“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

02 outubro 2011

A semana em resumo… 02.11.2011

Publicado na edição de hoje, 2 de Outubro, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo…

Eleições Regionais.
A uma semana do acto eleitoral na Região Autónoma da Madeira o défice daquela região, agora fixado em 123% do PIB da ilha (cerca de 6,3 mil milhões de euros), mantém a agenda política em efervescência.
O anúncio efectuado pelo ministro das Finanças, Vitor Gaspar, do ponto de vista da responsabilidade governativa é, em si mesmo, suficiente. Uma auditoria mais profunda deverá ser realizada após as eleições (antes, seria pura demagogia política e eleitoralista) onde caberá a definição das medidas extraordinárias que serão necessárias para fazer face a este “buraco” financeiro.
Mas há ainda outra realidade. Sendo tida como certa a reeleição de Alberto João Jardim, não será menos verdadeiro o facto de os madeirenses terem de ter a consciência, independentemente da sua opção de voto, que os investimentos feitos, que levaram a esta situação de endividamento, terão custos acrescidos inerentes às políticas e medidas de desenvolvimento regional aplicadas pelo Governo da Madeira. Como diz a expressão: “não há almoços grátis”.
Mas por outro lado, parece ser perfeitamente irrisória e demagoga a campanha levada a cabo pela oposição madeirense e nacional. Ninguém, nem mesmos os madeirenses, podem deixar de condenar o acto deliberado de esconder informação financeira relevante, mesmo que os fins tenham sido em prol do bem público comum. E é bom que se deva conhecer o que foi a realidade madeirense há uns vinte anos atrás e o que é hoje. Mas os fins nem sempre devem justificar os meios. Seja na Madeira, seja em qualquer lado. Até porque se torna incomportável e inaceitável que a excepção seja regra. Mas o facto é que há muito pouca moralidade nacional para acusar e criminalizar: desde autarquias, passando pelas entidades e organismos públicos, até ao próprio Estado, ao longo dos últimos anos, a actuação governativa e de gestão dos bens públicos tem sido calamitosa, dispendiosa, sem responsabilidade política, e que contribuiu para levar o país até ao estado crítico em que se encontra.

A “Madeira” nacional.
O Instituto Nacional de Estatística divulgou os valores da execução orçamental para o primeiro semestre fixando o défice em 8,3% aos quais correspondem um valor absoluto perto dos 6,9 mil milhões de euros. A “Troika” tinha indicado um valor que não deveria ultrapassar os 5,4 mil milhões de euros, registando-se, por isso, o tal “desvio colossal” de cerca de 1,5 mil milhões de euros. No entanto, ainda esta semana o Governo reiterou a meta dos 5,9% fixados no memorando de entendimento da ajuda externa.
Para tal é expectável que novas medidas e políticas de austeridade deverão ser aplicadas até ao final do ano ou no início de 2012 (por exemplo, com novo aumento das tarifas de electricidade), apesar do ministro Vitor Gaspar afirmar que não haverá aumento de impostos.

Mas nem tudo é negativo.
A taxa de desemprego apurada no mês de Agosto mantém os valores divulgados e referentes ao mês anterior. Cerca de 12,3% dos portugueses activos estão sem emprego ou perderam o seu vínculo laboral. No entanto, Portugal é o quarto país da União Europeia com mais desempregados.
Na conferência “Portugal Global – Empresas Exportadoras”, organizada pelo Jornal de Negócios, o ministro da Economia, Álvaro Santos Silva, divulgou a convicção do Governo no aumento do valor das exportações e do peso na economia e sustentabilidade de muitas empresas (recordemos alguns dados já divulgados no sector do calçado e dos têxteis), apesar do momento em que se começam a sentir os efeitos recessivos e as dificuldades impostas pela crise, mesmo a internacional.

Aumento do conceito “Utilizador pagador”
Um dos temas em discussão no último Conselho de Ministros foi o do alargamento de troços de vias rápidas com portagem.
Deste modo, prevê-se que durante este mês de Outubro (a data prevista é a de 15 de Outubro), sejam introduzidas portagens nas SCUT, até agora parcial ou totalmente, gratuitas: A22 (Via do Infante, no Algarve); A23 (Guarda-Torres Novas); A24 (Viseu-
Chaves) e a A25 (Aveiro-Vilar Formoso). Curiosamente, não há ainda qualquer outra novidade em relação à tão falada injustiça na actual cobrança nos pórticos na zona circular a Aveiro, como são os casos dos pórticos junto ao Estádio, em Oliveirinha e à saída de Cacia.
Do ponto de vista técnico, as concessionárias informaram já o Governo e o respectivo ministério que estão em condições para iniciar o processo de cobrança.
Embora ainda sem divulgar que tipo de medidas e em que circunstâncias, sabe-se que o Governo vai estabelecer políticas de discriminação positiva para moradores e empresas locais.

Uma boa semana…

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