“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

29 janeiro 2006

20.7% = 1.127.364 de quê?!

Uma questão que surgiu no final da campanha eleitoral e que tomava outras proporções logo na noite dos resultados: o que fará Manuel Alegre com os seus 20,7% de votos expressos?!
Muitas interrogações políticas surgiram: um partido político, uma forte oposição interna no PS, um forte peso na Assembleia ou pura e simplesmente… nada!
A dúvida parece tentar ser desfeita.
A resposta surge com a notícia nacional do anúncio de Manuel Alegre na formação de um “movimento cívico” como continuidade do seu projecto apresentado em campanha eleitoral.

Mas qual o futuro deste movimento de cidadania?!

Qual o significado dos seus 20%?!
Oposição interna à liderança de José Sócrates?! Não me parece que tenha muito resultado e acabará por desgastar a sua imagem.
Criação de um novo partido?! Falta a componente ideológica e é um contra-senso para quem passou toda a campanha erguendo a bandeira do supra-partidarismo e da independência.
E mesmo esta ténue tentativa de manter este ‘projecto’ me parece que vá esvanecer rapidamente. É que mais do que a aposta na cidadania, muitos dos seus votos vieram claramente do BE (que não se reviu na campanha anti-governativa e no exagero do metaforismo ideológico e político de Louçã) e do desagrado para com José Socrates e o governo, sem esquecer alguma animosidade socialista para com Mário Soares. Ou seja, votos claramente partidarizados.

Mas até onde irá o movimento de Manuel Alegre?!
Levará o mesmo rumo que Basílio Horta, Mª Lurdes Pintassilgo ou Salgado Zenha?!
Tornar-se-á numa nova ASDI?! Num PND da esquerda?!
Teve o mérito de demonstrar a sua capacidade aglutinadora de uma elite cultural portuguesa, a capacidade de, em determinados momentos, a sociedade portuguesa gerar curiosidades políticas.
Mas tão só isto. Esgotou-se com o resultado das eleições.
Não me parece que haja espaço na nossa sociedade e nos nossos conceitos político/partidários para novos SEDES e outros Movimentos Renovadores.
O eleitorado português é um poço de contradições. Ora se agasta com os partidos e entra em rotura com as suas estruturas e com a política ou penaliza, muitas vezes sem dó nem piedade, o surgimento de novos partidos e ideologias. Portugal é claramente conservador em matéria partidária.
Resta o tempo para provar que consolidou o seu eleitorado em torno deste projecto ou que os votos que obteve não voltaram para os seus ‘devidos’ lugares partidários.
A não ser que queira, claramente, continuar o confronto com o 'amigo' Mário Soares e competir com a sua fundação. Ou então, o claro confronto de 'guerrilhas' maçónicas.

4 comentários:

SG disse...

Movimento Cidadania
Vem hoje no Público (sem link) que os apoiantes do poeta vão constituir-se em movimento (Movimento Ciadadania)e lutar por causas. A primeira será o aborto.

Gostava de me rir de alguns CDS que, por ódio a Cavaco, apoiaram Alegre (ainda não se esqueceram do taxi...).

Engraçado, não?

SG disse...

Afinal já veio no Público há uns dias.. eh eh eh
É o que dá fazer copy-paste

Migas (miguel araújo) disse...

caro Serafim
O seu comentário é, reconheço, precioso.
E vai no sentido do que tenho afirmado.
Movimentos de cidadania não fazem muito sentido.
Alargar o leque de 'participação' estra partidarismos é pura demagogia e utopia.
Quando o assunto tocar a política pura, ninguém 'remará' para o mesmo lado.
E quem vencerá?!
Quem será mais forte?!
E o sentido ideológica não se irá sobrepôr?!
E no fim, sairá ou não um novo paritdo político?!
Obrigado pela visita. Seja sempre bem vindo.
Cumprimentos

Anónimo disse...

"Gosto" da apreciação que o AAS, faz dos outros.
Na sua apreciação demonstra ser um homem da cultura, não sei a que ramo de "intelectualidade"está ligado mas que é um homem moderno e de visão é, e não me venham dizer o contrário
Elucidou toda a gente de que o Manuel Alegre nem sequer é Doutor, nem Mestre tão pouco, e imaginem, além disto tudo, ainda por cima, nem Licenciado é.
Já viram?
O senhor AAS é um dos raros protótipos que ficaram aí guardados em alguma arrecadação ou sótão qualquer, daqueles do antigamente, que julgavam as pessoas pelo seu título académico ou honorífico.
Ele continua a pensar, e ninguém o elucida do contrário, e assim vai continuar enganado que eu também não lhe vou dizer, que o valor das pessoas, o seu nível cultural e intelectual, nem está "enfiado" no canudo que possuem, nem na roupa que vestem.
Por outro lado, tudo indica que o senhor AAS, deve ser de certeza o único licenciado lá em casa.
Não entendo é como sendo um "académico" (será? faça estes apartes de comicidade inusitada aqui.
Uma questão de educação? Recalcamentos?
Não sei se estará ligado às "letras ou às artes", de certeza que a uma delas está, denota-se em todos os pormenores, é que quem fala assim não é mesmo gago, é só mesmo comico e sendo assim, e assim é, ele gosta é de fazer rir os outros.
Senhor AAS, não se zangue com o analfabeto e ignorante do Manuel Alegre, sabe por quê?
Eu digo-lhe:
Olhe que lhe vou dizer uma coisa de que vai gostar.
O M.A. é meio abrasonado, acredite, e filho de gente muito fina, distinta e boa, mas que quer? Na melhor toalha cai a nódoa.
O tipo "extraviou-se daqueles "preconceitos" de família e não só(como você aprecia muito)
Sabia que o Mário Duarte que deu nome ao nosso estádio era avô dele?
Está a ver?Podia contar mais mas para si já é bom saber isto não?
Aquele cara de fundo de costas à paisana, quase analfabeto, mas como você gosta de titulos ele é mesmo gente fidalga.
E sabe, gostava de ser como ele, assim meio iletrado, porque o que mais há, é doutores a coçar os fundilhos pelas esquinas e que não sabem sequer a tabuada dos 5.
Deixe o Manuel Alegre em paz que ele já trabalhou muito e arriscou ainda mais, para você eu, e outros assim generosos e bem educados como nós letrados q.b. podermos deitar atoardas pela boca fora, sem levarmos um pontapé no traseiro.