Sais Minerais
No Sense.
Podemos discutir se a comunicação social actual está, no seu todo, ética e deontologicamente capaz, eficaz e sem mácula. Como o poderíamos fazer em relação a tantas e tantas profissões: saúde, justiça, segurança, política, etc..
Mas é indiscutível a importância, o papel e o peso que a comunicação social detém (para o bem e para o mal) no processo de socialização das pessoas, comunidades e sociedades. O que em muitos casos significa confundir informação, exposição, divulgação ou notícia com mediatização (ou “imediatização”) ou excessos informativos. Como se o ideal significasse “ignorância social” e não “consciencialização social”.
Não, senhor ministro…
A importância da comunicação passa, igualmente, pela forma como expressamos opiniões, comentamos acontecimentos e como nos relacionamos com os outros. Esta realidade tem um maior impacto e relevo quando se trata de uma figura pública. Acresce a relevância quando estamos perante um governante (ao caso, Ministro). Só é pena que a liberdade de expressão (conquistada com considerável sofrimento e esforço) seja tão facilmente banalizada e desprezada, quando não medimos as palavras.
Foi (como há-de ser qualquer perda da vida, em qualquer circunstância) trágico o acontecimento da quarta-feira, da passada semana, em Madrid (aeroporto de Barajas - terminal 4 - voo JKK 5022 da SpainAir - 14:45 Hm, horas locais). Resultado de uma descolagem não concretizada: 153 vítimas mortais (passageiros, incluindo crianças e bebés, e tripulação).
Acredito que haja quem seja totalmente indiferente a sofrimento alheio e a estes acontecimentos. Que mais não seja, pelo distanciamento (seja ele qual for: geográfico, emocional, etc.). Isso é um direito que assiste a qualquer um. Mas daí a tornar isso público, vai alguma diferença.
E é espantoso que, após o Presidente da República e o Primeiro-Ministro terem expressado as institucionais condolências ao Reino de Espanha, logo no dia seguinte o Ministro Mário Lino (Obras Públicas e Transportes) apenas saiba aproveitar o momento para fazer “justificação política”.
Para a maioria das pessoas o acidente chamou a atenção para a tragédia, o sofrimento, um número considerável de vítimas, de vidas perdidas, de família destroçadas… Para o Ministro dos “desertos e afins”, os acontecimentos do outro lado da fronteira significaram apenas um chamada de atenção para algo perfeitamente estudado e identificado: a localização de um aeroporto dentro de uma cidade e de uma zona urbana tem riscos que não devem ser corridos.
Espantoso para quem ainda há bem pouco tempo, mesmo que de forma impositiva, defendia que o novo aeroporto não deveria ser construído na margem sul do Tejo, já que estávamos perante um verdadeiro deserto (o que também não signifique a perfeita presença de um meio urbano em pleno deserto).
Mais… nas referidas declarações públicas, o senhor “jamais” ministro viria ainda a afirmar que (apesar de tão veemente preocupação pela segurança) os pressupostos que sustentaram a pressão do lóbi da construção (igual para o TGV) e os argumentos governativos para a edificação do novo aeroporto foram o facto da Portela não ter capacidade de expansão e de não dar resposta a um aumento (mesmo que eventual ou virtual) do tráfego aéreo. Ou seja, mesmo que a Portela seja um aeroporto perfeitamente urbano e citadino, não haveria o risco de algum avião aterrar, por puro engano, no Jardim Zoológico ou em plena segunda circular.
Afinal em que ficamos?!
Faltou alguém sussurrar ao ouvido do Ministro Mário Lino que, infelizmente, os acidentes aéreos têm sempre e em qualquer circunstância uma carga riscos extremamente elevados e que acidentes de aviação com “consequências colaterais” têm sido, por outro lado e felizmente, raros (ou até muito raros).
O que se lamenta profundamente, senhor ministro, são as mortes…
Ao sabor da pena…
No Sense.
