“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

28 março 2006

Peanuts!

(dicionário Porto Editora, Inglês-Português: "amendoins").

Ao contrário de muitos "aveirenses políticos", alguns bem ilustres, nada me move nesta recente "guerra" politico-institucional em volta da Pista de Remo do Rio Novo do Principe.
Não me interessa saber se o Dr. Élio se precepitou, se não estudou a lição (conforme afirma o Dr. Marques Pereira), se a vontade do Presidente da Câmara em legitimar uma preocupação antiga das gentes de Cacia o levou corajosamente a tornar pública a construção da obra ou se existe de facto o acordo celebrado com o governo, presumivelmente, ainda no anterior executivo.
Tudo isto para mim são "peanuts".
A realidade da polémica mostra-me factos muito mais preocupantes.
Já aqui referi o meu apoio às legitimas aspirações das gentes de Cacia e de muitos aveirenses.
E será, portanto, enorme o sentido de desilusão se não se concretizar este projecto.
Mas voltemos à outra face da moeda.
O que aconteceu, de facto?!
O que tem vindo a acontecer em surdina, devagar, devagarinho para passar despercebido: a "condenação" estratégica, económica e sócio-política de Aveiro.
Não se trata de demagogia política, nem de partidarice aguda. É uma realidade muito mais abrangente e preocupante: Aveiro já há muito perdeu a sua referência estratégica, sem que disso a maioria dos aveirenses se apercebesse, intervisse e contestasse. Sem peso governativo e parlamentar.
Uma das razões tornada pública na imprensa é a de que o governo entende não ser prioritária a construção da pista de remo, nem um investimento racional já que em Montemor foi cnstruída uma infraestrutura idêntica, com um investimento na ordem dos 6,6 milhões de euros.
Só por casualidade(!!!!) é que nos podemos centrar numa óbvia coincidência factual: Montemor-o-Velho situa-se no distrito de Coimbra.
E só uma mente muito criativa e imaginativa, encotra a argumentação da estruturada regionaliação que a ninguém parece preocupar. Como já foi aqui e aqui referido (como exemplo).
A região de Aveiro tem o mesmo peso estratégico e político como um saco de peanuts (amendoins).
Isto sim seria bom ver publicamente discutido e assumido por quem se diz e se sente aveirense.

1 comentário:

Al Berto disse...

Viva caro Miguel Araújo:

A sua análise é pertinente e, a meu vêr, muito sensata.
Nessa questão da regionalização terão que ser muito bem ponderados os prós e os contras de toda essa restruturação administrativa.

Conheço bem Coimbra e estou convicto que não será por imposição administrativa de quem quer que seja que ela se desenvolverá ou poderá, nos anos mais próximos, acalentar a hipótese de se aproximar da nossa cidade em termos de desenvolvimento sustentado...bem pelo contrário.

Aveiro, por seu lado, já mostrou ao longo da sua história, apesar de todas as tentativas, muitas com sucesso, para colocar em Coimbra vários centros administrativos, que é nas suas gentes que assenta a sua riqueza e o seu desenvolvimento.

É por isto que não acho que haja algo a temer.
Como aveirenses cá estaremos, sempre atentos e vigilantes e, sobretudo, sempre preparados para receber e colaborar com todos aqueles que escolhem Aveiro para investir como cidade de paz social, trabalho, progresso e muita fraternidade entre o seu povo.

Um abraço,