A temática dos bares da Praça do Peixe, vai durar sempre muitos anos, como durou até aqui.
Isto porque, do meu ponto de vista, a questão não está nos horários, como se foi comentando aqui - aqui - aqui - aqui - aqui - aqui, pelo menos.
É muito mais complexa ou, por outro lado, mais simples do que isso: o problema está no facto de os bares estarem naquele sítio. Seja a fechar às 24:00 - à 1:00 - 2:00 ou não fecharem. Isso tem a haver com civismo, educação, segurança e respeito.
E actividades como aquelas não deveriam ter sido licenciadas naquele espaço público e habitacional.
Isto transmiti neste artigo publicado na edição de hoje (03.08.06) do Diário de Aveiro.
Post-its e Retratos
Vai um copo?!
O assunto não vai esmorecer. Porque não esmoreceu ao longo já de alguns recentes anos, não me parece agora que seja facilmente esquecido.
É problemático, conflituoso, na prática difícil de gerir e nem sei mesmo se resolúvel.
Há conflitualidades decorrentes. Por um lado os Órgãos Autárquicos pela sua causa necessitando de agradar a gregos e a troianos, ou, por outro lado, a ninguém. Por outro a população necessitada e reivindicativa do seu direito ao descanso e segurança. Por último, os empresários, necessitados comercialmente para a sustentabilidade financeira da sua actividade.
Estes são os princípios.
Quanto aos factos, pela simples razão de os mesmos serem factos apenas os enumero:
1. A Câmara decidiu, com base na realidade turística, promover um período experimental de alargamento do horário de funcionamento nocturno dos bares na zona da “Beira-Mar”, abrindo igualmente a discussão pública sobre a temática.
2. A população residente exige o fim da medida por razões de descanso (saúde pública) e segurança (de pessoas e bens).
3. Os empresários congratulam-se pelo facto de perspectivarem um aumento das suas receitas comerciais.
E sobre estes três aspectos, tendo uma opinião muito particular, não me parece cabalmente correcto criticá-los. A Câmara tem a legitimidade para promover as acções e decisões que entende mais correctas para o seu concelho, nas mais diversas vertentes, correndo, obviamente, os riscos políticos inerentes à sua actividade de gestão pública.
Se habitasse na zona referida, quereria, como seria lógico, o direito ao descanso, bem-estar e segurança.
Como empresário, nada mais atraente que a probabilidade oferecida de aumentar as receitas e sustentar a actividade.
Mas existem, para além destes dados, outros aspectos que merecem uma análise igualmente cuidada.
Para quem conhece a realidade da zona da “Praça do Peixe” e da Beira Mar, das suas gentes e costumes, não pode ficar alheio à situação e aprofundar outras realidades.
O que mudou naquela zona?!
Terá sido esta a forma mais correcta de se requalificar uma zona tão característica e bairrista da cidade?!
Será que o turismo vive apenas da diversão nocturno?! Não seria preferível, há alguns anos atrás, perspectivar e apostar noutro tipo de actividade para a área, por exemplo mais ligada à restauração e ao comércio e serviços?!
Como foi possível, durante vários anos, licenciar tanta actividade similar e tantos bares numa zona tão limitada e tão residencial?!
Será que ninguém, aquando dos licenciamentos, parou para pensar urbanisticamente aquela zona e na qualidade de vida dos seus moradores?!
Acredito que duas horas são sempre duas horas.
Mas estará no alargamento do horário de funcionamento dos bares a verdadeira essência do problema, ou no simples facto de terem autorizado a abertura dos bares naqueles espaços?!
O responsável pela Associação dos Bares referia que a abertura daqueles espaços proporcionou uma requalificação social da área, retirando-lhe alguns focos de prostituição.
Não tenho dados concretos para formular um juízo de valor sobre tal afirmação. No entanto, a ser correcta a análise, não foram criadas outras situações sociais tão ou mais graves?! Álcool, vandalismo e insegurança, para além da perda inquestionável do bem-estar dos moradores.
Aveiro tinha e tem espaços totalmente desaproveitados, abandonados e com potencialidades óptimas para a promoção do lazer e divertimento nocturno. Por exemplo, antiga lota e a zona norte do canal de S. Roque ou até a zona universitária.
