“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

26 outubro 2006

diSCUTir...

publicado na edição de hoje (26.10.06) do Diário de Aveiro.

Post-its e Retratos
DiSCUTir incoerências!


Por princípio: comodidade, segurança, rapidez, são factores de acessibilidade que têm um valor e custo acrescidos, estruturados na óptica do binómio utilizador-pagador.
Assim sendo, o estado proporciona condições de comodidade e de segurança (melhores estradas) a quem tem, por necessidade ou por “capricho”, que se deslocar mais rapidamente. Estas condições têm custos acrescidos em relação a outras infraestruturas menores de acessibilidade. Custos anuais que, no caso concreto, ascendem a cerca de 200 milhões de euros pagos ás concessionárias e num valor que ronda já os 17 mil milhões de euros como os encargos directos com as SCUT.
Tornando estas vias (SCUT – sem custo para o utilizador) gratuitas, o que o estado (principalmente em situações de desequilíbrio financeiro) cria é uma generalização de utilização teórica (como se todos os portugueses e regiões utilizassem as SCUT implementadas) consolidada no recurso aos impostos cobrados, a gravando a carga fiscal.
Esta realidade provoca situações de injustiça, de uma falsa equidade e solidariedade nacional, criando desequilíbrios entre as regiões, favorecendo as que são directamente beneficiadas pelas SCUT.
Face a esta situação, é lógico pensar-se que as SCUT deveriam, à “nascença”, ser logo taxadas, nomeadamente com portagens.
Mas então porque não o foram?!
Porque existem realidades transversais que importa não descurar, sob pena de o princípio de acessibilidade para todos e de forma justa e opcional, não funcionar.
Primeiro porque importa assegurar alternativas viáveis a quem opta, por direito próprio, em não utilizar aquelas vias.
Segundo, porque é importante assegurar que a implementação de uma via “taxada” não sirva de entrave ao desenvolvimento da região que atravessa. Antes proporcione condições de investimento e sustentabilidade.
Desta forma o “protesto” das regiões (autarquias, empresas/investidores e cidadãos) perece ser correcto. Este é um facto.
São correctos os protestos porque não estão garantidas as duas condições atrás anunciadas: alternativas e garante de desenvolvimento.
Existem regiões, como o eixo Aveiro-Espinho e a Norte do Porto onde as alternativas de circulação, ultrapassam em muito o valor estipulado de cerca de 1,5 do tempo do percurso nas SCUT.
Por outro lado, em apenas um ou dois anos, não é lícito comprovar-se um desenvolvimento de uma região influenciado pela implementação de uma SCUT. Basta aliás reparar para as regiões mencionadas, como os valores do desemprego provocado pelo número de empresas que “fecharam as suas portas” no Vale do Ave e na região norte do distrito de Aveiro (S. João da Madeira e Santa Maria da Feira), como exemplos.
Acresce ainda o facto de, ao não ser generalizada a taxação/portagem de todas as SCUT do país, criar-se um sentimento de injustiça e uma desigualdade sem fundamento. Isto é, os utilizadores das SCUT com portagem, para além do valor que pagam pela sua utilização, ainda continuarão a pagar com os seus impostos as outras SCUT não taxadas.
Assim, o que o governo fez foi não assegurar à partida a capacidade de sustentabilidade do sistema com a taxação imediata, com a criação de alternativas viáveis e que contribuíssem para o desenvolvimento.
O que fez foi protelar um problema que não teria outra solução, mais cedo ou mais tarde (e há vias que vão ter portagens após 11 meses da sua inauguração), que não esta, criando uma sensação de ilusão política nos cidadãos.
Mais… defraudando completamente, para não dizer, enganando quem o elegeu e por consequência também quem não votou no seu programa, já que, fundamentando com existências que são demagógicas – a realidade mostra-nos que as regiões em causa não estão tão desenvolvidas como o governo quer fazer crer (e só acredita quem quer que o Algarve não é uma região tão desenvolvida como o Litoral-Norte do país) – acaba por colocar em prática uma concepção do programa eleitoral do PSD e contrariando o seu próprio programa eleitoral e uma das suas promessas de campanha (basta recordar os cartazes) das últimas legislativas.
Resta esperar que o governo, com esta medida incoerente, retirando da carga fiscal e do orçamento o valor que os utilizadores das novas vias com portagens irão de pagar, possa diminuir o IVA, aumentar os salários e as reformas, terminar com as taxas de internamento, diminuir o Imposto Petrolífero ou o Imposto Automóvel, bem como as taxas de juro. Resta esperar…
Uma certeza porém: o governo vai arrecadar cerca de 100 milhões de euros para o seu orçamento.
Num dia temos a promessa de não ser fomentado nenhum imposto… no dia seguinte acordamos com mais uma taxa para pagar.

32 comentários:

Kafé Roceiro disse...

Amigão,
estamos ansiosos pelo domingo 29. Tamo meio que com um caroço atravessado na garganta. Um forte abraço de além-mar.

Al Berto disse...

Viva Miguel:

"Resta esperar que o governo, com esta medida incoerente, retirando da carga fiscal e do orçamento o valor que os utilizadores das novas vias com portagens irão de pagar, possa diminuir o IVA, aumentar os salários e as reformas, terminar com as taxas de internamento, diminuir o Imposto Petrolífero ou o Imposto Automóvel, bem como as taxas de juro."

Já reparou que, no país, toda a gente fala em ter mais direitos e regalias e menos trabalho?

