Crónicas dos Arcos
Virado do Avesso!
Este primeiro trimestre de 2008 tem mostrado, com mais relevo nas últimas semanas, um país em “pressão”, em “confusão”, em “ebulição”… na rua em “contestação”. Mas não se entenda este sair à rua como um mero exercício de contestação desarticulada, incoerente ou inconsistente.
É o reflexo da necessidade de diversos sectores e das comunidades locais de marcarem a sua posição face ao que entendem ser a implementação de medidas e reformas desajustadas, inconsistentes e que colocam em causa a responsabilidade social do Estado e a qualidade de vida e de desenvolvimento do país.
E esta realidade é de tal forma marcante na agenda política actual que “obrigou” o próprio governo a descer igualmente à rua, já no próximo Sábado, no Porto.
Mas vamos a factos…
Primeiro Avesso.
Cerca de 100 mil docentes “invadiram” Lisboa. Por mais tentativas que o governo faça para desacreditar e desvalorizar o impacto criado (e diga-se em abono da verdade que foi significativo), a verdade é que não há memória de uma união tão forte no sector. Aliás, desde Julho de 1980 (300 mil pessoas na Praça do Comércio em Lisboa) e desde Março de 2007 (150 mil pessoas), não se registava uma contestação política tão marcante.
E se são já algumas as vozes, mesmo no interior do próprio PS, que alertam para a necessidade de ponderação e contenção, parece ser importante aproveitar a realidade para se efectuar a uma reflexão séria, abrangente e profunda sobre o estado da educação que passa muito para além da questão da avaliação ou não avaliação e os seus procedimentos. Passa pela socialização da escola, pelo seu processo de gestão, pelo papel do professor enquanto pedagogo e educador, pela valorização do pessoal auxiliar e pelo estatuto do aluno que é a essência da finalidade da escola.
Segundo Avesso.
E se a contestação da docência foi marcante nos últimos tempos, a sensação de abandono, de falta de protecção médica, de uma saúde de qualidade e próxima das necessidades das populações, com investimentos racionais e não com encerramentos desmedidos, voltaram a movimentar as comunidades de Anadia e Estarreja, pela luta de cuidados de saúde que lhes garantam uma melhor qualidade de vida e de maior segurança.
Terceiro Avesso.
O direito vai torto em Portugal.
São as expressões públicas do Bastonário da Ordem dos Advogados, sobre a corrupção e a justiça. É o próprio Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Púbico que contesta as reformas na justiça, considerando-as falhadas. Estando prevista inclusive uma acção de protesto para Abril próximo.
E é esta a noção que o cidadão tem da justiça: morosa, desigual, enigmática e obscura.
Acresce o conflito latente na Polícia Judicial e entre esta e o Ministério Público, que o Ministro da Administração Interna não tem conseguido sarar.
Que maior sensação de insegurança se pode criar no cidadão?
Quarto Avesso.
Não há registo de uma insegurança física tão relevante em alguns pontos do país que, se não combatida e controlada, não tardará a espalhar-se pelas mais distintas regiões. Fere-se, mata-se de uma forma incontrolada, sem motivos racionais (como e a morte fosse justificável), só porque se está na hora e local errados. As armas “habitam” muitos lares sem qualquer controlo e com uma legislação ineficaz.
A realidade de um tecido social a empobrecer e a desfalecer, motivo actos de sobrevivência criminal, nas mais distintas formas e para as quais a sociedade vai, sem preparação e preocupação, acordando dia-a-dia. Temos, como puro exemplo, a crescente “onda” de situações de “car jaking”.
Assim progride a nação. Assim cresce uma sociedade preocupada.
Virado do Avesso!
Este primeiro trimestre de 2008 tem mostrado, com mais relevo nas últimas semanas, um país em “pressão”, em “confusão”, em “ebulição”… na rua em “contestação”. Mas não se entenda este sair à rua como um mero exercício de contestação desarticulada, incoerente ou inconsistente.
É o reflexo da necessidade de diversos sectores e das comunidades locais de marcarem a sua posição face ao que entendem ser a implementação de medidas e reformas desajustadas, inconsistentes e que colocam em causa a responsabilidade social do Estado e a qualidade de vida e de desenvolvimento do país.
E esta realidade é de tal forma marcante na agenda política actual que “obrigou” o próprio governo a descer igualmente à rua, já no próximo Sábado, no Porto.
Mas vamos a factos…
Primeiro Avesso.
Cerca de 100 mil docentes “invadiram” Lisboa. Por mais tentativas que o governo faça para desacreditar e desvalorizar o impacto criado (e diga-se em abono da verdade que foi significativo), a verdade é que não há memória de uma união tão forte no sector. Aliás, desde Julho de 1980 (300 mil pessoas na Praça do Comércio em Lisboa) e desde Março de 2007 (150 mil pessoas), não se registava uma contestação política tão marcante.
E se são já algumas as vozes, mesmo no interior do próprio PS, que alertam para a necessidade de ponderação e contenção, parece ser importante aproveitar a realidade para se efectuar a uma reflexão séria, abrangente e profunda sobre o estado da educação que passa muito para além da questão da avaliação ou não avaliação e os seus procedimentos. Passa pela socialização da escola, pelo seu processo de gestão, pelo papel do professor enquanto pedagogo e educador, pela valorização do pessoal auxiliar e pelo estatuto do aluno que é a essência da finalidade da escola.
