“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

26 setembro 2008

Aveiro e o “peso político”

Publicado na edição de ontem (25.09.2008) do Diário de Aveiro

Sais Minerais
Aveiro e o “peso político”.


É um facto que Aveiro tem recebido uma atenção especial no que respeita ao (re)posicionamento de importantes organismos públicos e investimentos estruturantes que potenciam e relançam esta cidade no plano regional e nacional.
Sem esquecer, no entanto, que foram, durante anos, muitos os organismos, instituições e entidades que Aveiro viu, na maioria dos casos injustamente e com alguma sustentação pouco clarificadora, serem transferidos para Coimbra. Não bastava a sobrevalorização do poder centralizador daquela cidade (mesmo que a realidade demonstre que a única mais valia, em relação a Aveiro, é o peso político), foi, deste modo, criado um esgotamento das estruturas políticas e administrativas de Aveiro.
Mas novos ventos trouxeram a Divisão da Região Hidrográfica do Centro; o compromisso da Delegação Regional de Economia do Centro governamental (ou melhor, ministerial); a futura instalação do Tribunal Administrativo e Fiscal e o projecto piloto da reforma judicial com a instalação do Sistema de Mediação Penal, Familiar e Laboral. Em curso estão as obras da ligação ferroviária ao Porto de Aveiro. São de destacar os importantes anúncios referentes ao traçado e estação do TGV e à ligação rodoviária Aveiro-Águeda.
Mas recentemente, Aveiro vai poder também contemplar na sua estrutura político-administrativa a Entidade Regional de Turismo do Centro - “Turismo do Centro de Portugal” que vem substituir as anteriores regiões de turismo, tal como eram conhecidas.
Mais do que colher louros ou dividendos políticos da autoria de tais feitos, o que é verdadeiramente importante e relevante é o reconhecimento do valor que tem para Aveiro e para a sua região a instalação dos organismos e entidades e o investimento que potencia o desenvolvimento e o posicionamento na estratégia regional e nacional. Para além do mérito de conquistar a Coimbra “aberrações” (usando a recente expressão pública do Presidente daquela edilidade) que confrontam o “espólio” político-administrativo há muito arrancado a Aveiro.
E isto é tão importante se atendermos que, muitos, para não dizer todos, destes “brindes” podem ser, na verdade, “presentes envenenados”.
É que o garante destas importantes estruturas administrativas e investimentos podem não significar peso político ou, até mesmo, num futuro próximo, voltarem a desaparecer (mais uma vez para Coimbra) por força de um processo de regionalização há muito planeado e que acabará por ser mais imposto do que democraticamente aceite (entenda-se, referendado).
Processo de regionalização que determinará Aveiro com uma dependência política de Coimbra que não se deseja e que nada de valioso trará.
É, por isso, desejável potenciar estes investimentos e estruturas, por forma a tornar Aveiro numa referência estratégica regional e nacional, contrariando a tendência centralizadora regional de Coimbra, que em nada nos beneficiará.
Aveiro tem de conseguir encontrar capacidades de liderança regional, já que as potencialidades são evidentes.

Ao sabor da pena…

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois, pois, não fossem o Afonso Candal e o Filipe Neto Brandão e eu queria ver onde iam parar esses "novos ventos" de que fala... Felizmente, apesar do Élio Maia que nada consegue fazer ou resolver, há quem tenha influência e capacidade de persuasão para afirmar Aveiro.
Viva Aveiro!