Será que quando vemos 10 funcionários públicos de volta de um qualquer trabalho e só 2 ou 3 estão a trabalhar não basta?

Um abraço,

AC disse...

Amigo Miguel, o sítio está, de há muito, arruinado; a classe que o dirige, vai-se governando.
Os artistas entretêm o povo.

Daqui a pouco temos o Beira-mar Sporting e eu..., vou torcer pelo meu Sporting.

Felicidades para o seu B. Mar e Bfs.

PS: Ao amigo JAM: Isto do trabalho dos funcionários públicos, é de agora, ou já vem d'outros tempos?
Cpts.

José Manuel Dias disse...

É antigo...é antigo...mas talha-se o mal com a reforma da administração pública. Só no Ministério da Agricultura veja qts se dispensam. Já reparou que quem mais reclama é quem melho está? É só funcionalismo público. "GANDA SÓCRATES" E "GANDA CAVACO"!
Português contribuinte.

Arauto da Ria disse...

Caro Miguel, já tinha lido o artigo no DA e sinceramente, fiquei
com a sensação estranha de concordar consigo e de discordar.
Tambem estou a passar por uma crise de formação politica ou então
fico baralhado com declarações,como a do nosso amigo Mostardinha.
Quem é de direita?
Um abraço.

TopGama disse...

Concordo com muitas coisas e discordo de outras. Mas o que me deixa mesmo espantado, embora já me venha habituando, são as "opiniões" do nosso amigo Mostardinha...

Quando ele diz, sem qualquer fundamento, como um desses PATRÕES que andam praí

"Já reparou que, no país, toda a gente fala em ter mais direitos e regalias e menos trabalho?
Será que quando vemos 10 funcionários públicos de volta de um qualquer trabalho e só 2 ou 3 estão a trabalhar não basta?",

isto metendo tudo no mesmo saco, como se os desgraçados que auferem o ordenado mínimo ou pouco mais sejam os responsavéis pela baixa produtividade...
Só lhe digo que com amigos destes, não precisamos de inimigos.

Que saberá ele sobre trabalho? É que pelo tempo que perde por aqui, desconfio que não faz a ponta de um chavo. E corpinho e idade para trabalhar, parece ter. A não ser que venha de pais ricos ou...

Esse "senhor" tem ideias mais que salazaristas não?

Desculpe-me pelo desabafo mas esse Mostardinha enoja qualquer um. Pelo menos, até prova em contrário, é o que eu sinto.

Obrigado e mais uma vez peço-lhe desculpa por ocupar o seu espaço.

José Manuel Dias disse...

Caríssimo Miguel

Se me permite,trnascrevo com a devida vénia, do Blogue
Causa Nossa...

"Tese
Se as auto-estradas SCUT tivesssem nascido como auto-estradas portajadas, os seus beneficiários não teriam protestado por esse motivo e o problema das SCUT teria sido evitado. Mesmo qauando onerosa, uma auto-estrada é sempre um factor de rapidez, de comodidade e de segurança. Ao invés, quando se torna oneroso um serviço que era gratuito, os protestos são sempre veementes. É a filosofia dos "direitos adquiridos"...
Moral da história: nunca ofereças gratuitamente um serviço público que no futuro possa ter de vir a ser pago pelos utentes. Custa muito mais..."
Como já referi anteriormente neste espaço, citando Tony Blair, " uma sociedade decente antes de reclamar os direitos pensa primeiro nas obrigações" .
Um abraço

Uma nota final que tem como destinatário o Totgama:
- para que as nossas opiniões possam ser respeitadas temos de saber sustentar o que dizemos. O comentário que produziu sobre o José Alberto Mostardinha é desapropriado e injustificado. O Mostardinha é um homem de esquerda, com um sentido pragmático da realidade e que sabe distinguir os interesses particulares dos interesses gerais. O seu gosto com a política nasceu antes do 25 de Abril e, por sempre assumir sem receios os seus valores, não tem necessidade de se esconder sob a capa do anonimato.

Migas (miguel araújo) disse...

Caro TopGama
Esteja à vontade para ocupar aquilo que, aqui e sempre, foi democrátco, público e pluralista.
Mas com uma codição: respeito. Aliás, muito respeito. Pelas opiniões dos outros, mesmo discordantes, e, essencialmente, pelos OUTROS.
As desculpas, se as entender deve pedir ao José Mostardinha, já que foi a ele que se dirigiu.
Cumprimentos

Migas (miguel araújo) disse...

