Tudo começou por um simples (?) apelo na rede social Facebook.
Para muitos que desvalorizam o poder da Sociedade da Informação e do uso da Internet (para além de simples “banalidades” legítimas face à realidade social do ser humano), não bastaram os recentes acontecimentos no Médio Oriente e no Magreb.
Foi preciso ver com os próprios olhos. E neste caso, só não vê a realidade quem não a quiser aceitar.
Cerca de 40 mil tinham aderido (“like/gosto”) ao manifesto e à página do facebook. Facto que perspectivava alguma cepticismo e, até, um sentimento prévio de alguma frustração. Mas ajudados por algum mediatismo informativo, ao qual se juntou, mesmo que não intencional ou directamente, uma parte do discurso d tomada de posse do Presidente da República, eis que os 40 mil se multiplicaram e da virtualidade passaram à realidade. Em todo o país (com óbvio destaque para Lisboa e Porto) cerca de 300 mil portugueses saíram, literalmente, à rua.
O que seria uma clara manifestação do desagrado e de insatisfação social de um considerável número de jovens (maioritariamente entre os 22 e os 35 anos), passou a ser uma espontânea e legítima contestação social de muitos portugueses, desde os jovens aos reformados.
Com o cuidado (bem medido politicamente) de não aproveitamento partidário por parte dos partidos da oposição (mesmo com o “envio” das estruturas jotas), com uma evidente naturalidade e impulsividade da iniciativa, com uma diversidade de argumentos, emoções e objectivos, mas, inevitável e inquestionavelmente, com um sentimento comum: a insatisfação e contestação social pela governação de José Sócrates e o estado a que o país chegou.
Este é o inegável resultado e a inquestionável conclusão. E esta realidade não pode ficar indiferente à classe política e, nomeadamente, ao Governo.
Mesmo que muitos queiram, no “day after” tentar esvaziar, desmobilizar e desvalorizar o acontecimento, com questões como “que perspectiva futura para o movimento?”, “porque não formam um partido político?” ou “onde estavam estes manifestantes nas últimas eleições?”.
Vamos por partes… o direito à contestação e à insatisfação foi espontâneo e serviu o fim a que se propôs: contestar, manifestar a indignação, na rua e de forma descomprometida. E este sentido de não compromisso com qualquer sector partidário ou religioso é que potenciou e deu expressividade ao sentido comum de descontentamento (algo difícil de se conseguir com “colagens” partidárias). Até porque é inquestionável que há alguns anos que os portugueses se “divorciaram” dos partidos e da política, muito por culpa da incapacidade “pedagógica” e mobilizadora actuais dos partidos políticos. E isto tem um reflexo óbvio nos actos eleitorais. Até porque, compreensivelmente face à realidade, os portugueses cansaram-se de não poderem votar no “seu” deputado, mas sim alimentarem interesses e irresponsabilidades políticas e “partidarices”.
A realidade é só esta: O Povo saiu à rua, unido… já não é só uma geração, é todo um país à rasca!
Para muitos que desvalorizam o poder da Sociedade da Informação e do uso da Internet (para além de simples “banalidades” legítimas face à realidade social do ser humano), não bastaram os recentes acontecimentos no Médio Oriente e no Magreb.
Foi preciso ver com os próprios olhos. E neste caso, só não vê a realidade quem não a quiser aceitar.
Cerca de 40 mil tinham aderido (“like/gosto”) ao manifesto e à página do facebook. Facto que perspectivava alguma cepticismo e, até, um sentimento prévio de alguma frustração. Mas ajudados por algum mediatismo informativo, ao qual se juntou, mesmo que não intencional ou directamente, uma parte do discurso d tomada de posse do Presidente da República, eis que os 40 mil se multiplicaram e da virtualidade passaram à realidade. Em todo o país (com óbvio destaque para Lisboa e Porto) cerca de 300 mil portugueses saíram, literalmente, à rua.
O que seria uma clara manifestação do desagrado e de insatisfação social de um considerável número de jovens (maioritariamente entre os 22 e os 35 anos), passou a ser uma espontânea e legítima contestação social de muitos portugueses, desde os jovens aos reformados.
Com o cuidado (bem medido politicamente) de não aproveitamento partidário por parte dos partidos da oposição (mesmo com o “envio” das estruturas jotas), com uma evidente naturalidade e impulsividade da iniciativa, com uma diversidade de argumentos, emoções e objectivos, mas, inevitável e inquestionavelmente, com um sentimento comum: a insatisfação e contestação social pela governação de José Sócrates e o estado a que o país chegou.
Este é o inegável resultado e a inquestionável conclusão. E esta realidade não pode ficar indiferente à classe política e, nomeadamente, ao Governo.
Mesmo que muitos queiram, no “day after” tentar esvaziar, desmobilizar e desvalorizar o acontecimento, com questões como “que perspectiva futura para o movimento?”, “porque não formam um partido político?” ou “onde estavam estes manifestantes nas últimas eleições?”.
Vamos por partes… o direito à contestação e à insatisfação foi espontâneo e serviu o fim a que se propôs: contestar, manifestar a indignação, na rua e de forma descomprometida. E este sentido de não compromisso com qualquer sector partidário ou religioso é que potenciou e deu expressividade ao sentido comum de descontentamento (algo difícil de se conseguir com “colagens” partidárias). Até porque é inquestionável que há alguns anos que os portugueses se “divorciaram” dos partidos e da política, muito por culpa da incapacidade “pedagógica” e mobilizadora actuais dos partidos políticos. E isto tem um reflexo óbvio nos actos eleitorais. Até porque, compreensivelmente face à realidade, os portugueses cansaram-se de não poderem votar no “seu” deputado, mas sim alimentarem interesses e irresponsabilidades políticas e “partidarices”.
A realidade é só esta: O Povo saiu à rua, unido… já não é só uma geração, é todo um país à rasca!
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