Publicado na edição de ontem (12.07.07) do Diário de Aveiro.
Crónicas dos Arcos
Acção - Reacção
Acção - Reacção, é um princípio sobejamente aplicável a vários contextos científicos e sociais. Também o é, obviamente, na política. E aqui, por inúmeras razões, com dimensões elevadas.
Seja-se leitor assíduo ou ocasional do Diário de Aveiro, nos últimos tempos temo-nos deparado com uma constante troca de opiniões sobre a acção do actual executivo camarário vs o desempenho do anterior presidente da edilidade aveirense.
É óbvio que não vou aqui dar qualquer lição de moral ou de política, muito menos nenhum conselho pessoal, por inúmeras razões que vão desde a minha actividade profissional até ao respeito que qualquer um dos intervenientes me merece (por conhecer ambos há longos anos), passando pela minha modesta intervenção cívica e relevância aveirense.
Nem vou aqui marcar a minha opção a favor ou contra qualquer uma (ou muitas) das posições proferidas.
Quem me conhece sabe que a minha opção partidária (mesmo que indiferente ou irrelevante para o caso) não é a mesma de ambos.
Quem me acompanha no dia-a-dia sabe perfeitamente que aquilo que me faz “mover” está bem acima de qualquer contextualização partidária, apenas o exercício do direito de cidadania pela defesa e promoção da causa comunitária: Aveiro (a cidade e a região).
E é por este princípio que a crónica de hoje corre “tinta”.
Aveiro precisa de serenidade. Precisa de enfrentar desafios delicados, de cunhar um posicionamento regional que se deslumbra cada dia mais difícil de alcançar, do ponto de vista político, económico, cultural e social.
Aveiro necessita de continuar a crescer (crescimento que não deve ter um “dono”, um “senhor”, mas que deve ser mérito de todos, desde os tempos mais distantes da democracia até aos dias de hoje).
Portanto, Aveiro precisa de todos e não de uns contra os outros.
É sabido que a história política da cidade, desde os tempos de José Estêvão, Homem Christo (pai e filho), dos Congressos da Oposição Democrática, até aos tempos que correm, sempre foi palco de saudáveis e democráticos confrontos politico-partidários. Os aveirenses sempre demonstraram uma capacidade invulgar para o debate de ideias e ideais. Infelizmente, em inúmeras vezes, tal não correspondeu a uma valorização e reconhecimento da cidade e da nossa região. Veja-se os inúmeros sectores da sociedade que Aveiro perdeu, por exemplo, para Coimbra. Pela nossa história fomos perdendo peso político e económico no contexto regional e nacional.
É, do meu modesto ponto de vista, altura para unir esforços e não para desunir aquilo que mais sentimos: a nossa cidade.
É certo que “quem não se sente, é suposto não ser filho de boa gente”. Mas também acredito que Aveiro tem muitos e bons “filhos” que sentem a cidade e a importância que ela tem para a região.
Ainda nestas páginas de terça-feira passada o Sr. Presidente da Rota da Luz se insurgia contra os comentários de claro “monocentrismo” do responsável pela região de turismo de Coimbra.
Ainda na passada segunda feira a Assembleia Municipal de Aveiro (tantas vezes palco de desavenças e tricas políticas) descobriu que a melhor forma de marcar posições em defesa dos interesses da cidade é a união de esforços, concretamente na defesa de um outro traçado da ligação ferroviária ao Porto de Aveiro.
Infelizmente um empenho colectivo que ainda não se viu em defesa da Ria de Aveiro, da rede do TGV, dum parque tecnológico e industrial relevantes, do turismo da região, do desemprego e dos problemas sociais. Da mobilidade e das acessibilidades, da promoção cultural e artística. Da consolidação das finanças que promovam o desenvolvimento.
Aveiro tem mais vida para além dos mercados. Aveiro tem muito mais vida.
A cidade precisa de acção que desencadeie reacção, por um crescimento sustentável, por uma melhor qualidade de vida e por um posicionamento estratégico a nível nacional.
Aveiro precisa dos aveirenses.