José Alberto
Totalmente a despropósito a questão dos funcionários públicos.
Até porque, no essencial, aquilo a que me refiro é nomeadamente ao esbanjar dinheiro público com a utilização de impostos para manter a subsistência das SCUT. Por outro lado a essência do binómio utlizador-pagador é precisamente contrária ao seu comentário.
Quanto às taxas que eu refiro, elas resultam de uma má prestação do estado no que respeita às suas responsabilidades públicas. Desresponsabilizar o estado na questão do bem público e essencial é mera teoria económico-política, como a utopia da luta de classes.
O estado tem responsabilidades para com os seus cidadãos que resultam na garantia mínima dos serviços primários: ensino - saúde e justiça.
No caso concreto, nada tem a haver com as regalias ou reenvindicações dos funcionários públicos e das suas prestações laborais.
Tem a haver com todos os portugueses e nos seus direitos e deveres, enquanto cidadãos. E com conceitos de liberdade e alternativas de opções, com equidade e justiça das medidas.
Mas já que o meu caro refere a questão que tanto o inquieta dos funcionários públicos, digo-lhe apenas que já abomino esta realidade de serem sempre os mesmo os culpados, muitas vezes sem responsabilidade e serem sempre os mesmo a rerem que suportar a crise: são as carreiras congeladas, os aumentos abaixo da inflacção e dos valores dos privados e é o meter no mesmo saco quem trabalha e quem gere e coordena. É o meter no mesmo saco os bons e os maus funcionáriose serem estes a serem responsabilizados peloes erros governativos.
Um abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Meu caro ilustre José Dias
Não sei se concordo consigo no que respeita aos direitos adquiridos. NO resto estou de acordo... em tudo.
Mas nem sei se os direitos adquiridos existem ou devem existir.
O que me parece incorrecto e fraudulento é os argumentos vazios e ocos (para não dizer mentirosos) que o governo usa para inverter as situações que o próprio criou.
E não duvide que se as SCUT fosse logo pagas, na sua quase totalidade, nada provocaria tal insatisfação. Mas foi o governo que assim o quis e tornou esta situação num engano e numa ilusão.
Ninguém, mas mesmo ninguém, seja a título pessoal, familiar, privado ou públcio, gosta de perder uma coisa que lhe é necessária e útli, depois de oferecida.
Faz-me lembrar aquela lengalenga infantil do meu tempo de criança. Diziamos nós: "quem dá para tirar, ao inferno vai parar".
Um abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Meu caro Arauto
O meu caríssimo visitante anda mesmo "mortinho" para me ver socialista.
Está pior que o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa quando disse num dos seus sonolentos e desinteressantes espaços televisivos que o CDS estava mais perto do PS o que do PSD. Não explicou muito bem foi porquê. Apenas a história polítca do país com o relacionamento 25 de Abril entre Soares e Freitas, o tempo do bloco central PS-CDS e a passagem de Freitas pelo MNE deste governo (mesmo sem a fotografia no Caldas).
Mas qualquer dia tenho que "espetar" aqui a digitalização do meu cartão do CDS (tenho é que o encontrar primeiro - já lá vão muitos anos e 3 mudanças de casa).
Um abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Caro amigo Abel Cunha
Pois nem para um lado nem para o outro.
Ficaram os dois contentes ou tristes.
Mas que foi um bom jogo, lá isso foi.
Um abraço

Al Berto disse...

Viva Miguel:

Não há nada como eu vir cá colocar uma pitada de "mostarda" para a coisa aquecer no "Debaixo dos Arcos" :-)

Não vou perder tempo a repetir explicações.
O meu obrigado ao José Manuel Dias pelas explicações dadas.

Ainda sobre a questão das SCUT´s o meu estimado amigo deve saber que constava do programa eleitoral do actual governo uma referência a essa matéria com possibilidade de revisão da mesma.

Confundir a colocação de 2 ou 3 portagens no conjunto do país como se essa colocação o fosse de forma generalizada não corresponde á verdade.

Por outro lado quando fala de taxas de juro saberá muito bem que o BP não manda "cheta" num assunto que é da exclusiva competência do BCE.

Uma nota. Quando falo dos funcionários publicos que têm aquela prática, que é sobejamente conhecida de todos refiro-me exclusivamente a esses. Aos que estão na função pública sem espirito de missão á comunidade.
Que vivem a "chular" o contribuinte simplesmente á espera do fim do mês.
Isso não está certo numa sociedade que se pretenda modernizar e eles próprios são os piores inimigos daqueles que lá estão e que querem trabalhar.
É preciso uma "limpeza" nessa gente para que haja dinheiro para aumentar os competentes.

Será que o Miguel não concorda comigo sobre esta matéria?

Um abraço,

Terra e Sal disse...

Ei Miguel!

Ganda confusão que para aqui anda e eu que cheguei tão tarde...
Bem, eu também não sou dado a confusões...
Mas está engraçado...
Uns a querer ajudar o nosso querido Governo, sem ele ter pedido nada...
Outros, contra as promessas falhadas por motivos que cada um arranja...
Efectivamente o velho ditado do “dividir para reinar” resulta sempre, e em todas as circunstâncias...
E à mistura, e isso é que é de lamentar, muita falta de coerência com doutrinas, e pior ainda, com o sentido de justiça.
Há pessoas que sempre que aparece alguém a “chicotear” surgem logo, não sei de onde, a apoiar o carrasco.
Sempre assim foi...
Uma pessoa não saber o que quer, deve ser uma vida muito desassossegada.
Era lindo que dissessem:
“Não sei o que quero mas sei, que não quero ir por aí”...
Vejo muito boa gente a dizer-se de “esquerda” e a pensar que por o país estar assim, ou assado, já tudo vale, e tudo se “idolatra”...
Depois, outra coisa interessante, é o modo e sentido de justiça que têm.
Não importa onde estão as causas, importa é os efeitos.
Há meia dúzia que prevaricam?
Qual é o problema? Bebe tudo pela mesma medida!
Um castigo feito de olhos vendados e à sorte, é um crime, mas isto penso eu.
Podemos ter à nossa frente mil bandidos, mas no meio deles sabemos que há 20 pessoas inocentes...
Isso devia ser o suficiente penso eu, para não castigarmos tudo indiscriminadamente.
E se na vez dos 20 apenas forem 10 ou menos, não nos dá o direito de sermos nós também uns “criminosos” por violentarmos inocentes.
As vidas das “Instituições” são eternas.
Tempo é coisa que não falta....
“Cate-se” no meio delas o que for “joio”e preserve-se, com muito respeito o “trigo”.
Mas como disse, amigo Migas cheguei tarde, e tarde é agora, como sempre...