Segundo Avesso.
E se a contestação da docência foi marcante nos últimos tempos, a sensação de abandono, de falta de protecção médica, de uma saúde de qualidade e próxima das necessidades das populações, com investimentos racionais e não com encerramentos desmedidos, voltaram a movimentar as comunidades de Anadia e Estarreja, pela luta de cuidados de saúde que lhes garantam uma melhor qualidade de vida e de maior segurança.
Terceiro Avesso.
O direito vai torto em Portugal.
São as expressões públicas do Bastonário da Ordem dos Advogados, sobre a corrupção e a justiça. É o próprio Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Púbico que contesta as reformas na justiça, considerando-as falhadas. Estando prevista inclusive uma acção de protesto para Abril próximo.
E é esta a noção que o cidadão tem da justiça: morosa, desigual, enigmática e obscura.
Acresce o conflito latente na Polícia Judicial e entre esta e o Ministério Público, que o Ministro da Administração Interna não tem conseguido sarar.
Que maior sensação de insegurança se pode criar no cidadão?
Quarto Avesso.
Não há registo de uma insegurança física tão relevante em alguns pontos do país que, se não combatida e controlada, não tardará a espalhar-se pelas mais distintas regiões. Fere-se, mata-se de uma forma incontrolada, sem motivos racionais (como e a morte fosse justificável), só porque se está na hora e local errados. As armas “habitam” muitos lares sem qualquer controlo e com uma legislação ineficaz.
A realidade de um tecido social a empobrecer e a desfalecer, motivo actos de sobrevivência criminal, nas mais distintas formas e para as quais a sociedade vai, sem preparação e preocupação, acordando dia-a-dia. Temos, como puro exemplo, a crescente “onda” de situações de “car jaking”.
Assim progride a nação. Assim cresce uma sociedade preocupada.
4 comentários:
Confrontado com o resultado das suas políticas, o senhor Sousa convoca uma reunião do seu partido em contra-manifestação e apoio às suas excelsas medidas governativas. Esta foi uma prática do estado-novo que, tal como o senhor Sousa, acabou por cair.
Cpts.
Caríssimo Miguel:
Parabéns, muitos parabéns.
Fiquei deveras contente ao ler hoje a notícia no Diário de Aveiro da sua candidatura à presidência da A. A. do Instituto Superior de jornalismo na Universidade de Aveiro.
Na certeza absoluta de que essas nobres funções estão muitíssimo bem entregues, resta-me a certeza que irá pugnar pelos interesses de todos e de cada um em particular com rigor, verticalidade e justiça.
Resta-me só formular votos de muitas venturas para a concretização de um trabalho profícuo que sei irá desenvolver séria e honestamente.
Um abraço
Caro Abel Cunha
Mesmo que a oposição interna cresça. Mesmo que muitos dos 100 mil tenham votado PS. Mesmo que qualquer dia comecem a surgir as medidas eleitoralistas que andamos a pagar há 3 anos para "comprarem" votos... não acredito que o Sr. Sousa caia da "cadeira".
É que o povo, infelizmente, tem a memória curta.
É que infelizmente a oposição e a alternativa é muito fraca, não tem expressão política ou não existe pura e simplesmente.
Portanto... para este rectângulo à beira-mar plantado - NADA de NOVO.
Cumprimentos
Meu caro Terra&Sal
Que surpresa.
Não por ter aparecido por cá, porque isso, felizmente para o meu ego, é um hábito seu mais ou menos regular.
Se bem que ultimamente mais para o menos do que para o mais. Mas acredito que involuntariamente.
Imagine, o meu caro amigo, que aqui este seu ilustre admirador da sua cidadana, humanismo e cultura, resolveu "pifar" de vez.
Já não bastava ter desperdiçado tantos anos na "boa vidinha" e só agora ter-se habilitado à sua formação superior, para, aos 41 (quase 42) anos, lhe ter dado para "abraçar" a pujança e a cagança académica.
Mas olhe. De tolos e bolos se faz esta vida. E cada um acredita que, à sua maneira, com as suas forças e capacidades, pode e deve mudar um bocadinho o mundo.
Portanto... aqui este seu amigo, arregaçou as mangas e decidiu ser Presidente por um ano. Vontades, objectivos, não nos faltarão. Espero que não nos faltem as forças, a coragem e o ânimo, para, como bem o diz, sermos rigorosos, verticais e justos e, simultaneamente, honestos no nosso trabalho.
OBRIGADO PELAS SUAS PALAVRAS AMIGAS.
Permita-me apenas uma correcção. O ISCIA é independente da UA. É um Instituto Superior Privado (politécnico, como o ISCA e o IPAM), e está, neste momento, a leccionar 2 licenciaturas: Comunicação e Gestão. Estão previstas a aberura de mais duas: Serviço Social e Eng. Informática.
Para além de várias Pós-Graduações (Crimiologia - com Prof. Dr. Pinto da Costa / Educação Especial / Gestão Portuária / Terrorismo (espero que não ensinem a fazer bombas).Tem igualemte alguns Mestrados: Ciências da Comunicação / Gestão de Recursos Humanos / Ciências da Educação / PsicoGerontologia / etc.
O nome: Instituto de Ciências da Informação e Administração.
Um abraço amigo
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