O Senhor Ministro da Economia deste governo, em vésperas de comemorar dois anos de gestão nacional, continua a mostrar dotes de um verdadeiro orador e a fornecer uma quantidade inquestionável de preciosidades de retórica política.
Depois da polémica mão-de-obra lusa a baixo preço oferecida à China, eis que o Sr. Ministro decide retalhar o País e colocar em concorrência com a China a vizinha Espanha. «Recebemos as empresas espanholas de braços abertos», disse o ministro, acrescentando que «Espanha vê com bons olhos o mercado português».
O Senhor Ministro, como anda sempre depressa de mais ao volante, também fala mais depressa do que o seu pensamento.
Actualize-se antes de deitar mais umas bacoradas cá para cima da gente. Somos pobres, trabalhadores, mas não somos parvos.
Nunca mais conseguimos recuperar Olivença e a nossa própria restauração da independência foi reconquistada a custo de uma aliança com as terras de sua magestade que ainda hoje nos traz algumas dores de cabeça (viu-se na cimeira das lajes no processo Iraque).
Por outro lado e muito por força da visão estritamente economicista do seu colega da pasta da saúde, agora até Valença (essa do nosso Minho) quer passar para o outro lado.
Mais ainda, médicos, enfermeiros e, até cá no burgo, treinadores do outro lado da fronteira já temos aos montes. Ou como dizem os mais novos às resmas e paletes.
Empresas espanholas só não as vê por cá quem não quer. E o movimento comercial (e temo que o afectivo também) junto à fronteira já tem décadas de existência.
Turisticamente, somos anual e literalmente invadidos pela Galiza, Castela e Andaluzia.
Já agora, relembra-se ao Senhor Ministro da Velocidade de Ponta que quase 40% dos nossos concidadãos (onde eu me incluo) via de bom agrado Portugal voltar às suas origens Castelãs.
Portanto, vir agora apelar aos "Nuestros Hermanos" que estamos preparados para os receber de braços abertos, não só demonstra uma falta de sensatez, como revla que o Sr. Ministro não anda neste mundo.
Por favor, ou se arranja uma acessoria de imagem qualificada ou é melhor procurar outra ocupação.
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