Arauto da Ria disse...

Caro Miguel,se me permite, só quero dizer duas coisas, a pessoas distintas. A si em primeiro lugar, tenho que lhe dizer que não o quero no PS, embora pense que neste momento,você está a tomar posições, mais do meu agrado do que este Governo.Está bem onde está,pelo menos enquanto se sentir
Democrata Cristão, embora eu não considere o seu partido como tal.
Ao nosso amigo Terra&Sal, eu só lhe quero dizer, que eu sei o que quero e por onde quero ir. Sinto-me muito defraudado por um partido do centro de esquerda, estar a ter uma actuação Governativa de direita. E mais desiludido estou por conhecer o nosso 1º. Pensava que o homem já estava reciclado, mas continua no verdadeiro estilo da doutrina do PSD que absorveu na juventude. Acredite que antes de ter este poder, o Homem era um regálo, para uma pessoa como eu que faz tudo para ser de esqerda.
Talvez seja por isto que por vezes
sou demasiado caustico, para uma pessoa que eu julgava que era de esquerda.
Um abraço para os dois

Terra e Sal disse...

Desculpe Caro Migas e permita-me elucidar o nosso Amigo comum Arauto da Ria que não me deve ter entendido.
Meu caro Arauto:
O que escrevi nada tem a ver com o seu comentário.
Se ler com atenção verificará isso.
Depois, nada tenho contra a doutrina que cada um “professa”.
Isso não é do mesmo modo concordar com tudo.
A democracia é isso mesmo, devemos contrariar o que for de contrariar.
Não há nenhum comportamento que esteja isento de falhas e quando elas existem devemos apontá-las com isenção.
Há princípios e valores básicos que são ou deveriam ser inatacáveis por quem se diz defensor do “Humanismo”.
É que, na terra, o homem deve estar acima de tudo.
Por isso mesmo, quando vemos alguém, seja quem for a beliscar os seus interesses a favor não sei de quê, desapaixonadamente, devemos manifestar-nos contra isso.
Foi o que eu fiz.
É que, tal como muitos, até poderei não saber para onde quero ir...
Só sei,que não quero ir por ali...

Terra e Sal disse...

E já agora Caro Miguel deixe-me dar mais uma achega.
O José Manuel Dias, figura estimada da nossa praça não terá tanta razão assim...
É que, o povo não é uma associação de anormais.
Sabe o que quer, e para onde quer ir...
As Scuts tinham uma razão de ser, mal ou bem, tinham, havia a “certeza” disso.
Creio ainda não foi cumprida
Uma delas era “ajudar” a desenvolver as terras por onde passavam, já que, é sabido que hoje em dia os meios de comunicação devem ser rápidos e cómodos para um desenvolvimento sustentado...
Teoricamente era assim e estava bem.
O desenvolvimento beneficia todos indirectamente e todos devemos contribuir para ele.

Se efectivamente era para pagar no imediato, eu pergunto:
Qual o interesse de haver duas auto-estradas como o caso desta aqui, Aveiro-Porto a escassos 500 metros uma da outra?
Depois quando vamos a um restaurante e nos apresentam uma conta que achamos exagerada pedimos explicações e elas são dadas e, concordamos ou não.
No caso em apreço, parece-me que há muita falta de explicação ou então de humildade. É que, seria bom ouvirmos dizer:
“gostávamos que fosse assim sempre mas não dá, não aguentamos”

Não gosto também das citações do Tony Blair, e o JMD que me perdoe.
Afinal quem é o “paciente inglês” moralmente?
Algum exemplo a seguir?

Quanto há defesa do Mostardinha acho bem que o faça até porque são amigos mas penso, que o Mostardinha não precisava e talvez por isso mesmo não se defendeu é que, ele sabe que, quem anda à chuva molha-se...
É que aqui ou falamos sério ou não.
E se o Mostardinha diz que vem meter mostarda na discussão deduz-se que não leva a coisa a sério e há outros, que aceitam isso...
Eu quando quero brincar e usar de sarcasmo vou ao prezado “Castanhas e ovos móis”
É que lá, as coisas sérias, são vistas pelo lado cómico, e ao “brincar-se” no sítio certo ninguém sai diminuído na sua personalidade, noutros sítios, se calhar, a coisa não é vista do mesmo modo.

