Há razões políticas que a própria razão desconhece…
Já o afirmei que entendo as reformas ministeriais como um sintoma de fragilidade, de tentativa de “sacudir a água do capote” quando as políticas implementadas se demonstram catastróficas. Salvam-se óbvias excepções à regra que se traduzem em incompatibilidades ou as verdadeiras razões de ordem pessoal.
Aquando da substituição do ministro da saúde, por razões ainda pouco claras foi igualmente renovada a pasta da cultura. Houve quem alvitrasse que tal situação se sustentou numa forma de aliviar o peso e minimizar o efeito político da renovação no ministério da saúde.
Mas isso é algo que ainda não se entende muito bem. É certo que a cultura em Portugal continua confinada a uma elite cada vez mais distante do cidadão das suas vontades e necessidades. Mas também não deixa de ser (e por isso mesmo) paradoxal tal opção política de José Sócrates. Porque não foi a demissão da Ministra da Cultura que suavizou o erro das reformas políticas na saúde. O povo não come “cultura”, não conta “cultura” ao fim do mês, não vai ao hiper com a “cultura”, nem paga as suas contas com “cultura”.
Teria sido, portanto, preferida outra opção de renovação para “acompanhar” a de Correia dos Campos. Muitos nomes (para muitas pessoas) de perfilariam: a ministra da educação com toda a certeza à cabeça. Pela polémica, pelo mediatismo dos acontecimentos mais públicos. Mas haveria outros pelas razões inversas. Pela falta de mediatismo, pela falta de políticas, por, pura e simplesmente, não existirem. Como é o caso do Ministro da Economia (infelizmente eleito pelo ciclo de Aveiro) - Manuel Pinho. Mal o vemos, pouco faz e quando aparece publicamente é uma desgraça. Por exemplo, com o fim da crise anunciada em Aveiro, com a mão-de-obra comparativa entre portugueses e chineses, etc. Como não podia fugir à regra, mais um pormenor da mais profunda caricatura tinha de ocorrer. Na maior feira internacional de calçado, em Itália (Milão), Portugal fez-se representar por cerca de 80 empresas/marcas nacionais. Para promoção do produto luso, os empresários convidaram o Ministro da Economia. Má hora. Mal chegado, o ministro afirmava publicamente que ia aproveitar para comprar uns sapatos italianos, mas que face à qualidade comprovada do calçado luso levaria uns portugueses. Assim o disse, assim não o fez. Passada a euforia das câmaras, dos flashes e dos microfones, na bagagem Manuel Pinho lá trouxe uns sapatitos “made in italy”. Pena que cá, não lhe calcem uns patins bem portugueses.
Era preciso gastar dinheiro público numa viagem a Itália para comprar sapatos italianos? (cá, infelizmente para a nossa indústria, também os há). Como é que um ministro que tutela a economia nacional não sabe a qualidade do que é produzido em solo lusitano? E ainda tem a lata de o dizer publicamente. Haja paciência….
Já o afirmei que entendo as reformas ministeriais como um sintoma de fragilidade, de tentativa de “sacudir a água do capote” quando as políticas implementadas se demonstram catastróficas. Salvam-se óbvias excepções à regra que se traduzem em incompatibilidades ou as verdadeiras razões de ordem pessoal.
Aquando da substituição do ministro da saúde, por razões ainda pouco claras foi igualmente renovada a pasta da cultura. Houve quem alvitrasse que tal situação se sustentou numa forma de aliviar o peso e minimizar o efeito político da renovação no ministério da saúde.
Mas isso é algo que ainda não se entende muito bem. É certo que a cultura em Portugal continua confinada a uma elite cada vez mais distante do cidadão das suas vontades e necessidades. Mas também não deixa de ser (e por isso mesmo) paradoxal tal opção política de José Sócrates. Porque não foi a demissão da Ministra da Cultura que suavizou o erro das reformas políticas na saúde. O povo não come “cultura”, não conta “cultura” ao fim do mês, não vai ao hiper com a “cultura”, nem paga as suas contas com “cultura”.
Teria sido, portanto, preferida outra opção de renovação para “acompanhar” a de Correia dos Campos. Muitos nomes (para muitas pessoas) de perfilariam: a ministra da educação com toda a certeza à cabeça. Pela polémica, pelo mediatismo dos acontecimentos mais públicos. Mas haveria outros pelas razões inversas. Pela falta de mediatismo, pela falta de políticas, por, pura e simplesmente, não existirem. Como é o caso do Ministro da Economia (infelizmente eleito pelo ciclo de Aveiro) - Manuel Pinho. Mal o vemos, pouco faz e quando aparece publicamente é uma desgraça. Por exemplo, com o fim da crise anunciada em Aveiro, com a mão-de-obra comparativa entre portugueses e chineses, etc. Como não podia fugir à regra, mais um pormenor da mais profunda caricatura tinha de ocorrer. Na maior feira internacional de calçado, em Itália (Milão), Portugal fez-se representar por cerca de 80 empresas/marcas nacionais. Para promoção do produto luso, os empresários convidaram o Ministro da Economia. Má hora. Mal chegado, o ministro afirmava publicamente que ia aproveitar para comprar uns sapatos italianos, mas que face à qualidade comprovada do calçado luso levaria uns portugueses. Assim o disse, assim não o fez. Passada a euforia das câmaras, dos flashes e dos microfones, na bagagem Manuel Pinho lá trouxe uns sapatitos “made in italy”. Pena que cá, não lhe calcem uns patins bem portugueses.
Era preciso gastar dinheiro público numa viagem a Itália para comprar sapatos italianos? (cá, infelizmente para a nossa indústria, também os há). Como é que um ministro que tutela a economia nacional não sabe a qualidade do que é produzido em solo lusitano? E ainda tem a lata de o dizer publicamente. Haja paciência….
3 comentários:
Raticida meu amigo.
Abraço.
PS: Tia Alcina, junto ao Cais da Bestida, na Murtosa.
Quando vi a foto achei logo que hoje já não tenho estofo para este post. Deixo para amanhã.
Uns patins seria pouco, Miguel! Com gente desta, não admira que o país patine para um imenso lamaçal... até onde? até quando? palvras já não bastam. é emergente acção!
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