“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

06 agosto 2006

Eu gosto é do Verão...

Não. Ainda não estou de férias (mas está quase). E desenganem-se aqueles que esperam por algum de interregno dos ecos dos arcos, porque não é intenção fazer qualquer intervalo lúdico. A vida e o mundo não param. E se se pensava que esta "silly season" do verão de 2006 iria esmorecer pelo facto de a política e os nossos políticos irem a banhos, foi pura ilusão.
E pessoalmente pelas piores razões.
Referi por inúmeras vezes o meu desagrado à condução e liderança do cds.
Referi por inúmeras vezes que, independentemente dos prazos e distâncias temporais, o cds (principalmente os seus dirigentes, delegados e deputados) deveriam equacionar alterações necessárias e profundas à realidade do partido.
É um facto político que o psd se encontra num beco sem saída, refém das políticas e acções económicas e sociais do PS e do governo que condicionam e limitam o seu exercício de oposição.
Seria neste contexto que o cds deveria reflectir a sua capacidade de intervenção, com uma agenda própria e com uma alternativa política.
Em vez disso, acomodou-se, vive uma conflitualidade interna fruto de uma liderança incapaz, não tem qualquer reflexo na aceitação pública resultado de um vazio de ideias. Só quem cegamente ainda acredita em milagres é que se admira que o espectro eleitoral se cifre nuns preocupantes 3,6%.
E o vazio é de tal forma uma travessia no deserto do pior presidente que a história política do cds já conheceu, que, face à incapacidade de congregar esforços e vontades e marcar um agendamento político e uma oposição clara e eficaz, “salta fronteiras” e num óbvio desespero de causa tenta um verdadeiro “suicídio” político.
Nem mesmo a tentativa de justificar o injustificável e de desvalorizar o acto e as suas consequências, retiram as criticas e abafam os factos.
É que o Dr. Ribeiro e Castro ainda não percebeu que o que está em causa não foi a ausência de entendimento subsequente, por mais justificações e fundamentos que apresente. Foi o acto em si, sem qualquer racionalidade política.
Que resultados queria obter o presidente o cds, ao disponibilizar-se para o almoço (que até durou cerca de 3 horas) com uma estrutura partidária sem qualquer expressão e significado eleitoral e com quem, na devida altura, teve a rotura política com o partido, não sendo capaz de internamente se afirmar e aceitar a democracia das opções dos seus militantes?!
A única coisa que eventualmente o Dr. Ribeiro e Castro estaria à espera era de um ficha de filiação no PND.
Estaria à espera ele e eu também... mas não aconteceu.
Para quem esperava um verão politicamente pobre, o cds apresenta-se como um verdadeiro partido das surpresas e do encanto… pena é que pelas piores razões.
Até quando 3,6%?!

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