“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

10 janeiro 2006

Desesperadamente...

É tal o sentimento da 'batalha' eleitoral perdida que, pela primeira vez, Mário Soares admite (só o mesmo ainda punha em causa) não passar à segunda volta, se existir segunda volta.

4 comentários:

RM disse...

Caro Migas,
Não sei se compreendi bem mas pareceu-me que o Dr. Santana Lopes disse ontem que Cavaco Silva não deveria ter passado à 1ª volta. Verdade?

Migas (miguel araújo) disse...

Não sei Caro Doutor, porque não ouvi. Aliás tenho muito pouca paciência para ouvir o Dr. Santana Lopes.
Mas que ele está brincalhão, pelos vistos está!

Anónimo disse...

Tens pouca paciência para o Dr. Santana?!... Aqui há pouco tempo atrás ele era o maior, para muita gente (confesso que não sei se te incluías nesse nº...) e, segundo as mesmas pessoas, terá sido completamente maltratado pelo Sr. Presidente da República!!!...
Quanto ao Cavaco, aconselho a seguinte leitura, retirada de http://estaleiro.blogspot.com/ ! O texto cita a Professora Teodora Cardoso (ilustre economista que foi professora de muitos dos que aí andam agora na "praça"...)
Mas vale muito a pena ler-se! Porque vale a pena reflectir seriamente!... Sem manhãs de nevoeiro e "espécies de «dom sebastiães» salvadores da pátria"!

"Regressando ao que interessa,

vale a pena ler o texto que a economista Teodora Cardoso (apoiante de Mário Soares [ver em http://www.mariosoares.net/FileStorage/panfleto_teodora_cardoso.pdf]) escreveu sobre os anos perdidos do reinado cavaquista. É bastante completo, e sê-lo-ia ainda mais se também se referisse à total ausência de uma política consequente de Investigação & Desenvolvimento, um pilar essencial do desenvolvimento económico (algo que era já tido como consensualmente aceite, pelo menos, no início da década de 90; eis um comboio que então Portugal não apanhou...).
É importante desmistificar esses anos, nos quais foram cometidos erros (por omissão e não só) cujos efeitos, como quase sempre ocorre, apenas se tornam perpeceptíveis posteriormente, em momentos de má conjuntura ou de esgotamento de uma estrutura (de um modelo).
Não foi certamente Cavaco o único responsável pelo atraso económico do país, nem foram os seus governos desprovidos de quaisquer virtudes.
Mas Cavaco Silva comandou o governo durante 10 anos, com meios e com uma conjuntura (especialmente no primeiro mandato com maioria absoluta) de que mais ninguém dispôs. Todavia, o betão sobrepôs-se completamente à visão económica de um desenvolvimento assente no capital humano, na tecnologia e na ciência, no valor acrescentado, na sustentabilidade ambiental e territorial. Tal, desde logo, mostra-nos um economista limitado. E garante-nos que um país assim cresce sem se desenvolver: constrói cidades-cogumelo nos arredores e deixa degradar o seu património histórico nos centros urbanos; é "Dr." mas muitas vezes continua ignorante; tem estradas, mas não sabe conduzir; compra boas televisões para ver novelas medíocres.
E, como se sabe, nada foi feito para reformar e modernizar a Administração Pública. Em dez anos. É obra."

Migas (miguel araújo) disse...

Amigo João
Primeiro um bem haja e um garnde abraço por esta tua visita e a disponibilidade para comentares.
Como é óbvio, és sempre bem vindo.
Segundo nunca tive, nem sei se algum dia terie pachorra para ouvir e aturar o Dr. Santana. Nunca me 'encheu as medidas' e nunca me pareceu um político convincente. No entanto , não quero com isto dizer que tenha concordado com a posição do Dr. Sampaio na dissolução.
Não quero com isto legitimar a ascensão ao poder governativo de Santana Lopes, mas porque o mesmo não foi sequer legitimado pelo PSD. Mas que, por força do resultado eleitoral, o PSD tinha legitimidade para governar, é um facto. Quando votas nas legislativas, votas num projecto e num partido; não votas num primeiro ministro (que até segundo a nossa constituição pode não sair do partido mais votado - mas isso são outras núpcias).
Quanto ao texto que aqui referes não me parece lúcido afirmares tanta isenção, com a transcrição das palavras de uma das personalidades apoiantes de Mário Soares. Não é lógico, porque tendenciosa..
Quem não é comprometido (como eu e tu) tem maior clareza na opção e na opinião, seja ela qual for. E fá-lo por pura convicção.
Não discuto tempos de governação porque fora do contexto. Mas não me parece que o Dr. Mário Soares não tenh telhados de vidro enquanto primeiro ministro que foi. E olha que entre um e o outro, vai um grande tgv de diferença.
Um grande abraço amigo