E não gosto de ver tanto o JMO como o JAM que sei serem apoiantes da esquerda democrática “gingarem” ao sabor da corrente e, ou, dos líderes por muita convicção que ponham nas suas orientações ou “vontades”...
É que, a verdadeira esquerda é tolerante, compreensiva e justa...
O nosso amigo JMD parece que se quer conotar como um tecnocrata, e ele melhor que ninguém sabe que esses apenas vêm números, e ligam pouco aos princípios, valores e interesses das pessoas.
O estímulo dos outros deve ser sempre pela positiva e nunca pela negativa...
Desculpem mas é isso que penso.
Um abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Meu caro Mostardinha
Começando pelos "finalmentes". Não concordo consigo. Essa questão do sobejamente conhecido, já é mais retórica e desculpa, vontade de "malhar" sempre nos mesmos e camuflar ou desculpar o que no sector privado está errado e não funciona. Como se o país e os seus males vivessem exclusivamente e, com e para o sector público.
Voltando á questão que importa - SCUT - deixe-me que lhe diga que sei perfeitamente que o program eleitoral do PS previa a revisão do estatuto das SCUT. Eu ainda vou mais longe... estas nunca devriam ter existido. É por aqui que eu começo o meu artigo no DA e este post.
A questão é a forma "mentirosa" como o governo, necessitado de receitas e execução orçamental, vem alterar esta realidade com fundamentos que não correspondem à verdade. Então o meu caro amigo acha que uma zona como o Vale do Ave, como a zona onde a taxa de desemprego é elevadíssima como a que referi e a zona norte do distrito de aveiro é mais rica do que a zona de lisboa e do algarve?!
O meu caro acha que somos todos estúpidos. Acha que é mera coincidência escolher para portajar todas as SCUT que iniciam e terminam na área metropolitana do Porto?!
Acha que existe alguma alternativa à A17 ou o meu caro acha alternativa capaz o retomar o calvário rodoviário da EN 109 em Aveiro - Ilhavo e Vagos?!
Quanto ao BP mandar cheta ou não, eu não sou e tenho alguma dificuldade em abordar questõe económicas de fundo. Mas que pelo menos no país manda, não tenho dúvidas. E que para o sector da banca, sempre que o BCE abre a boca e aumenta as taxas de juro é um "manjar celeste". Disso eu não tenho dúvidas.
De qualquer forma obrigado pela pitada de sal.
Um grande abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Meu caro amigo Terra&Sal
O meu caro nunca chega tarde. Aliás nunca ninguém chega tarde.
As visitas chegam conforme mais lhes convém e dentro das suas disponibilidades. Porque estes Arcos (como os verdadeiros da nossa mui bela cidade) estão sempre abertos.
Portanto chegue quando lhe convém e da forma que mais lhe interessar.
É sempre bem vindo.
Quanto à confusão, o meu caro amigo está cada vez mais modesto. Com que então não é dado a essas andanças?!
Logo o meu amigo que o que mais aprecia é um verdadeiro "toma lá - dá cá"!
Permita-me que elogie o seu último parágrafo. Não só pela sua eloquência e verdade, mas pela estranheza da afirmação nas suas teclas de tão biblíca que ela é.
E tarde é nunca, meu caro.
E nunca é coisa que ambos não adjudicamos para as nossa vidas. Não é?!
Um abraço de boas vindas

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Arauto da Ria
Estou desiludido, não consigo calro, mas com as sua s últimas palavras.
Então não me quer no PS?! Vai-me dizer que não me ache com capacidade para ser um verdadeiro socialista?!
Estou desapontado. Afinal, tanto esforço para nada.
Pronto... se assim o prefere mantenho-me no CDS que para mim, nas minhas convicções e na sua essência há-de ser sempre o bastião da democracia cristã em Portugal. Pelo menos enquanto o Dr. Ribeiro e Castro não acabar com isto. Se tal acontecer, logo se verá!
Sem querer e sem me ter sido dada tal função, não quero parcer advogado de ninguém. Mas de facto, o Terra&Sal referia-se de forma mais abrangente do que uma mera linha partiária ou governativa.
Veja o meu caro que ele mesmo arredado de tudo o que não é "mundano" até teve uma verdadeira expressão bíblica: o Trigo e o Joio.
Um forte abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Por favor, caros visitantes e Terra&Sal, Mostardinha, Arauto e José Dias, continuem.
O tema é interessante e pode-nos levar a muitas boas achegas. Isto ainda não esgotou, como não esgotou o debate público.
Estajam à vontade.
Cumprimentos

Al Berto disse...

Viva Miguel:

Pelo respeito e consideração que me merece não poderia deixar de lhe dar mais uma réplica.
Admiro o Miguel sobretudo por dar a cara, sem se esconder atrás de pseudónimos.

Para lhe dizer que concordo consigo no que diz respeito aos estudos que foram, ou não, feitos sobre a questão das SCUT's em termos de desenvolvimento regional.
Só quis dizer aquilo que disse, isto é, 2 ou 3 SCUT's portajadas não são a generalidade das SCUT's.

Relativamente ao caro Terra & Sal tenho que lhe pedir desculpa mas não percebi a sua referência ao facto de que "...quem anda á chuva molha-se".

Digo não percebi porque "...quem não deve não teme".
Até hoje dei tudo de mim á democracia e á liberdade sem nunca ter ganho um "tostão" com isso. Sem nunca ter mendigado o tráfico de influências para "governar a vidinha".

Sabe, caro Terra & Sal, quando chegamos aos 50 anos já nada temos a provar.
Chegados aí ou fomos competentes e conseguimos vencer na vida ou já nada resta a não ser esperar pela reforma.
E para lhe ser franco também não estou á espera da reforma, aliás nunca estive.
Veja lá que se ela "encerrasse para balanço" para mim pouco ou nada significaria.

Talvez sejam estas condições que nos dão o distanciamento necessário para podermos opinar sem estar condicionados por outros interesses particulares.

Estou assim em paz com a vida, com o mundo e, sobretudo, com a minha consciência.

E posso-lhe dizer que me causa repulsa quem está na política para se governar e não para cuidar do interesse público.

Creia-me com consideração.
Um abraço,

José Manuel Dias disse...

