“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

05 outubro 2006

Nacionalidade - Monarquia - República

Zamora - 5 de Outubro de 1143
O Tratado de Zamora. Reconhecimento da soberania portuguesa (confirmada pelo Papa Alexandre III em 1179) e confirmação do título de Rei de Portugal a D. Afonso Henriques.
Assim nascia PORTUGAL, pela mão monárquica.
Porque será que teimosamente esquecemos a data do nosso nascimento?!

A 3 de Outubro de 1910 estalou a revolta republicana que já se avizinhava no contexto da instabilidade política e do descrédito da monarquia.
A 5 de Outubro o Governo rendia-se, os republicanos proclamavam a República e D. Manuel II era exilado. Terminava o reinado monárquico, sem que isso signifique acabar com um infimo sentimento afectivo pela coroa e pela realeza.
No entanto, mudava o regime, mas continuava a instabilidade social, a corrupção (que vigora até hoje), a crise política provocada por quase 50 anos ditaturiais.

9 comentários:

AC disse...

Este sítio actualmente parece-se com uma monarquia republicana..., ou é impressão minha?
Cpts

Migas (miguel araújo) disse...

Porquê meu caro Abel?!
Pessoalmente, nutro de facto o tal sentimento envergonhado de a figura da nação ser um presidente e não um rei ou rainha (para não esquecer as quotas).
Acho que era a continuidade lógica da nossa história, da nossa essência.
É, como diz meu caro, uma dicotomia que me custa a desfazer.
Isto porque, apesar de ter nascido e crescido aveirense, tenho uma parte da minha génese com origem transmontana (distrito de Vila Real - Concelho de Ribeira de Pena), que, como penso saberá, foi um bastião da monarquia.
Mas, floclores à parte, não deixa de ser relevante que teimosamente queiramos esquecer uma parte importante da nossa origem e história.
Por fim, pegando no seu irónico comentário - e já que falamos de república vs monarquia, já reparou bem no nosso principal símbolo nacional?!
A bandeira actual foi adoptada em 1911 - logo após á revolução republicana. Para além das cores e do seu simbolismo, tem igualmente um escudo de armas, composto pela esfera anilar (simbolo do mundo por onde andámos e ainda andamos) e tem referências estritamentes monárquicas: as 5 quinas (que simbolizam os 5 reis mouros vencidos em Ourique por Afonso Henriques) e 7 castelos que são as conquistas de Afonso Henriques aos mouros (e que agora de cabeça não sei enumerar - tiha que ir ver).
Como vê, meu amigo, a própria república ainda é monárquica.

Anónimo disse...

Isto, só visto.!!A medicina engana-se e operaram o João Braga ao coração e não a cabeça.( palavras do próprio nos pasteis de nata). Segundo o nosso futuro rei não devemos comemorar esta data.Bom e lá vai de barquinho tejo acima e não de tejo abaixo.

AC disse...

Óh Miguel, eu nestas coisas da condução do país, por bons caminhos de preferência, tanto me faz, desde que o resultado seja o esperado. O meu comentário apenas pretendeu ironizar, pois a meu ver, os nossos PR’s, são reizinhos de um país pateta e patético.

Aliás, não militando qualquer das causas, aceito que a monarquia terá algumas vantagens, nomeadamente a de não termos de gastar fortunas periodicamente para eleger o novo rei, quero dizer, o novo PR. A Espanha, a Suécia, ou mesmo a Inglaterra, são bons exemplos das vantagens de uma monarquia.

Por este sítio, qualquer Rei Soares ou Aníbal, mesmo que desempenhem o inútil papel a que estão obrigados, satisfazem as necessidades protocolares e enchem de satisfação os patetas do burgo, mesmo pagando a extravagância a seis milhões de contos/ano.

Cpts e Bfs.

Al Berto disse...

Viva Miguel:

Bom, não era para começar assim mas para o prezado amigo Abel Cunha sempre lhe vou dizendo que os reizinhos de Espanha ou de Inglaterra não ficam nada baratos, diria mais, pôem os rendimentos dos nossos PR's num bolso.
Exemplo falhado portanto.

Quanto ao tema terei de dier ao Miguel que, como aveirense, tem forçosamente de ser republicano dos "quatro costados" ou nega a sua essência, a nossa essência.

Debaixo dos Arcos foi sempre um local de forte troca de opiniões a favor da república e contra a falta de liberdades democráticas no antigamente.
O meu estimado amigo Miguel não pode por de parte essa realidade aveirense aqui no seu blogue que ostenta esse explêndido nome.

Ou então o Miguel também está equivocado na opção política, para os monárquicos há sempre a opção PPM.

Um abraço,

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Abel Cunha
Meu ilustre, a resposta não foi por me sentir ofendido.
Foi apenas por vontade de resposta, pura e simples.
Um abraço

Migas (miguel araújo) disse...

caro José Alberto
Como Aveirense sinto-me isso mesmo, aveirense.
Nada tem a haver com a monarquia ou o republicanismo.
Até porque a história da cidade e da região é rica nos dois campos.
Não vejo a razão.
E o Debaixo dos Arcos, como mais recentemente os seus "filhos", são de facto um lugar democrático, respeitador e pluralista. Monárquico e Republicano, para quem assim o visitar.
Meu caro.
Não estamos na idade média.
A realidade monárquica está muito diferente.
Vai-me dizer que não há liberdade e democracia em Espanha, em Inglaterra, na Bélgica, na Suécia, na Dinamarca, no Japão, etc...?!
Vai-me dizer que a nossa república é melhor?!
No post, limitei-me a fazer a comparação e o paralelismo. Bem como a referênia às duas datas.
Digo-lhe ainda que a primeira data em nada me "comove" ou mobiliza.
Até porque se ela não tivesse existido, eramos espanhóis.
E por isso, até acho piada aos ditos monárquicos do coração que contrapões o 5 de Outubro de 1143 ao de 1910, como desprezo por este último.
É que se o primeiro não tivesse acontecido, hoje viviam na sua abençoada monarquia. Não aqui, mas em Espanha.
Mas descanso-o, meu amigo.
Não sou monárquico... mas até gosto deles.
Um abraço simplesmente Aveirense

AC disse...

Ao JA:
Olhe que não, olhe que não. Pelo menos nos caso Espanhol, a dotação orçamental para a Casa Real é inferior ao orçamento para a PR, cerca de 30%.

AC disse...

38% mais precisamente, donde o exemplo não é falhado mas, o custos dos princípes nem é o mais importante.

Importante é o estado de desenvolvimento sócio-económico desses países.

Dando de barato que cada um pode defender a sua dama, é muito amor quando se defende cegamente uma dama tão feia.