Não se aproveitou. Agora parece-me tarde.
A câmara não soube, naquela data, à medida que ia licenciando os bares, criar condições para que estes conflitos fossem minimizados: ruídos, fiscalização e policiamento.
Com todo o respeito pelos moradores (alguns bem amigos e muito próximos) da zona, são mais duas ou menos duas. O mal foi terem licenciado aquela actividade naquela área.
Já lá estão… e também está a falta de formação, de civismo e de educação de alguns que por lá andam.
Tchim - tchim.
Isto porque, do meu ponto de vista, a questão não está nos horários, como se foi comentando aqui - aqui - aqui - aqui - aqui - aqui, pelo menos.
É muito mais complexa ou, por outro lado, mais simples do que isso: o problema está no facto de os bares estarem naquele sítio. Seja a fechar às 24:00 - à 1:00 - 2:00 ou não fecharem. Isso tem a haver com civismo, educação, segurança e respeito.
E actividades como aquelas não deveriam ter sido licenciadas naquele espaço público e habitacional.
Isto transmiti neste artigo publicado na edição de hoje (03.08.06) do Diário de Aveiro.
Post-its e Retratos
Vai um copo?!
O assunto não vai esmorecer. Porque não esmoreceu ao longo já de alguns recentes anos, não me parece agora que seja facilmente esquecido.
É problemático, conflituoso, na prática difícil de gerir e nem sei mesmo se resolúvel.
Há conflitualidades decorrentes. Por um lado os Órgãos Autárquicos pela sua causa necessitando de agradar a gregos e a troianos, ou, por outro lado, a ninguém. Por outro a população necessitada e reivindicativa do seu direito ao descanso e segurança. Por último, os empresários, necessitados comercialmente para a sustentabilidade financeira da sua actividade.
Estes são os princípios.
Quanto aos factos, pela simples razão de os mesmos serem factos apenas os enumero:
1. A Câmara decidiu, com base na realidade turística, promover um período experimental de alargamento do horário de funcionamento nocturno dos bares na zona da “Beira-Mar”, abrindo igualmente a discussão pública sobre a temática.
2. A população residente exige o fim da medida por razões de descanso (saúde pública) e segurança (de pessoas e bens).
3. Os empresários congratulam-se pelo facto de perspectivarem um aumento das suas receitas comerciais.
E sobre estes três aspectos, tendo uma opinião muito particular, não me parece cabalmente correcto criticá-los. A Câmara tem a legitimidade para promover as acções e decisões que entende mais correctas para o seu concelho, nas mais diversas vertentes, correndo, obviamente, os riscos políticos inerentes à sua actividade de gestão pública.
Se habitasse na zona referida, quereria, como seria lógico, o direito ao descanso, bem-estar e segurança.
Como empresário, nada mais atraente que a probabilidade oferecida de aumentar as receitas e sustentar a actividade.
Mas existem, para além destes dados, outros aspectos que merecem uma análise igualmente cuidada.
Para quem conhece a realidade da zona da “Praça do Peixe” e da Beira Mar, das suas gentes e costumes, não pode ficar alheio à situação e aprofundar outras realidades.
O que mudou naquela zona?!
Terá sido esta a forma mais correcta de se requalificar uma zona tão característica e bairrista da cidade?!
Será que o turismo vive apenas da diversão nocturno?! Não seria preferível, há alguns anos atrás, perspectivar e apostar noutro tipo de actividade para a área, por exemplo mais ligada à restauração e ao comércio e serviços?!
Como foi possível, durante vários anos, licenciar tanta actividade similar e tantos bares numa zona tão limitada e tão residencial?!
Será que ninguém, aquando dos licenciamentos, parou para pensar urbanisticamente aquela zona e na qualidade de vida dos seus moradores?!
Acredito que duas horas são sempre duas horas.
Mas estará no alargamento do horário de funcionamento dos bares a verdadeira essência do problema, ou no simples facto de terem autorizado a abertura dos bares naqueles espaços?!
O responsável pela Associação dos Bares referia que a abertura daqueles espaços proporcionou uma requalificação social da área, retirando-lhe alguns focos de prostituição.
