“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

30 janeiro 2006

Colecções Reformistas

Quando era 'puto' (era assim que se dizia para os lados da "praceta" - junto ao antigo quartel e do parque, onde cresci) haviam colecções de cromos de tudo e mais alguma coisa: desporto, música, zoologia, natureza, "natureza feminina", etc., etc..
Obviamente que uma das preocupações do 'puto' coleccionador era a apresentação pública e exemplar da respectiva caderneta e a invejável quantidade de cromos repetidos para a troca.
E parece-me que a moda (após 30 anos) não morreu.
Isto, a fazer fé na notícia divulgada pelo Expresso n.º 1735, no On-line e Diário de Aveiro, que nos transmite a intenção do Governo de colocar em prática os efeitos práticos (desculpem a redondância) da reforma da Administração Pública. Efeitos que se traduzem em trocar, extinguir e fundir competeências e serviços públicos, teoricamente para servir melhor as populações e tornar menos pesada a máquina do estado.
A 18 deste mês, o ilustre amigo Dr. Raúl Martins, congratulava-se aqui (com o meu aplauso), pelo facto do Ex.mo "Governador Civil de Aveiro, Filipe Neto Brandão, confirma que se encontra em avançado estado de desenvolvimento o processo, que poderá ser concretizado até ao final do corrente ano, de devolução ao nosso Distrito um Tribunal de Jurisdição Fiscal que, em 2003, tinha sido anexado ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Viseu,(...)".
E então?! Até aqui tudo bem. A confirmar-se será uma grande vitória.
Pois, então muitas outras questões se colocam em relação á reforma da função pública.
Que peso terá Aveiro neste processo de extinção, fusão e troca?!
Que influência política e estratégica terá o concelho para não deixar 'fugir' serviços e entidades ministeriais?!
Que capacidade terá para liderar intermunicipalidades ou as polémicas áreas metropolitanas?!
Qual a capacidade para liderar um distrito fraccionado pela 'atração fatal' do Porto e Coimbra?!
E, por último, qual a sustentabilidade política, económica, social e cultural para deixarmos de ser aglutinados pela centralização dos nossos serviços (nomeadamente as direcções gerais e a mais provável extinção do CAE de Aveiro e a dependência exclusiva da DREC-Coimbra) em Coimbra, perdendo centros de influência e decisão, bem como aumentando os prejuízos diversos para os nossos cidadãos?!
Rentabilizar a estrutura do estado, com muitos custos...
Nesta colecção, Aveiro está repetido e troca-se!

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