Meus caros "comentadores"

Este é um tema interessante que merece ser discutido, com a amplitude e profundidade, que todas as questões públicas justificam.
A política, dizem, "é a arte do possível" e muitas vezes,o cidadão pede ao Governo o que o Estado não pode dar. A política é, ou deve ser, uma actividade nobre mas para que possa ser exercida de modo adequado importa, a meu ver, que os cidadãos recuperem muitos dos ideais e valores que suportam a ética republicana, a saber: simplicidade, autodisciplina, renúncia ao benefício privado, moderação, em suma, honestidade e decência. Ora são estas qualidades que cada vez mais vão faltando a quem faz da política profissão e vê o poder como um fim em si mesmo e não como meio de melhorar a sociedade. A crise do Estado Providência que nos bateu à porta e está para ficar, é, em grande parte, resultante do comportamento dos que exigem demais e que tudo esperam do Estado. Uma democracia plena exige mais das pessoas. Não quer cidadãos passivos que esperam que o Estado lhe resolva os seus problemas mas cidadãos protagonistas que saibam ser exigentes mas que cumpram com as suas responsabilidades sociais.
Cumps

ET: Permitam-me que faça uma pequena transcição de um texto de Rafael Termes
"Pense nos pais de família cheios de "bons sentimentos", facilutam de tal forma a vida aos seus filhos adolescentes que lhe causam um enorme dano. Em lugar de os educar com pouco dinheiro, dão-lhe tudo o que podem e, às vezes, não podem, levando a que os seus filhos não aprendam nem o valor do dinheiro, nem o do trabalho e acabem sendo pessoas indolentes, sem carácter nem aspirações."
Ora, a meu ver, existe demasiada gente que por ter tido Governos de visão curta, pensaram que tinha o "papá rico" e habituaram-se mal. Agora, com este Governo, que faz o que tem que fazer, estranham. Compreende-se...mas não há volta a dar. O bem público, o bem de todos, não é compaginável com interesses particulares. Ao Governo pede-se que atenda ao bem público, no interesse de todos e, em particular dos mais jovens.

Terra e Sal disse...

Pensava que tinha chegado tarde mas pelos visto cheguei ainda a tempo Caro Miguel e, não gostando eu de confusões, acabo sempre metido nelas.

É por isso que penso que o mundo é mau já que, todos gostam de “malhar” em quem não lhes faz mal nenhum.
Eu apenas quis emitir a minha opinião e fi-lo de uma maneira solene...
Mas bastou não ser igual ao que tinham 2 amigos “convencionado” e apenas por isso, sem contra argumentos, querem tirar-me o meu direito (adquirido) de cidadania.

Para o nosso amigo Mostardinha (JAM)
O amigo Mostardinha fez uma crítica velada por eu me apresentar às discussões anonimamente.
Penso que isso não é importante para o caso...
Quem costuma ficar apavorado com isso é o assessor da Câmara, ora JAM não é assessor tanto quanto sei, e por enquanto...

Eu lido aqui ou na vida com quem quer que seja e nos mesmos moldes.
Sem precisar de conhecer quem quer que seja, e que, não é difícil saber-se quem é moralmente, para o caso 5 minutos de conversa chegam-me....
Por isso se for educado e me interessar conversar faço-o, pouco me importando saber quem é, de onde vem, e para onde vai.
Quando é incorrecto ou não está à altura, com a mesma facilidade lhe tiro as hipóteses de conversa.

Portanto os nossos amigos José Manuel Dias e José Alberto Mostardinha, têm a “faca e o queijo na mão” mas parece-me que não é esse o caso destes nossos amigos.
Apenas não gostam de ser contrariados e depois, fazem que não me entendem, e homens experientes como são, entendem tudo muitíssimo bem.
Depois e dado o JAM parecer ser distraído, vou dizer-lhe a minha referência ao:
“quem anda à chuva molha-se”...
Reporto-me ao comentário em que fez uma critica, e que, um comentador não gostou e usou de uma linguagem mais dura a que o Migas, prontamente pediu contenção...
Daí a razão de eu dizer “quem anda à chuva molha-se” e que, "uns aqui brincam, outros levam a “coisa” a sério".
Isso é facil de deduzir para toda a gente menos para o JAM, já que, outra interpretação não se encaixava e seria disparatada no contexto.

Quanto ao ganhar dinheiro ou não com a democracia e com o tráfico de influências não sei qual era o fim da piada ou mesmo, se ela era para mim...
É que, também tenho o direito de não ser muito esperto.
Agora o que me deixou assombrado caro JAM foi essa coisa de não estar à espera da reforma...
É que, quem trabalha, quando chega ao fim da vida tem direito a ela, já que, contrariando o José Manuel Dias, ela é um “direito adquirido” de que eu pelo menos não prescindo.
Não é por mais nada, simplesmente sempre vivi do meu trabalho e não tenho nem quero, outras fontes de rendimento.

Quanto a distanciamentos do poder politico a que, o Mostardinha diz estar, eu sinto-me um bocado vaidoso e simultaneamente triste...
Vaidoso porque me leva a pensar que a minha escrita apenas é entendida por eruditos...
Fico triste porque se calhar estou a embandeirar em arco, e não sei é fazer-me entender...
Enfim, estou num dilema mas opto pela primeira hipótese.

Mas quero ajudá-lo amigo JAM, se ler o que comento ou o que comentei pelo menos 2 vezes, perdoando as gaffes e o português atabalhoado, facilmente chega à conclusão de que estou a léguas do poder político, sem abdicar da política, já que, ela é parte integrante da minha cidadania, enquanto cidadão livre.

