“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

27 novembro 2005

CRUZ(e)FIXOS...

Veio recentemente a público (comunicação social), uma preocupação ‘gritante’ pela eventual retirada, das salas de aulas das escolas públicos, dos crucifixos aí eventualmente pendurados.
Portugal é maioritariamente um país de católicos. Não que isso queira significar que Portugal é um país verdadeiramente católico, no sentido prático… de, precisamente, praticantes. Mais crentes, propriamente.
Por força educativa e por vontade própria, sou igualmente católico, embora já distante dos tempos interventivos e praticantes.
Entendo, no entanto, que a escola deve e tem que ser um espaço dedicado ao conhecimento e ao saber, aberto e pluralista, concretamente no que se refere à religião.
Não foi pelo facto da bandeira nacional deixar de ser azul e branca que deixaram de haver monárquicos.
Não foi pela ocorrência do 25 de Novembro de 1975 que (infelizmente) desapareceu o comunismo e os comunistas.
Não é por se colocarem nas paredes das salas de aulas crucifixos que os alunos vão ser mais crente, mais católicos e mais praticantes. Aliás quantas vezes transformados em motivo de ridicularizarão.
A Igreja tem que saber ‘impor-se’(!) por outros fundamentos e outras motivações.
À escola devolva-se o saber, a cultura e o conhecimento… bem como a liberdade!
Actualização
Para que não fiquem dúvidas, quer quanto à minha posição de católico, quer quanto a eventuais deturpações ou 'mal-entendidos' do que acima escrevi.
Foi referido e lido por mim que existe quem, como o Dr. Louçã (felizmente para muitos, já custa 'engolir' as suas desconcertantes metáforas demagógicas) entenda que esta medida da retirada dos crucifixos das escolas públicas tem como fundamento a constituição portuguesa que define o estado como laico. Esses mesmo que (só lendo meia constituição) se esquecem que a mesma constituição protege a cultura portuguesa e a sua história.
Esses mesmo que, à custa duma falsa laicidade, gozam anualmente um merecido(!) descanso pelos feriados religiosos... ou melhor católicos.
Esses mesmo que não ouvi defender a introdução no calendário anual laboral do gozo dos feriados hindus, muçulmanos, etc..
Muitos pesos... para uma medida!

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