Publicado na edição de hoje, 6 de Julho, do Diário de Aveiro.
Preia-Mar
Aveiro efervescente…
Aveiro efervescente…
Ao contrário do que se vai ouvindo e pensando Aveiro afinal é uma cidade (ou concelho) em efervescência… mesmo que não se dê por isso. Com um amigo dizia: “podem ainda não estar a ver as coisas à superfície, mas por baixo está tudo a arder”.
E isto não é demagogia… assim, como não é responsabilidade ou mérito de grupos mais ou menos restritos ou alargados (o sempre paradigma do “copo meio cheio ou meio vazio”), das instituições, das empresas, da autarquia, dos aveirenses. Ou melhor… é de todos os aveirenses, seja para o bem, seja para o mal, porque a responsabilidade tem de ser partilhada e cabe a cada um de nós, dentro das suas próprias competências e do seu respectivo espaço cívico de intervenção.
Aveiro tem projectos interessantes que pretendem marcar a cidade, torná-la dinâmica, atractiva, estruturada e sustentada, desenvolvida económica, cultural e socialmente: o Parque da Sustentabilidade (no seu todo, incluindo Bairro do Alboi e Pontes Pedonais); a discussão em torno da Avenida; a pressão para a construção do novo Hospital junto ao actual (e nas imediações da Universidade de Aveiro); a zona envolvente ao Estádio Municipal de Aveiro; a zona urbana do Plano de Pormenor do Centro; a recuperação da Capela de S. Tomás de Aquino; a implantação da Fábrica das Baterias; a implementação dos sistemas de abastecimento de veículos eléctricos; alguns investimentos em S. Jacinto (CARSurf, Porto Abrigo dos Pescadores, aquisição de segundo Ferry); a renovação do parque escolar; entre outros. São referências apenas aleatórias sem qualquer tipo de valoração ou preferência. São factos conhecidos.
Seja devido às contingências das circunstâncias económico-financeiras actuais, seja por uma questão de prioridades ou estratégias, infelizmente, Aveiro também “ferve” por razões menos positivas: a existência de um tecido industrial em claro abandono com uma zona industrial em decadência; a ausência de projectos para a zona lagunar, por exemplo a zona de Eixo, Cacia, Esgueira e Requeixo (Pateira); a degradação da zona da antiga Lota; o “fantasma” do antigo estaleiro naval de S. Jacinto e o impasse com o aeródromo municipal; a zona a nascente da estação da CP; a dificuldade de investimento na cultura (por exemplo, Teatro Aveirense e grupo museológico municipal); o parque judicial parado; a pista de remo no Rio Novo do Príncipe; o baixo aproveitamento turístico do património natural (histórico, social, económico, desportivo e ambiental) da Ria de Aveiro; os famigerados pórticos das novas portagens; o encerramento de duas estações dos CTT; o processo das piscinas do Beira Mar; a eventual equação da perda do Tribunal do Trabalho; a reestruturação da Administração Central que poderá retirar peso político ao concelho com a extinção ou transferência de organismos públicos; a reorganização administrativa do território que prevê a extinção/fusão de cerca de 1500 freguesias, quem sabe algumas no concelho; a degradação urbana, com inúmeros prédios devolutos (principalmente na cidade, mas não apenas na Avenida, por exemplo antigo quartel de Infantaria 5 – na freguesia da Glória) ou degradados; o estado e a conservação da rede viária e dos espaços verdes; o estacionamento e a mobilidade; igualmente entre outros.
Portanto desenganem-se aqueles que acham que Aveiro parou no tempo. Entre prós e contras, entre amores e ódios, entre o gostar e o contestar, Aveiro, de facto, tem mais que razões para “ferver”.
Há, por isso mesmo, dois aspectos que me parecem relevantes e que merecem especial referência. O primeiro tem a ver com a relação entre os diversos aspectos focados. Falta encontrar em Aveiro outras formas de empatia, de envolvimento, de comunicação, de motivação dos aveirenses para os projectos necessários ao desenvolvimento estruturado do Concelho. E refiro-me a muitas instituições, não apenas à autarquia como é mais comum e fácil proceder: claro que Câmara e Assembleia Municipal, mas também a Universidade de Aveiro, Hospital, Instituições Públicas (segurança social, tribunais, etc), Associações (sejam culturais, desportivas, de âmbito social, ou comercial e industrial). O empenho merece um esforço colectivo para desenvolver a região, sob pena de se passar mais tempo a criticar do que a agir.
Em segundo lugar, face às dificuldades que se avizinham, o esforço tem e deve ser partilhado e colectivo, repartido pela consciencialização dos aveirenses que Aveiro tem de retomar uma posição de centralidade, tem de se tornar mais atractiva e mais desenvolvida, não pode correr o risco de se esvaziar.
E tal como no caso nacional, em que há a urgência de se alterarem hábitos e mentalidades, também aqui os aveirenses têm de procurar ser mais exigentes, menos apáticos, menos conformados, mais interventivos, com a consciência do normal funcionamento da vivência democrática e das instituições.