Depois os meus ganhos na política são a liberdade que tenho de contestar e de apoiar aquilo que acho o melhor para os outros, para mim, e para os meus.
E se o meu amigo está governado de vida sem precisar dela nem tão pouco da sua reforma, como disse, a que, até parece não ter direito...
Eu também dispenso e sempre dispensei mordomias materiais na política até hoje...

O pagamento do meu salário, e um dia da minha reforma, chega-me perfeitamente para viver com a dignidade que as pessoas pobres e humildes como eu, exigem dos “direitos adquiridos”
Um abraço José Alberto Mostardinha, e seja moderado para não nos zangarmos..

Terra e Sal disse...

Meu Caro José Manuel Dias (JMD)

O meu amigo adora “homilias”. Elas para si são mandamentos e até parece que gostaria que toda a gente governasse a vida através delas.
Eu também as uso e é bom que se faça isso, elas são ditados velhos, pensados por velhos e novos filósofos, conhecedores, sabedores e estudiosos do homem, e dos seus comportamentos.
Mas a filosofia académica não é universal, pode tentar dentro do bom senso, e para alguns ser até um padrão...
Mas cada homem é um ser único composto de matéria e consciência.
E assim, cada homem à superfície da terra tem uma filosofia de vida, conforme a sua condição, ela está dentro de si, é sua, não é uniformemente divisivel...
Apenas há regras convencionadas e que têm de ser cumpridas por lei,e só isso é que é comum... o resto não.

Já lhe disse mais que uma vez que penso o povo português magnífico, olhe melhor que alguns reitores universitários que ostentam a sua superioridade nesses “títulos”...
E compreenda que nós não podemos andar como os nossos irmãos do médio oriente de cartilha na mão, a levar no lombo todos os dias, e todos os dias à espera de uma graça divina...
Até porque eu penso que o tempo dos milagres já lá vai...
É que, ou Deus se cansou, ou então farto das nossas burrices constantes e permanentes, com todo o direito, exigiu a reforma. Um “direito adquirido” a que você de uns tempos a esta parte, deu para contestar.

Depois tem de entender que todos nós, bons ou maus,somos aquilo que os governantes de nós fizeram e do mesmo modo aos nossos pais, nas escolas, nas universidades, nas empresas.

Meu Caro JMD, você desejava que a vida funcionasse sem contrariedades sem contestação sem exigências sem caídas e levantamentos, e pensa errado, na minha opinião.

A vida sempre foi, e continuará a ser feita de lutas constantes e por interesses antagónicos, mesmo com os governos...

Quando diz que os nossos concidadãos têm de ter ética e que nela estão os valores, a simplicidade, a renúncia ao benefício etc. reporto-o para aquilo que lhe disse atrás...
A nossa maneira de ser e de estar, são a imagem dos governos que tivemos, dos frutos que semearam, e que agora têm as colheitas à vista...
E repito, para tão má sementeira têm frutos magníficos...

Depois penso que, a ética o escrúpulo os valores e a simplicidade bem como a capacidade deve estar em primeiro lugar nos governantes.
Se os aplaudir nesses valores e sentimentos e me disser o porquê eu dou-lhe razão, enquanto não vir ou não me explicarem a razão contínuo ao lado dos "protestantes"...

É que numa viagem marítima há o comandante que tem muita respeitabilidade e até manda no Barco, desde que, claro, pague o soldo à marinhagem...
Cumprimentos José Manuel Dias e agora sim, está a sair do seu Cogir e a dar o seu contributo político.
Um abraço

AC disse...

Deixem-me meter uma colherada:

Pergunta o amigo Terra & Sal para que são precisas duas auto-estradas, uma ao lado da outra?

E pergunta bem, aliás, os proprietários dos prédios rurais e urbanos que vão ser destruídos, também perguntam. E eu, ao ver os limites territoriais aqui da minha aldeia, já de si pequena, reduzidos definitivamente, fico desapontado.

A pergunta, mais que razão de ser, é pertinente. Tanto mais, que a Brisa vai iniciar obras de alargamento da A1 neste troço, de duas para 4 faixas.

Mas, não sei se os meus amigos já ouviram falar de um negócio privado – uma plataforma de distribuição de contentores, provenientes dos portos de Leixões e Aveiro, que se está ou vai, construir ali em Albergaria-a-Velha, sob os auspícios de uma barão da política e o qual, como é óbvio, necessita de vias públicas. Não sei se me faço entender..., é uma tradição nacional, viabilizar investimentos privados, com dinheiros públicos, isto claro, em nome do apregoado desenvolvimento económico, do desenvolvimento sustentado, do direito ao trabalho, da maior justiça social e outras tretas.

Por exemplo, aqui a minha CME, sempre atenta ao bem-estar da população, incapaz de captar investimentos para o seu parque industrial, vendo o desemprego a aumentar, não havendo dinheiro para mandar cantar um cego, resolve construir um novo complexo de piscinas. Deve ser prioritário, para os desempregados se ocuparem.

É assim meus amigos, independentemente das convicções políticas de cada um, pelo menos, no meu caso, os interpretes do que seriam as minhas convicções, sempre desempenharam mal, muito mal, o papel que por meio do voto, lhes foi confiado.

Al Berto disse...

Caro Terra & Sal:

Recebi o "recado" e registei.
A blogosfera tem destas coisas, por vezes não entendemos o que a pessoa quer verdadeiramente exprimir.
É também o "perigo" de usarmos frases inigmáticas como a que usou.
São os limites da escrita.

