“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

22 fevereiro 2012

Será mesmo o fim?!

Foi hoje lido o acordão da sentença sobre o caso "Rui Pedro". O colectivo de juízes do Tribunal de Lousada absolveu o arguido Afonso Dias do crime de rapto agravado.
O caso (desaparecimento do Rui Pedro, então com 11 anos) remonta a 4 de Março de 1998 (há 14 anos atrás).
Não tendo encontrado argumentos concretos e fiáveis na "produção de prova" de que Afonso Dias tenha tido envolvimento no desaparecimento de Rui Pedro, o colectivo de juízes "in dubio pro réu" (havendo diversas dúvidas) absolveu o arguido.

Não sei se foi, de facto, feita justiça. Nem vou sequer questionar (por não ter qualquer tipo de informação relevante) se o colectivo de juízes, face à prova produzida, face aos depoimentos, face ao que foi investigado, decidiu correctamente ou não. A lei penal portuguesa (assim como a cível) é de tal forma complexa e "maleável" que tentar compreendê-la, mesmo nas "coisas" mais simples, torna-se um verdadeiro e inatingível quebra-cabeças.

Mas o que me questiona e me deixa perplexo é o resultado deste processo (que, diga-se em abono da verdade, começou, em termos de investigação, de forma pouco consistente, há 14 anos atrás).
Durante todo este tempo, a família e amigos não desistiram, não baixaram os braços, não aceitaram um desfecho no qual não acreditavam e não acreditam. Algo que, mesmo que sejamos o mais distantes e frios possíveis, não deixou indiferente uma grande parte do país.
Durante este período de retoma das investigações, da constituição do arguido Afonso Dias como principal e único suspeito, do processo em tribunal... muita esperança voltou a ressurgir, muitas expectativas voltaram a tomar forma e rosto, legitimamente, diga-se.

O que não consigo perceber (para além de não entender o que terá corrido "mal" em tribunal), não consigo imaginar, não consigo sequer ter a noção, por mais que me esforce...
Não faço a mínima ideia como se pode ou se deve encarar este "desmoronar de um castelo de cartas" provocado por uma surpresa como a decisão tomada no Tribunal de Lousada.

É como se tudo não tivesse passado de um sonho tornado pesadelo... e tudo volta à "estaca zero".
Nem sei se fará sentido perguntar o que teria sido melhor: se esperar que o tempo tivesse aliviado a dor ou assumir o risco deste pesadelo judicial.
Nem sei se humanamente é assim tão natural suportar esta realidade.

Só sei que a decepção, a desilusão se mostra frustrante...

(factos)

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