Não tenho dados concretos para formular um juízo de valor sobre tal afirmação. No entanto, a ser correcta a análise, não foram criadas outras situações sociais tão ou mais graves?! Álcool, vandalismo e insegurança, para além da perda inquestionável do bem-estar dos moradores.
Aveiro tinha e tem espaços totalmente desaproveitados, abandonados e com potencialidades óptimas para a promoção do lazer e divertimento nocturno. Por exemplo, antiga lota e a zona norte do canal de S. Roque ou até a zona universitária.
Não se aproveitou. Agora parece-me tarde.
A câmara não soube, naquela data, à medida que ia licenciando os bares, criar condições para que estes conflitos fossem minimizados: ruídos, fiscalização e policiamento.
Com todo o respeito pelos moradores (alguns bem amigos e muito próximos) da zona, são mais duas ou menos duas. O mal foi terem licenciado aquela actividade naquela área.
Já lá estão… e também está a falta de formação, de civismo e de educação de alguns que por lá andam.
Tchim - tchim.
6 comentários:
Beemmmmm...venho aqui pela 1ª vez e sou mesmo a 1ª pessoa a comentar.
Dou-lhe os Parabéns pelo comentário que fez no blog Mostardinha, sobre a Ilha da Madeira...e o resto que há por lá.
Assim é que se fala, sem papas na língua, gosto de ler comentários audaciosos sem medos.
Se 80% da população falasse assim, este País estava muito melhor, mas anda tudo na «graxa»...e depois não têm coragem para dizer as verdades, enfim!
Com que então, também envia uns artigos para serem publicados no Diário de Aveiro?
Se quiser passe no meu blog, pois há pouco tempo fiz uma homenagem à cidade de Aveiro.
Beijokas. Vou voltar.
Belas escritas, meu amigo!
Viva Miguel:
...pois é, agora estão...estão.
Mas a CMA pode ir criando constrangimentos ao exercício da actividade que leve os proprietários a pensarem que será boa ideia mudarem de sítio.
Eles é que deveriam juntar-se e propor algo de inovador para a lota.
Algo que, trabalhado em conjunto com a CMA no que diz respeito ao licenciamento em volumetria para construção na zona actual, permitisse encaixes financeiros que ajudassem na implementação de um projecto de zona de lazer na lota e em que eles veriam o retorno desse entendimento.
Pensar de forma construtiva...um habito que é preciso começar a por em prática.
Um abraço,
Novo artigo no EG á espera do seu prezado comentário.
Caro Mostardinha
Estou perfeitamente de acordo com o meu amigo.
Acho que seria uma boa apost o trabalho conjunto entre proprietários e cma.
Não sei se só para a antiga lota ou se para outro lado.
Aveiro, tem muitos espaço óptimos para tal.
Até vou mais longe...
Porque não do ourto lado do IP5, do "lado de lá" da zona Polis do Canal de S. Roque.
Era uma boa oportunidade de dar vida ao deserto das salinas abanonadas. Por exemplo, claro.
Só acho que "constrangimentos" não resolveriam os conflitos da actual zona.
Como acho que é muito complicado, agora, redefinir os investimentos feitos pelos proprietários.
Enfim... um sério problema!
Abraço
Viva Kalinka
Estou neste momento a comentar e a ter como fundo o seu blog.
Em primeiro lugar, seja bem vinda a esta humilde casa.
Como só agora me visitou, informo-a que este espaço pretende (pretensão e ambição em boa medida nunca fez ma a ninguém) ser um espaço de sã convivência, com amigos que conhecemos e outros que desconhecemos mas que aceitamos mesmo que com opiniões opostas, porque pretendo igualmente que seja um lugar onde se discorde, concorde, se discuta, de forma democrática, pluralista e acima de tudo com muiot respeito pelos outros e pelas suas covicções.
Venha sempre. Os Arcos não t~em nem portas, nem janelas.
São completamente abertos.
Como recentemente visitou esta nossa bela cidade, digo-lhe que ficam mesmo ao lado do centro da ciddae (a chamada Ponte de Praça).
Cumprimentos
Estou perfeitamente de acordo com a sua posição. De facto o grande erro foi o licenciamento de bares em zonas residenciais, nomeadamente naquela zona antiga da cidade. Agora, resta remediar o problema que, quanto a mim, devia passar por uma maior vigilância e policiamento.
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