Também eu não quis dizer "literalmente" que prescindia duma qulquer reforma e o meu caro interpretou isso como tal... e até mete a sua " azeda colherada".

Mas... o que eu pretendia era transmitir-lhe um estado de espírito.
Há pessoal que unicamente faz alguma coisa na vida á espera da reforma... nada mais.
Normalmente fazem muito pouco, desinteressadamente e sem profissionalismo dados os seus limitados objectivos para a vida.

Como vê também o meu caro amigo me interpretou menos bem.

... e fique descansado que, como expliquei, atingi um ponto de equilibrio na vida que impede que me zangue facilmente.
Só não gosto é de má educação e falta de respeito.

Um abraço,

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Mostardinha
Voltando à questão das SCUT, o problema reside mesmo nisso que acabou de referir. São só duas ou três, num universo mais vasto.
Então o país só se "desenvolveu" na envolvente de 2 ou 3 SCUT, ao ponto de as mesmas poderem vir a ser taxadas?!
E é lícito e justo pedir-se sacrifícios (regalias para o caríssimo José Dias) a uns enquanto outros gozam de prevlégios que todos pagamos (mesmo os que passam a utilizar SCUT portajadas)?!
Porque não todas?! Não é mais justo, democrático e equitativo?!
Um abraço

Migas (miguel araújo) disse...

caro Terra&Sal
Foi precisamente o que eu lhe disse. O meu caro amigo nunca chega tarde. E "confusão" é algo que lhe está na alma e no sangue.
Portanto, como bem ensina e diz aguente-se que eu sei que tem arcaboiço para tal.
Nós gostamos de andar à chuva e de nos molharmos. Eu sei. Até nem uso guarda-chuva!
Um abraço

Migas (miguel araújo) disse...

caro José Dias
Felizmente, para mim e para o amigo Terra&Sal, concordamos no essencial da vida e discordamos de quase tudo na vida. Mas há um ponto que nos aproxima quase que irmamente: a realidade do dia-a-dia e a respeitabilidade pela essência humana e o seu papel activo e vivo.
Por isso tenho que concordar com ele quando se refere ao "missal teórico" da objectividade académica da realidade que nos rodeia.
É que contrariando as suas palavras, o povo português até se contenta com pouco (porque muito também é algo que desconhece, dada a escassez da bonança). Exige do Estado aquilo que o Estado deveria dr e não dá, por irresponsabilidade de assumir o seu papel constitucional.
O essencial (aquilo que de facto é necessário ao povo) é constantemente absorvido e irrelevado pelo supérfulo, pelo mediático e sumptuoso. Sempre à custa do esforço e sacrifício de todos nós, com o objectivo quetionável e injustificado do bem comum.
Os princípios da ética republicana há muito que se vêem afastados do estado. Assim como afastada está a sua imagem de exemplo e de virtude.
Se o meu caro acha que exigir o que é da responsabilidade do Estado: melhor educação, justiça e saúde resulta na rotulagem de passivos e improdutivos, que dizer de um Estado para quem o mais importante é uma rede ferroviária de alta velocidade e um novo aeroporto.
Oque os cidadãos esperam de um estado para o qual votaram e elegeram (principalmente no que respeita às maiorias democráticas) é que o mesmo resolva principalmente os seus problemas reais e fundamentais, dando-lhes condições e motivações para produzirem, para serem co-responsáveis social e economicamente pelo desenvolvimento do país.
Um abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Abel Cunha
Sabemos historicamente que a política e a gestão governativa também se faz de interesses e negócios.
Eu tenho alguma dificuldade em afirmar que tal, per si só, é errado.
O que de facto me preocupa e condeno, é que tal realidade não sirva os interesses comuns e dos cidadãos.
Conhcendo minimamente e muito superficialmente as realidades geopolíticas das regiões em causa, nada me incomóda a coexistência paralela das 2 auto-estradas. Que mais não seja, até para permitir alguma atracção economica e social que contrarie a realidade que descreveu de Estarreja.
Agora, preocupante são, de facto, as opções e definições de estratégias e prioridades que a CME adoptou.
Mas, desculpe-me ferir o seu maravilhos orgulho bairrista: o que estaria à espera de uma Câmara que nem da bosta que lhe despejam à porta sabe tratar?!
Um forte abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Mostardinha
relativamente ao seu último comentário.
De facto, não posso deixar de concordar que há muito "boa" gente que nada espera da vida, nem de si, nem do seu trabalho.
De facto há muita gente que anda neste mundo por ver os outros andarem.
Mas porque raio é que esses têm que ser logo os funcionários públicos?!
É que estes não prestam por maus trabalhadores e a função pública de tão péssima que é, nunca produz, nem funciona.
Então, porque raio quase toda a gente quer nela trabalhar?!
Para nada fazer?! Para serem "enxovalhados" e "espezinahdos"?!
Para deixarem de dizer mal?!
A função pública, de facto, é alimentada pelos cidadãos, pelo seu esforço e pelos seus contributos fiscais?!
Mas, o meu amigo, já reparou que os funcionários públicos também pagam impostos e também contribuem para a sustentabilidade do Estado?!
Já pensou que estes (ou quase 99%) não têm forma de fugir aos impostos como acontece com um grande número de contribuintes já listados?!
Nesta questão do desenvolvimento e da produtividade nacional, meu caro, quem não tem telhados de vidro que atire a primeira pedra e depois vamos ver quantas pedras são, efectivamente, arremessadas.
Um abraço