Apesar da ineficácia de uma oposição governativa cada vez mais inconsistente quer à direita, quer à esquerda, o Primeiro Ministro optou por se apresentar no debate mensal no parlamento retomando o obtuso “choque tecnológico”, fugindo à polémica de temas quentes como o ensino e a saúde.
É certo que as novas realidades sociais e comunicacionais assentam cada vez mais numa globalização das relações, numa procura de maior celeridade e eficiência, baseadas num progresso evidente das tecnologias.
Como refere o sociólogo espanhol Manuel Castells a diferença na construção de uma sociedade mais ou menos estruturada está na capacidade de se estar “dentro ou fora da rede”.
Mas num país onde a taxa de analfabetismo ainda é considerável, onde o abandono escolar é ainda precoce, onde as assimetrias regionais se acentuam, onde a crise económica teima em não se desinstalar, por mais rankings que determinem estatisticamente a capacidade de oferta do uso das tecnologias, o dia-a-dia mostra-nos um país desfasado dessa realidade, correndo-se o risco de se estar a construir um universo perigoso de info-excluídos.
1 comentário:
Olá!
Assim parece... às vezes sinto que, na educação, se constroem casas a partir o telhado. Dotamos os alunos com computadores e diplomas, porque assim pertencemos à Comunidade.
Mas continuamos a ter turmas demasiado grandes, escolas com poucos funcionários e com poucos meios para apoiar os alunos, insuficiências nos sistemas de transportes...
Um beijo.
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