“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

15 novembro 2010

Resumo da semana - 14.11.2010

Publicado na edição de ontem , 14.11.2010, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo.


Sobe e Desce!
Os mercados reagiram com alguma penalização à divida pública portuguesa e à sua desconfiança face ao Orçamento e à sua execução.
No âmbito dos leilões realizados, os juros da dívida pública a 10 anos (obrigações do tesouro) oscilaram entre os 6,7% e o máximo histórico de 7,5% (valor acima do qual (7%) o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos fixou como meta limite para a interferência do FMI nas finanças nacionais), tendo-se fixado, no final da semana, nos 6,8%.
Apenas a Irlanda registou uma ligeira subida da dívida a 10 anos, tendo-se mantido estável nos restantes países europeus.
Mesmo tendo-se fixado abaixo da referida barreira dos 7%, para muitos especialistas a realidade económico-financeira portuguesa não está longe do cenário grego e não afasta de todo a intervenção do Fundo Monetário Internacional, independentemente da aprovação ou não do Orçamento ou da sua execução. Por mais que o Governo se esforce por sustentar uma realidade distinta.
Por outro lado, a fixação da meta de redução do défice nos 4,6% (sem a tentativa de negociação deste valor junto da União Europeia) provocará uma inevitável recessão económica (recorde-se que o Governo sustentou um crescimento em cerca de 0,2%, num cenário claramente optimista), com consequências ao nível social, do desemprego, da segurança, do desenvolvimento e coesão nacional.
Se existem alternativas?! Claramente que sim… a negociação do faseamento de redução do défice e outras medidas de redução da despesa pública e do aumento das receitas. Penalizando menos as famílias, os cidadãos (os do costume) e as empresas (nomeadamente as PMEs).
Portugal vs 中國(China)
A semana ficou marcada pela visita oficial a Portugal do Presidente da República Popular da China, Hu Jintao.
Na bagagem, à parte a demagogia diplomática e a instalação/reforço de mais “centros comerciais made in china”, Pequim levou dívida portuguesa, aumentou investimento em sectores nacionais vitais (edp, banca, …), e tratou de reforçar o seu papel estratégico de economia emergente (para além de resolver o problema do excesso de divisa externa).
De fora… muito de fora, ficaram questões tão ou mais importantes como os direitos humanos, a exploração do trabalho infantil.
Estatística (I)
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – OCDE fixou, para o mês de Setembro, a taxa de desemprego em Portugal nos 10,6%, estabilizando o número de portugueses sem emprego. Isto à saída do tradicional período de trabalho sazonal e esporádico, referente ao período de Verão.
E apesar dessa (falsa) estabilidade, Portugal ocupa o quinto lugar no ranking da taxa de desemprego dos países da OCDE, onde a média ronda os 8,5%.
Estatística (II)
Segundo a sondagem realizada para o Expresso, SIC e Rádio Renascença, o barómetro deste mês da Eurosondagem revela, após a aprovação do Orçamento do Estado para o ano de 2011, que o PSD ganha perto de sete pontos percentuais em relação ao PS (36.9% contra 30%), fruto de um aumento nas intenções de voto dos portugueses nos sociais-democratas (1.6%) e a queda de popularidade dos socialistas (7%).
Os dados revelam igualmente o posicionamento do CDS.PP como terceira força política (9.3%), à frente do BE (9.2%) e do PCP (8.8%).
Mas o estudo da Eurosondagem divulga ainda o facto curioso de a maioria dos eleitores afirmar ter a convicção que em 2011 haverá eleições legislativas (57.7% dos portugueses inquiridos), apesar dos apelos do Presidente da República, do Governo e do PS, de alguns sectores da economia nacional.
E independentemente da não realização de eleições antecipadas, é certo que a maioria dos portugueses (perto dos 55%) desejam alterações governamentais, sendo que cerca de 51% entende que o Partido Socialista deveria apresentar outro Primeiro-ministro e afastar Sócrates do poder.
Boa Semana…

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