Ou então a única coisa que vai efervescer são pastilhas para a azia e mal-estar.
E isto não é demagogia… assim, como não é responsabilidade ou mérito de grupos mais ou menos restritos ou alargados (o sempre paradigma do “copo meio cheio ou meio vazio”), das instituições, das empresas, da autarquia, dos aveirenses. Ou melhor… é de todos os aveirenses, seja para o bem, seja para o mal, porque a responsabilidade tem de ser partilhada e cabe a cada um de nós, dentro das suas próprias competências e do seu respectivo espaço cívico de intervenção.
Aveiro tem projectos interessantes que pretendem marcar a cidade, torná-la dinâmica, atractiva, estruturada e sustentada, desenvolvida económica, cultural e socialmente: o Parque da Sustentabilidade (no seu todo, incluindo Bairro do Alboi e Pontes Pedonais); a discussão em torno da Avenida; a pressão para a construção do novo Hospital junto ao actual (e nas imediações da Universidade de Aveiro); a zona envolvente ao Estádio Municipal de Aveiro; a zona urbana do Plano de Pormenor do Centro; a recuperação da Capela de S. Tomás de Aquino; a implantação da Fábrica das Baterias; a implementação dos sistemas de abastecimento de veículos eléctricos; alguns investimentos em S. Jacinto (CARSurf, Porto Abrigo dos Pescadores, aquisição de segundo Ferry); a renovação do parque escolar; entre outros. São referências apenas aleatórias sem qualquer tipo de valoração ou preferência. São factos conhecidos.
Seja devido às contingências das circunstâncias económico-financeiras actuais, seja por uma questão de prioridades ou estratégias, infelizmente, Aveiro também “ferve” por razões menos positivas: a existência de um tecido industrial em claro abandono com uma zona industrial em decadência; a ausência de projectos para a zona lagunar, por exemplo a zona de Eixo, Cacia, Esgueira e Requeixo (Pateira); a degradação da zona da antiga Lota; o “fantasma” do antigo estaleiro naval de S. Jacinto e o impasse com o aeródromo municipal; a zona a nascente da estação da CP; a dificuldade de investimento na cultura (por exemplo, Teatro Aveirense e grupo museológico municipal); o parque judicial parado; a pista de remo no Rio Novo do Príncipe; o baixo aproveitamento turístico do património natural (histórico, social, económico, desportivo e ambiental) da Ria de Aveiro; os famigerados pórticos das novas portagens; o encerramento de duas estações dos CTT; o processo das piscinas do Beira Mar; a eventual equação da perda do Tribunal do Trabalho; a reestruturação da Administração Central que poderá retirar peso político ao concelho com a extinção ou transferência de organismos públicos; a reorganização administrativa do território que prevê a extinção/fusão de cerca de 1500 freguesias, quem sabe algumas no concelho; a degradação urbana, com inúmeros prédios devolutos (principalmente na cidade, mas não apenas na Avenida, por exemplo antigo quartel de Infantaria 5 – na freguesia da Glória) ou degradados; o estado e a conservação da rede viária e dos espaços verdes; o estacionamento e a mobilidade; igualmente entre outros.
Portanto desenganem-se aqueles que acham que Aveiro parou no tempo. Entre prós e contras, entre amores e ódios, entre o gostar e o contestar, Aveiro, de facto, tem mais que razões para “ferver”.
Há, por isso mesmo, dois aspectos que me parecem relevantes e que merecem especial referência. O primeiro tem a ver com a relação entre os diversos aspectos focados. Falta encontrar em Aveiro outras formas de empatia, de envolvimento, de comunicação, de motivação dos aveirenses para os projectos necessários ao desenvolvimento estruturado do Concelho. E refiro-me a muitas instituições, não apenas à autarquia como é mais comum e fácil proceder: claro que Câmara e Assembleia Municipal, mas também a Universidade de Aveiro, Hospital, Instituições Públicas (segurança social, tribunais, etc), Associações (sejam culturais, desportivas, de âmbito social, ou comercial e industrial). O empenho merece um esforço colectivo para desenvolver a região, sob pena de se passar mais tempo a criticar do que a agir.
Em segundo lugar, face às dificuldades que se avizinham, o esforço tem e deve ser partilhado e colectivo, repartido pela consciencialização dos aveirenses que Aveiro tem de retomar uma posição de centralidade, tem de se tornar mais atractiva e mais desenvolvida, não pode correr o risco de se esvaziar.
E tal como no caso nacional, em que há a urgência de se alterarem hábitos e mentalidades, também aqui os aveirenses têm de procurar ser mais exigentes, menos apáticos, menos conformados, mais interventivos, com a consciência do normal funcionamento da vivência democrática e das instituições.
Ou então a única coisa que vai efervescer são pastilhas para a azia e mal-estar.
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