Crónicas dos Arcos
Acção - Reacção
Acção - Reacção, é um princípio sobejamente aplicável a vários contextos científicos e sociais. Também o é, obviamente, na política. E aqui, por inúmeras razões, com dimensões elevadas.
Seja-se leitor assíduo ou ocasional do Diário de Aveiro, nos últimos tempos temo-nos deparado com uma constante troca de opiniões sobre a acção do actual executivo camarário vs o desempenho do anterior presidente da edilidade aveirense.
É óbvio que não vou aqui dar qualquer lição de moral ou de política, muito menos nenhum conselho pessoal, por inúmeras razões que vão desde a minha actividade profissional até ao respeito que qualquer um dos intervenientes me merece (por conhecer ambos há longos anos), passando pela minha modesta intervenção cívica e relevância aveirense.
Nem vou aqui marcar a minha opção a favor ou contra qualquer uma (ou muitas) das posições proferidas.
Quem me conhece sabe que a minha opção partidária (mesmo que indiferente ou irrelevante para o caso) não é a mesma de ambos.
Quem me acompanha no dia-a-dia sabe perfeitamente que aquilo que me faz “mover” está bem acima de qualquer contextualização partidária, apenas o exercício do direito de cidadania pela defesa e promoção da causa comunitária: Aveiro (a cidade e a região).
E é por este princípio que a crónica de hoje corre “tinta”.
Aveiro precisa de serenidade. Precisa de enfrentar desafios delicados, de cunhar um posicionamento regional que se deslumbra cada dia mais difícil de alcançar, do ponto de vista político, económico, cultural e social.
Aveiro necessita de continuar a crescer (crescimento que não deve ter um “dono”, um “senhor”, mas que deve ser mérito de todos, desde os tempos mais distantes da democracia até aos dias de hoje).
Portanto, Aveiro precisa de todos e não de uns contra os outros.
É sabido que a história política da cidade, desde os tempos de José Estêvão, Homem Christo (pai e filho), dos Congressos da Oposição Democrática, até aos tempos que correm, sempre foi palco de saudáveis e democráticos confrontos politico-partidários. Os aveirenses sempre demonstraram uma capacidade invulgar para o debate de ideias e ideais. Infelizmente, em inúmeras vezes, tal não correspondeu a uma valorização e reconhecimento da cidade e da nossa região. Veja-se os inúmeros sectores da sociedade que Aveiro perdeu, por exemplo, para Coimbra. Pela nossa história fomos perdendo peso político e económico no contexto regional e nacional.
É, do meu modesto ponto de vista, altura para unir esforços e não para desunir aquilo que mais sentimos: a nossa cidade.
É certo que “quem não se sente, é suposto não ser filho de boa gente”. Mas também acredito que Aveiro tem muitos e bons “filhos” que sentem a cidade e a importância que ela tem para a região.
Ainda nestas páginas de terça-feira passada o Sr. Presidente da Rota da Luz se insurgia contra os comentários de claro “monocentrismo” do responsável pela região de turismo de Coimbra.
Ainda na passada segunda feira a Assembleia Municipal de Aveiro (tantas vezes palco de desavenças e tricas políticas) descobriu que a melhor forma de marcar posições em defesa dos interesses da cidade é a união de esforços, concretamente na defesa de um outro traçado da ligação ferroviária ao Porto de Aveiro.
Infelizmente um empenho colectivo que ainda não se viu em defesa da Ria de Aveiro, da rede do TGV, dum parque tecnológico e industrial relevantes, do turismo da região, do desemprego e dos problemas sociais. Da mobilidade e das acessibilidades, da promoção cultural e artística. Da consolidação das finanças que promovam o desenvolvimento.
Aveiro tem mais vida para além dos mercados. Aveiro tem muito mais vida.
A cidade precisa de acção que desencadeie reacção, por um crescimento sustentável, por uma melhor qualidade de vida e por um posicionamento estratégico a nível nacional.
Aveiro precisa dos aveirenses.
1 comentário:
Oh Miguel, são boas palavras e melhores intenções. Mas eles são tão fraquinhos, fraquinhos, fraquinhos, fraquinhos, fraquinhos, que, até mete dó.
Abraço
Enviar um comentário