mundo e reconheço-lhe condições de liderança.
Mas pronto... não gosto dele como treinador.
No entanto, nós portugas também temos a mania das complicações, das contradições e das birras nacionalistas.
Há 2 anos, aquando do arranque da nossa prestação no Euro 2004, a selecção era um grupinho de "anjinhos" liderado por um "anjo papudo". No final eramos os maiores e faltou-nos apenas sorte (para além do erro do ricardo).
Ontem, com alguma falta de fé e descrédito, ansisamente esperámos pela Angola. Vencemos. Entrámos com o pé direito. Somos os maiores. Até o Figo já parece um rapazito de vinte e poucos anos.
Até ao dia em que... passaremos inevitavelmente de bestiais a bestas.
Mas há, ao longo deste tempo de trabalho de Scolari na selecção, um facto que tem passado despercebido à maioria dos portugueses.
Foi preciso vir alguém de fora (no caso do Brasil) para, ao fim de 32 anos de pós-revolução, os portugueses deixarem para trás das costas "mitos" absurdos e chauvinistas e olharem para um dos símbolos mais importantes desta república, com outro significado e afeição: A BANDEIRA DE PORTUGAL.

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro Migas,

Foi um (quase) desastre a estreia da selecção portuguesa. Entendo o seu ponto de vista quanto ao Felipe Scolari.
Muitos (mas muitos mesmo) de nós brasileiros estamos torcendo "contra" a selecção brasileira. Estranho? Nem tanto. Temos aqui um governante falastrão, que vive da publicidade (enganosa e mentirosa) e certamente irá "faturar" em cima de uma eventual vitoria brasileira. Pensa até em viajar a Alemanha para a final (caso isso venha a acontecer).
Deves saber do desastre da Tele-Conferencia entre Lulllla e o seleccionado: de um lado um presidente tentando meter-se na "gordura" de Ronaldo, de outro Ronaldo lembrando ao presidente seus hábitos etilicos.
Por isso da minha parte (e de muitos) estávamos torcendo para Portugal e Japão (dois selecionados que são dirigidos por brasileiros); parece que não deu muito certo. Mas nem tudo está perdido.
Gostei do Seu Blog. Voltarei mais vezes a visitá-lo. Se me permitir vou incluí-lo (linkar) entre os blogs amigos. Basta autorizar-me

Saudações

Terra e Sal disse...

Tem toda a razão Migas.
Nada tenho contra o Filipão, ele até é assim um tipo muito certinho, muito delicadinho, muito, muito...

Mas o nosso seleccionador devia ser português, de cá, e não português, de lá...

Depois vimo-nos aflitinhos para ganhar a Angola, que no meu conceito também são portugueses, embora de lá, ou nós africanos de cá.

E ao dizer que nos vimos aflitinhos quero dizer que, ou nós jogamos mesmo mal e andamos iludidos, ou os Angolanos de lá, são melhores do que os de cá...

Bem, independentemente do nosso entusiasmo, penso que vamos ficar pelo caminho.

Pese embora a vaidadezita, de meia duzia de murcões, e o seu distanciamento.
Saem de autocarros e hoteis, cheios de "cagança" parecendo mesmo que a "humanidade" lhes deve alguma coisa, ou algum favor.

Esquecem-se que são pagos para nos divertirem, e que exigimos que nos divirtam bem.

Pena no campo, na vez de assobios não se possa usar o polegar, dirigido ao "Madail" essa também, grande figura nacional, como se fosse César,(ele ía gostar) para "interromper" o mau comportamento, dos "gladiadores" em circo.

Quanto à bandeira, que raio,penso que já estamos hipoteacdos em tudo, já a adulteraram Migas, ela está muito "viciada" mesmo.

Espero bem que com a globalização, não tenha saído do nosso antigo primeiro-ministro "refractário" agora em Bruxelas, ordem para ser alterada, nunca se sabe agora com esta coisa das directrizes...

É que eu olho, para o símbolo maior que temos, e fico embasbacado.

Os "castelos" parecem-me "pagodes" e as chagas de Cristo, são tal e qual cabecinhas das agulhas que se usam na acupunctura...
Gostamos muito da nossa bandeira, do nosso hino, de tudo que diga respeito à Pátria, mas há por aí alguns, tipo "Vasconcelos-espanhol", que nos querem lixar a dignidade...

Porque é que a americana feita certamente no mesmo sítio, na vez das estrelinhas dos Estados não põem antes "cruzinhas"?

Ou somos azarentos, ou aqui há gato...

Um abraço

Carlos Martins disse...

Também eu não gosto de ver a nossa bandeira adulterada, nem nas chagas nem nos castelos chineses.

Mas o que é facto é que para muitos as bandeiras made in china de 300 escudos ainda são em conta, enquanto as outras ja nem tanto. Também não se se prefiro uma bandeira assim adulterada, se uma com "Jornal Expresso" no cantinho...

De qualquer forma, lamento que o futebol seja o único a levantar a alma lusa da morbida treva que nem o socialista Alegre conseguiu levantar. Há tanto por que nos orgulhar... e no entanto contentamo-nos em contemplar um bando de novos-ricos a trocar de chuteiras e a mostrar-se para a televisão à procura de novo contrato ostentando 5 quinas, sem perceber que representam ali muito mais que apenas uma marca desportiva, ou a sua conta bancária. Aliás, muito mais do que apenas uma federação que quer ir longe no Mundial. Também por isso nao consigo entender a exibição contra Angola. Fraca. Paupérrima.

Quanto ao Sr. Scolari, que faça bom trabalho. Mas por favor, não cante o Hino... já chega o Deco tentar...

E quanto à alma lusa, que renasça para outros mundos que não apenas o futebol e o desporto...

Mas que me perdoe o Migas, o gesto de colocar a bandeira na janela, mesmo que piroso, a pedido populista do seleccionador, sempre dá um empurraozinho à nossa confiança como País, mesmo que pelos motivos errados. Se mais não for, que nos tire do "nacional-fatalismo"... mesmo que não haja motivos para tal...

Migas (miguel araújo) disse...

Meus caros companheiros
Sim... todos vocês ao mesmo tempo.
Que raio de conservadorismo e pessimismo vos assolou?!
E depois o bato-a-baixo ou o pessimista sou eu!
Claro que não me parece correcto a adulteração xi-pó-pó da bandeira. E mais quando se alteram os símbolos por mera ignorância. Tá mal. Tá errado. Mas deveriam ser os próprios portugueses a fazerem a sua escolha: não comprarem. Em vez disso compram e ainda acham piada aos ditos pagodes do sol nascente.
Quanto à pubicidade no cantinho, às assinaturas dos jogadores ou aos dizeres (tipo eu amo Portugal)já não sou tão radical. Até posso considerar uma forma de sensibilizar e motivar o uso da bandeira.
Outro aspecto merecedor de "puxãozito de orelhas" refer-se ao facto do seleccionador não ser português. Nada tenho contra o facto de o seleccionador ser brasileiro. Para mim não tem nada de errado. Alguém me explique porque é que o rei Eusébio é mais português do que o Deco?!
A realidade moçambicana (mesmo no tempo das colónias) tem mais a haver com Portugal do que o Brasil?! Só pela diferença de 2 ou 3 séculos?!
O que faz do Eusébio mais português do que o Deco?! Só porque nasceu no tempo colonial?!
por estas e por outras é que o 10 de Junho não passa de um feriado para descanso laboral. Cada vez mais com menos significado histórico, cultural e político.
Quanto à selecção, esperar ver. Com muita esperança e com a minha bandeira nacional (e com castelos) na minh varanda (como há 2 anos)!
3 fortes abraços