Podemos discutir se a comunicação social actual está, no seu todo, ética e deontologicamente capaz, eficaz e sem mácula. Como o poderíamos fazer em relação a tantas e tantas profissões: saúde, justiça, segurança, política, etc..
Mas é indiscutível a importância, o papel e o peso que a comunicação social detém (para o bem e para o mal) no processo de socialização das pessoas, comunidades e sociedades. O que em muitos casos significa confundir informação, exposição, divulgação ou notícia com mediatização (ou “imediatização”) ou excessos informativos. Como se o ideal significasse “ignorância social” e não “consciencialização social”.
Não, senhor ministro…
A importância da comunicação passa, igualmente, pela forma como expressamos opiniões, comentamos acontecimentos e como nos relacionamos com os outros. Esta realidade tem um maior impacto e relevo quando se trata de uma figura pública. Acresce a relevância quando estamos perante um governante (ao caso, Ministro). Só é pena que a liberdade de expressão (conquistada com considerável sofrimento e esforço) seja tão facilmente banalizada e desprezada, quando não medimos as palavras.
Foi (como há-de ser qualquer perda da vida, em qualquer circunstância) trágico o acontecimento da quarta-feira, da passada semana, em Madrid (aeroporto de Barajas - terminal 4 - voo JKK 5022 da SpainAir - 14:45 Hm, horas locais). Resultado de uma descolagem não concretizada: 153 vítimas mortais (passageiros, incluindo crianças e bebés, e tripulação).
Acredito que haja quem seja totalmente indiferente a sofrimento alheio e a estes acontecimentos. Que mais não seja, pelo distanciamento (seja ele qual for: geográfico, emocional, etc.). Isso é um direito que assiste a qualquer um. Mas daí a tornar isso público, vai alguma diferença.
E é espantoso que, após o Presidente da República e o Primeiro-Ministro terem expressado as institucionais condolências ao Reino de Espanha, logo no dia seguinte o Ministro Mário Lino (Obras Públicas e Transportes) apenas saiba aproveitar o momento para fazer “justificação política”.
Para a maioria das pessoas o acidente chamou a atenção para a tragédia, o sofrimento, um número considerável de vítimas, de vidas perdidas, de família destroçadas… Para o Ministro dos “desertos e afins”, os acontecimentos do outro lado da fronteira significaram apenas um chamada de atenção para algo perfeitamente estudado e identificado: a localização de um aeroporto dentro de uma cidade e de uma zona urbana tem riscos que não devem ser corridos.
Espantoso para quem ainda há bem pouco tempo, mesmo que de forma impositiva, defendia que o novo aeroporto não deveria ser construído na margem sul do Tejo, já que estávamos perante um verdadeiro deserto (o que também não signifique a perfeita presença de um meio urbano em pleno deserto).
Mais… nas referidas declarações públicas, o senhor “jamais” ministro viria ainda a afirmar que (apesar de tão veemente preocupação pela segurança) os pressupostos que sustentaram a pressão do lóbi da construção (igual para o TGV) e os argumentos governativos para a edificação do novo aeroporto foram o facto da Portela não ter capacidade de expansão e de não dar resposta a um aumento (mesmo que eventual ou virtual) do tráfego aéreo. Ou seja, mesmo que a Portela seja um aeroporto perfeitamente urbano e citadino, não haveria o risco de algum avião aterrar, por puro engano, no Jardim Zoológico ou em plena segunda circular.
Afinal em que ficamos?!
Faltou alguém sussurrar ao ouvido do Ministro Mário Lino que, infelizmente, os acidentes aéreos têm sempre e em qualquer circunstância uma carga riscos extremamente elevados e que acidentes de aviação com “consequências colaterais” têm sido, por outro lado e felizmente, raros (ou até muito raros).
O que se lamenta profundamente, senhor ministro, são as mortes…
Ao sabor da pena…
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